Roberto Jefferson descumpriu ordens judiciais ao ser preso; veja a CRONOLOGIA da operação deste domingo

O ex-deputado Roberto Jefferson atirou em policiais federais que foram cumprir o mandado de prisão determinado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no começo da tarde deste domingo (23), na cidade de Comendador Levy Gasparian (RJ).

Ele, que teve revogada a prisão domiciliar por descumprir medidas, resistiu, atirou com fuzil e jogou 3 granadas contra agentes da Polícia Federal (leia perguntas e respostas sobre o caso aqui).

Abaixo, veja 💥️cronologia:

Na 💥sexta-feira (21), começou a circular, em redes sociais, vídeo em que o ex-deputado Roberto Jefferson profere xingamentos contra a ministra Cármen Lúcia, do Tribunal Superior Federal (STF). No vídeo, o ex-deputado ataca a ministra por discordar de um voto dela em julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Por determinação do ministro Alexandre de Moraes, também ministro do STF, Roberto Jefferson não pode usar redes sociais. Ele estava em prisão domiciliar, com tornozeleira eletrônica, desde janeiro, e chegou a ser preso em inquérito que apura a existência de uma organização criminosa que teria agido com a finalidade de atentar contra o Estado Democrático de Direito.

Ainda na noite de 💥sexta-feira (21), a Associação Brasileira de Juristas pela Democracia pediu ao STF a revogação da prisão domiciliar por causa do vídeo.

Ainda no 💥sábado (22), Moraes revogou a domiciliar e determinou prisão preventiva por Roberto Jefferson ter violado as determinações impostas à prisão domiciliar. Em sua decisão, Moraes listou os descumprimentos: "receber visitas e passar orientações a dirigentes do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB); conceder entrevista ao Canal Jovem Pan News no YouTube; promover, replicar e compartilhar notícias fraudulentas “que atingem a honorabilidade e a segurança do STF e de seus ministros, atribuindo e/ou insinuando a prática de atos ilícitos por membros da Suprema Corte."

Moraes também transcreveu falas de Roberto Jefferson para justificar sua decisão, como os xingamentos à ministra Cármen Lúcia.

Por volta de 11h de 💥domingo (23), a Polícia Federal chegou à casa de Roberto Jefferson, em Comendador Levy Gasparian, no interior do Rio de Janeiro, para cumprir mandado de prisão. Quando os policiais chegaram, Roberto Jefferson resistiu e chegou a disparar tiros de fuzil e granadas contra eles.

A polícia ainda não divulgou oficialmente detalhes sobre as granadas, mas informações preliminares da investigação indicam que se tratavam de dispositivos destinados a produzir luz e som.

De acordo com fontes da PF, os policiais chegaram sem coletes à prova de balas. Jefferson jogou a primeira granada e, com o estrondo, os agentes se abrigaram. Neste momento, Jefferson atirou com um fuzil contra a viatura. Quando os policias voltaram a sair do abrigo, Jefferson jogou a segunda granada.

Os tiros e estilhaços atingiram o carro da PF e dois agentes ficaram feridos. Roberto Jefferson confirmou os disparos, mas disse que não foram direcionados aos agentes. "Não atirei em ninguém para pegar. Atirei no carro e perto deles", afirmou.

Às 13h40, o presidente Jair Bolsonaro fez o primeiro tuite sobre o caso, afirmando que determinou "a ida do Ministro da Justiça ao Rio de Janeiro para acompanhar o andamento deste lamentável episódio."

Na publicação seguinte, no mesmo horário, Bolsonaro repudiou as ofensas a Cármen Lúcia e o ataque contra a PF, mas criticou o STF na mesma frase. "Repudio as falas do Sr. Roberto Jefferson contra a Ministra Cármen Lúcia e sua ação armada contra agentes da PF, bem como a existência de inquéritos sem nenhum respaldo na Constituição e sem a atuação do MP", escreveu.

