Advogado alega ter sido vítima de racismo em abordagem policial: 'Ele disse que eu estaria em atitude suspeita'

O advogado Alexandre Marcondes, de 45 anos, alega ter sofrido uma abordagem racista no Alto da Lapa, na Zona Oeste de São Paulo, na manhã de domingo (2).

Alexandre estava indo à padaria quando foi parado por uma viatura. Ele diz que questionou o policial militar sobre o motivo da abordagem e ele respondeu que o advogado estava "em atitude suspeita". Câmeras de segurança do bairro registraram a abordagem 💥️(veja acima).

“Eu estava saindo de casa, vi uma movimentação normal na rua, de um rapaz mexendo no celular, logo após passou um casal de idosos. Uma viatura de polícia estava entrando na rua, ela vinha bem devagar. A viatura passa do meu lado, e como sempre faço, cumprimento, eu dou um bom dia para o motorista. O motorista da viatura responde, me dá um bom dia também e eu já prossigo no meu caminho”, afirmou.

Para Alexandre, o PM pensou que ele queria assaltar um casal de idosos por estar próximo a eles e utilizando máscara de proteção contra a Covid-10.

“Depois eu ouço um grito, olho para frente e vejo um policial com a arma apontada para o meu rosto. E eu começo a perguntar, eu fiquei absolutamente assustado, com medo porque eu achei aquela situação tão inusitada é, e eu começo a ficar assustado e perguntei o que estava acontecendo, porque ele estava apontando a arma", continuou Alexandre.

O advogado alega que disse ao policial que nunca tinha sido abordado e que ele respondeu com “tudo na vida tem uma primeira vez”.

Policial apontada arma para Alexandre. — Foto: Reprodução 1 de 1 Policial apontada arma para Alexandre. — Foto: Reprodução

Policial apontada arma para Alexandre. — Foto: Reprodução

O advogado disse que no momento da abordagem também estava utilizando máscara de proteção contra a Covid-19 e, que isso também justificaria a "atitude suspeita".

O caso foi denunciado na Ouvidoria da Polícia Militar na terça-feira (6) e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Em nota, a OAB - SP afirmou que enviou um ofício ao Comandante Geral da Polícia Militar do Estado de São Paulo e outro ao Procurador Geral de Justiça do Estado de São Paulo.

A Ouvidoria da Polícia Militar afirmou recebeu a denúncia e já tomou "providências sobre o assunto: para isso requisitou a Corregedoria da Polícia Militar que apure os fatos e a conduta do agente, também solicitou informações se o policial acusado utilizava a COP - Câmera Operacional Portátil".

O Ouvidor Elizeu Soares Lopes, afirmou que, "infelizmente a população negra sempre é vítima de preconceito na sociedade brasileira marcada pelo racismo estrutural e institucional. Por isso é preciso apurar com rigor se de fato houve alguma atitude concreta que fundamentasse a suspeita. Não se pode partir da subjetividade por parte do agente para que não ocorram abusos e racismo".

*Com supervisão de Cíntia Acayaba

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