Noruega prende suposto espião russo que se passava por brasileiro
Helicóptero da polícia norueguesa patrulha área onde suspeito de espionagem para a Rússia trabalhava com uma identidade falsa brasileira, na Universidade de Tromsoe, no norte da Noruega — Foto: REUTERS - POOL New
Os serviços de contraespionagem da Noruega (PST) anunciaram, nesta terça-feira (25), a prisão de um suposto espião russo que, segundo as autoridades, se apresentava como um pesquisador brasileiro. A detenção aconteceu na manhã de segunda-feira, quando o agente clandestino estava a caminho do trabalho na Universidade de Tromsoe (norte), segundo a televisão pública norueguesa NRK.
"Acreditamos que ele é um agente ilegal, atuando em nome das autoridades russas", declarou a número dois dos serviços de contraespionagem noruegueses, Hedvig Moe, em entrevista à TV2. O homem, suspeito de operar sob uma identidade falsa brasileira, estaria coletando informações para seu país de origem, a Rússia, explicou ela.
Para desmascarar o russo, o PST afirma ter trabalhado em conjunto com os serviços de Inteligência de outros países aliados. A identidade do suspeito não foi revelada, nem há quanto tempo ele mora no país escandinavo e se estava acompanhado da família. "Posso dizer que ele já esteve no Canadá antes", disse Moe.
Ela afirmou que era comum que agentes ilegais utilizassem a identidade de uma pessoa morta em um país sem um registro nacional muito rigoroso, como pode acontecer na América do Sul.
A Universidade de Tromsoe é a terceira maior instituição de ensino superior da Noruega. O homem detido trabalhava sobre a política norueguesa no Ártico e sobre ameaças híbridas, de acordo com o PST.
"Vamos tentar descobrir se ele é culpado de espionagem, mas mesmo que não seja, se comportou como uma ferramenta da inteligência russa que não é desejada na Noruega", declarou Moe.
As autoridades norueguesas já decidiram pedir a expulsão do suspeito do país, por considerar que o "falso brasileiro" representa uma ameaça contra os interesses fundamentais da nação", detalhou a número dois do PST. Por enquanto, o clandestino russo foi colocado em prisão preventiva por quatro semanas.
O caso é revelado após várias detenções no país escandinavo de cidadãos russos acusados de pilotar drones que sobrevoaram o território norueguês. Os voos foram proibidos pelas autoridades de Oslo em decorrência da guerra na Ucrânia. Mas os russos detidos também não estavam respeitando essa proibição nem a de fotografar locais considerados sensíveis.
A Noruega é um país-membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e compartilha uma fronteira de 198 quilômetros no Ártico com a Rússia. Desde que as exportações de gás da Rússia foram drasticamente reduzidas para a União Europeia, devido à guerra na Ucrânia, a Noruega destronou Moscou como principal fornecedor de gás natural para a Europa.
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