Irã: relatos da adesão de trabalhadores do setor de petróleo aos protestos fazem com que regime responda com mais repressão

Jornal iraniano com Mahsa Amini na capa — Foto: Majid Asgaripour/Reuters 1 de 1 Jornal iraniano com Mahsa Amini na capa — Foto: Majid Asgaripour/Reuters

Jornal iraniano com Mahsa Amini na capa — Foto: Majid Asgaripour/Reuters

As forças de segurança iranianas intensificaram a repressão a protestos contra o governo em várias cidades curdas nesta segunda-feira (10). Informações ainda não confirmadas nas redes sociais apontam que trabalhadores das refinarias de petróleo de Abadan e Kangan, e do Projeto Petroquímico de Bushehr, se juntaram às manifestações.

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O país tem protestos desde que Mahsa Amini, uma jovem de 22 anos da região curda do país, morreu em 16 de setembro sob custódia policial, após ser presa por usar "trajes impróprios", marcando uma dos maiores contestações à República Islâmica desde a revolução de 1979.

Foi justamente uma combinação de protestos em massa e greves de trabalhadores das refinarias e comerciantes do Bazaar ajudou a levar o clero ao poder na revolução iraniana, há quatro décadas.

Com as sanções dos Estados Unidos impostas às exportações de petróleo do Irã por causa do programa nuclear do país, o analista Karim Sadjadpour disse que greves grandes e sustentadas entre os trabalhadores de energia podem prejudicar a República Islâmica.

"O Irã é menos dependente do petróleo como porcentagem do PIB do que em 1978, mas as exportações de energia ainda são a força vital da economia", disse Sadjadpour, membro sênior do Carnegie Endowment for International Peace.

A China, o maior cliente de petróleo do Irã, é um dos poucos países que continuam a fazer negócios com o Irã apesar das sanções. Mas uma greve dos petroleiros, dizem os especialistas, pode significar que não haverá petróleo para exportar, legal ou ilegalmente.

As tensões têm sido especialmente altas entre as autoridades e a minoria curda, que, segundo grupos de direitos humanos, tem sido oprimida há muito tempo, uma acusação que a República Islâmica nega.

Vídeos compartilhados nas redes sociais mostraram protestos em dezenas de cidades em todo o Irã nesta segunda-feira, com confrontos ferozes entre manifestantes e policiais em cidades e vilarejos da província de onde era a jovem Masha Amini, no Curdistão iraniano.

O Irã tem um histórico de reprimir a agitação entre seus mais de 10 milhões de habitantes curdos, parte de uma minoria cujas aspirações de autonomia também já levou a conflitos com autoridades na Turquia, Iraque e Síria.

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