Premiê do Reino Unido por 45 dias, Liz Truss deixa oficialmente o posto e diz que país 'não pode mais ter crescimento ba

A ex-premiê britânica Liz Truss deixa Downing Street, a sede do governo do Reino Unido, em Londres, em 25 de outubro de 2022. — Foto: Henry Nicholls/ Reuters 1 de 1 A ex-premiê britânica Liz Truss deixa Downing Street, a sede do governo do Reino Unido, em Londres, em 25 de outubro de 2022. — Foto: Henry Nicholls/ Reuters

A ex-premiê britânica Liz Truss deixa Downing Street, a sede do governo do Reino Unido, em Londres, em 25 de outubro de 2022. — Foto: Henry Nicholls/ Reuters

A primeira-ministra do Reino Unido, Liz Truss deixou oficialmente o cargo nesta terça-feira (25). Em um breve discurso na porta de Downing Street, ela pediu que o próximo governo invista no crescimento econômico - o país vive anos de crescimento baixo e, pela primeira vez em 40 anos, tem inflação acima dos 10%.

Truss anunciou sua renúncia na quinta-feira (20) por conta de um polêmico plano econômico que previa cortes severos de impostos e poucas propostas para cobrir o rombo no Orçamento do país. A proposta foi muito mal recebida pelo mercado e pela própria sigla da premiê, o Partido Conservador, vencedor das últimas eleições.

Após o discurso na porta de Downing Street, a sede do governo britânico, em Londres, ela deixou o local - residência oficial do governante do país - e foi ao Palácio de Buckingham, onde apresenta oficialmente sua renúncia ao rei Charles III.

Ainda nesta terça, o milionário descendente de indianos Rishi Sunak, ex-ministro das Finanças, tomará posse oficialmente como novo primeiro-ministro.

Sunak será nomeado pelo rei e fará um discurso televisionado por volta das 11h35 (7h35 de Brasília).

O novo líder foi anunciado como o novo primeiro-ministro do Reino Unido na segunda-feira (24), depois de Boris Johnson desistir da disputa interna do Partido Conservador para substituir Liz Truss – no tipo de regime do Reino Unido, uma monarquia parlamentarista, o partido vencedor das últimas eleições gerais é quem escolhe o primeiro-ministro do país.

É por isso que, apesar da renúncia de Truss, não haverá novas eleições no país.

Depois de apenas um mês e meio no governo, a primeira-ministra britânica, Liz Truss, renunciou na quinta-feira (20). Ela é a terceira líder do Reino Unido consecutiva a deixar o cargo antes do fim do mandato, e a que menos tempo ficou no posto na história do país.

Truss, que substituiu Boris Johnson no comando do país dois dias antes da morte da rainha Elizabeth II, já vinha sofrendo uma forte pressão para renunciar por conta de um polêmico plano econômico que gerou revolta no mercado e dentro de seu próprio partido.

O plano, uma tentativa de estimular a economia, previa cortes severos de impostos e, em paralelo, aumentos de crédito e um empréstimo bilionário para tentar cobrir o rombo nas contas públicas, estimado em 45 bilhões de libras (R$ 266 bilhões).

A proposta foi muito mal recebida no país, em um momento no qual a inflação do Reino Unido ultrapassou os 10% – a maior taxa nos últimos 40 anos –, e fez a libra desabar para o menor valor da história frente ao dólar.

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O governo de Liz Truss foi turbulento desde o início. Ela substituiu Boris Johnson, que renunciou após uma série de escândalos envolvendo sua participação em festas privadas durante o período de lockdown do Reino Unido e a denúncia de abuso sexual por parte de dois altos cargos de seu governo.

Após uma disputada eleição interna, o Partido Conservador elegeu Truss para substituir Johnson.

Antes do Johnson, Theresa May, do mesmo partido, também renunciou antes da hora. May, que assumiu o governo em 2016, deixou o cargo em 2023, um ano antes de completar o mandato.

Com a queda de Truss, a crise política se aprofunda no Reino Unido, que também enfrenta anos de crescimento baixo e, mais recentemente, um forte aumento de preços – um dos objetivos do falido plano da primeira-ministra era tentar amenizar o custo de vida das famílias e das empresas.

Aliado a isso, o rei Charles III, no trono há menos tempo que Truss, também enfrenta o desafio de liderar a monarquia mais poderosa do mundo com pouca experiência no poder. No Reino Unido, o rei é também chefe de Estado e pode aceitar ou recusar a nomeação de um novo primeiro-ministro, que chefia o governo.

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