Também no 💥️domingo (23), durante uma transmissão ao vivo em seu canal no YouTube, e após Roberto Jefferson atirar em policiais federais, o presidente Jair Bolsonaro disse que não tinha fotos com Roberto Jefferson.

Nos perfis oficiais das redes sociais de Roberto Jefferson e do PTB, entretanto, é possível encontrar fotos de encontros entre o ex-deputado federal e Bolsonaro. Essas imagens foram feitas no Palácio do Planalto.

Roberto Jefferson e Jair Bolsonaro em foto postada no Twitter em 2023 — Foto: Reprodução: Twitter 1 de 1 Roberto Jefferson e Jair Bolsonaro em foto postada no Twitter em 2023 — Foto: Reprodução: Twitter

Roberto Jefferson e Jair Bolsonaro em foto postada no Twitter em 2023 — Foto: Reprodução: Twitter

A Constituição não permite que a polícia entre na casa de alguém para fazer prisão à noite, salvo em casos de crimes em flagrante. No início da 💥noite de domingo (23), Moraes emitiu uma decisão afirmando que havia hipótese de crime em flagrante cometido por Roberto Jefferson, que atirou contra policiais federais. Diante disso, o ministro autorizou a polícia a prender Jefferson "independentemente do horário".

"Na hipótese de flagrante delito, conforme destacado no inciso XI, do artigo 5º da Constituição Federal, o cumprimento do mandado de prisão no domicílio do réu é permitido em qualquer horário, seja durante o dia, seja no período noturno, desde que – como ocorre na presente hipótese –'amparada em fundadas razões, devidamente justificadas'", escreveu o ministro.

Depois de 8 horas desrespeitando ordem do STF, Roberto Jefferson se entregou por volta de 19h da 💥noite de 💥domingo (23).

Ele foi preso por violar medidas de prisão domiciliar e também detido em flagrante sob a acusação de tentativa de homicídio. O ex-deputado foi levado à sede da PF, no Centro do Rio de Janeiro.

Somente após a PF informar ao STF que Roberto Jefferson tinha se entregado, Bolsonaro voltou a se manifestar sobre o episódio. Ele postou às 💥19h12 de domingo (23) um vídeo em seus perfis nas redes sociais em que se refere ao ex-deputado como "criminoso Roberto Jefferson".

"O tratamento dispensado a quem atira em policial é o de bandido. Presto minha solidariedade aos policiais feridos no episódio", afirmou o presidente no vídeo. Assista abaixo:

Na noite de 💥domingo (23), ao participar de uma sabatina promovida pela Record TV, Bolsonaro disse que não é amigo de Roberto Jefferson.

"Nós não somos amigos, nós não temos relacionamento, e [o] tratamento para pessoas que são corruptas ou agem dessa maneira como o Roberto Jefferson agiu, xingando uma mulher e também recebendo a bala policiais, o tratamento que será dispensado pelo governo Jair Bolsonaro será de bandido", disse Bolsonaro por volta de 21h38.

Roberto Jefferson era o candidato do PTB à Presidência da República, mas a candidatura foi indeferida pela Justiça Eleitoral. Com isso, o candidato do PTB foi Padre Kelmon. No último debate entre presidenciáveis antes do 1º turno, Bolsonaro e Kelmon demonstraram ter uma relação amigável tanto enquanto estavam no ar quanto nos intervalos do debate.

O ex-deputado chegou no início da madrugada desta 💥segunda-feira (24) ao Presídio de Benfica, na Zona Norte do Rio, cerca de 14 horas depois de receber voz de prisão da PF.

O ex-deputado foi indiciado pela PF por quatro tentativas de homicídio. O indiciamento é referente aos dois agentes que foram feridos com estilhaços durante cumprimento de mandado de prisão e outros dois que estavam numa viatura, mas não chegaram a ser atingidos.

Roberto Jefferson deve passar por audiência de custódia na 💥tarde desta segunda (24).

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