2,5 milhões de eleitores apertaram 13 ou 22 ao votar para governador em estados sem candidato do PT ou do PL; votos foram anulad

Na eleição para cargos executivos, digitar qualquer número que não seja de um candidato em disputa é considerado voto nulo -- os votos são registrados, mas não são considerados válidos, assim como votar em branco. — Foto: Matheus Guerra/TV Asa Branca 1 de 2 Na eleição para cargos executivos, digitar qualquer número que não seja de um candidato em disputa é considerado voto nulo -- os votos são registrados, mas não são considerados válidos, assim como votar em branco. — Foto: Matheus Guerra/TV Asa Branca

Na eleição para cargos executivos, digitar qualquer número que não seja de um candidato em disputa é considerado voto nulo -- os votos são registrados, mas não são considerados válidos, assim como votar em branco. — Foto: Matheus Guerra/TV Asa Branca

Nos 20 estados brasileiros em que não havia candidato a governador do PT, do PL ou dos dois partidos, 💥️2,5 milhões de eleitores apertaram 13 ou 22 mesmo assim e anularam os votos no 1º turno das eleições deste ano, aponta levantamento exclusivo do 💥️g1 feito com base em dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O número corresponde a 💥️um em cada três votos nulos nesses estados.

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Esses votos, em vez de irem para candidatos que tinham o apoio dos partidos nos estados, como Tarcísio de Freitas (Republicanos), apoiado pelo PL em São Paulo, ou para Carlos Brandão (PSB), apoiado pelo PT no Maranhão, foram computados como nulos, seguindo as regras da Justiça Eleitoral.

Na eleição para cargos executivos, digitar qualquer número que não seja de um candidato em disputa é considerado voto nulo – os votos são registrados, mas não são considerados válidos, assim como votar em branco.

Por isso, se um eleitor do estado de São Paulo apertou o 22 para governador na votação do 1º turno, por exemplo, o seu voto foi anulado, já que nenhum candidato do PL estava concorrendo a este cargo.

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O número de votos que os dois partidos analisados pelo 💥️g1 receberam nos estados varia. Em regiões em que o candidato a presidente da sigla teve melhor desempenho, o número cresce. Já onde ele teve um resultado pior, o número cai.

O PL, por exemplo, teve pior desempenho no Nordeste, região que Bolsonaro enfrenta maior resistência. No 💥️Rio Grande do Norte, foram 30.540 votos anulados com o número 22, o equivalente a 18,8% do total de nulos.

O número 13, do Partido dos Trabalhadores, recebeu menos votos percentualmente em Roraima — 32% do total de nulos —, estado em que Lula teve somente 23% dos votos. No Pará, no entanto, o código da sigla foi responsável por 52% dos votos nulos.

No Maranhão, onde o 13 conquistou 199.145 votos, o número foi o 4º mais usado nas urnas no estado para o cargo de governador. O número do PT perdeu apenas para o governador eleito, Carlos Brandão (PSB), e para Lahesio Bonfim (PSC) e Weverton (PDT).

Nulos por estado — Foto: Kayan Albertin/g1 Arte 2 de 2 Nulos por estado — Foto: Kayan Albertin/g1 Arte

Nulos por estado — Foto: Kayan Albertin/g1 Arte

O cientista político, professor e pesquisador da FGV Jairo Nicolau alerta que os números de votos nulos para o 13 e para o 22 são "altíssimos". Ele levanta algumas hipóteses que podem estar por trás dos indicadores:

Nicolau afirma que a primeira hipótese, sobre a ignorância do eleitor no momento de votar, é a mais plausível, pois tem relação direta com o processo de votação brasileiro e com o funcionamento da urna.

A outra hipótese seria atrelar estes nulos a um momento de confusão do eleitor no momento do voto – o que também teria relação com o funcionamento da urna.

Nos 20 estados analisados, um terço dos votos anulados tinha o código do PT ou do PL.

Em 💥️São Paulo, por exemplo, se Tarcísio recebesse os 521 mil votos que foram anulados com o código 22, ele teria 43,58% dos votos — o ex-ministro da Infraestrutura teve 42,32% dos votos.

Em 💥️Pernambuco, no entanto, se 123.563, dos 258.429 votos nulos com o número do PT, fossem para o candidato apoiado pela sigla, Danilo Cabral (PSB), ele teria ido para o segundo turno contra Marília Arraes (Solidariedade). Cabral, no entanto, ficou em 4º lugar na disputa.

O candidato do PSB, todavia, dividia o apoio de petistas no estado com Marília, que era filiada ao partido até março deste ano.

Jairo Nicolau levanta a possibilidade de, em casos em que há coligação, os votos de partidos coligados serem direcionados para o candidato que está, de fato, concorrendo.

"Por exemplo, se o Republicanos está formalmente ligado ao PL, o programa do computador [utilizado pela Justiça Eleitoral para computar e totalizar os votos] deveria considerar o voto do PL também para o Republicanos. É algo que talvez possa ser feito para eleições futuras", diz.

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Orientada pelo Tribunal Superior Eleitoral, a equipe de reportagem analisou os registros digitais dos votos (RDVs), contidos nos arquivos "Resultados 2022 - Arquivos transmitidos para totalização", disponibilizados na página do Portal de Dados Abertos do TSE. Os arquivos foram baixados entre 17 e 21 de outubro.

Após o download dos arquivos dos 20 estados sem candidatos dos partidos analisados, a reportagem desenvolveu um script em Python que converteu os dados contidos nos RDVs, de modo a analisar o número de votos classificados como "nulo" ou "nuloApósSuspensão".

Em 9 dos 20 estados, o número de votos anulados obtidos foi igual ao indicado pelo TSE no dia da eleição. Nos demais estados, há diferenças residuais que não chegam a 0,07% do total de nulos.

No Rio de Janeiro, a diferença entre os dados contidos nos RDVs e o do TSE foi de 4.892 votos. Esta diferença é explicada pelo fato de que 4.892 votos em Wilson Witzel (PMB) aparecem nos RDVs como votos nominais. No dado enviado pela Justiça Eleitoral no dia da eleição, todavia, a votação de Witzel foi considerada como nula, já que sua candidatura foi indeferida.

É possível obter os dados dos votos nulos no sistema Divulga (versão detalhada), do TSE, selecionando o tipo de consulta "Registro Digital do Voto". Neste caso, no entanto, a visualização é somente por seção.

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