Google, Facebook e Microsoft vivem mau momento no mercado de ações: o que está acontecendo com as 'big techs'?
Google, Meta e Microsoft vivem mau momento no mercado de ações — Foto: Reuters
As "big techs" voltaram a decepcionar o mercado nesta semana, ao divulgarem seus resultados do trimestre anterior. Google, Meta e Microsoft estão com as ações “derretendo”. Os principais pontos que desapontaram investidores foram os seguintes:
Segundo dados da Forbes da manhã da última quinta-feira (27), as ações da dona do Google acumulam queda de 36% no ano. As da Microsoft, 32%. E as da Meta, 71% — com isso, o "chefão" Mark Zuckerberg perdeu mais de US$ 100 bilhões em 1 ano e despencou nas listas de bilionários.
A Microsoft foi quem mais perdeu em valor de mercado até agora, "derretendo" US$ 810 bilhões, seguida pela Alphabet (US$ 700 bilhões), ainda de acordo com a Forbes.
E não termina ali: Amazon, Apple, Netflix e a fabricante de carros elétricos Tesla, de Elon Musk, também acumulam baixas.
💥️Afinal, o que está acontecendo com as empresas de tecnologia, que viveram tantos anos de glória na bolsa americana? Analistas veem uma combinação de menos vendas, com o declínio da pandemia, e menos anúncios, dada a atual situação econômica dos Estados Unidos. Saiba mais abaixo.
Especialistas no mercado de tecnologia avaliam que, durante a pandemia — quando muita gente dependeu do celular e de notebooks para estudar, trabalhar e até manter um mínimo de vida social — as "big techs" experimentaram um crescimento que não é sustentável agora.
Isso explicaria, por exemplo, a queda na receita da Microsoft com instalações do Windows entre julho e setembro, já que as vendas de computadores também recuaram.
2 de 5 Isolamento na pandemia fez vendas de computadores dispararem — Foto: Anete Lusina/Pexels
Isolamento na pandemia fez vendas de computadores dispararem — Foto: Anete Lusina/Pexels
A Microsoft, dona do console Xbox, chegou a registrar receita menor até na área de videogames, no trimestre anterior.
Até os resultados com o serviço de computação em nuvem da empresa, apesar de seguirem positivos, cresceram em um ritmo menos acelerado no 3º trimestre na comparação com o começo do ano na plataforma Azure, voltada ao público em geral.
O mesmo aconteceu com o Google Cloud e é esperado que seja reportado também pela Amazon.
Por outro lado, a Apple divulgou nesta quinta-feira (27) crescimento acima do esperado pelo mercado na receita e no lucro no último trimestre do seu ano fiscal (que também equivale ao período entre julho e setembro), graças ao aumento de 9% nas vendas do iPhone.
A nova versão foi lançada no fim do mês passado e deverá mostrar sua força somente nos resultados do próximo trimestre.
Apesar de não divulgar previsões desde 2023, a fabricante de smartphones reconhece que haverá uma desaceleração na receita até o fim deste ano, sobretudo nas vendas do computador Mac e de serviços.
Outro ponto sensível para os investidores tem sido a queda na receita com propaganda, relatada pelo Google e pela Meta no último trimestre e pela Microsoft, especialmente com a rede LinkedIn, em julho.
Anúncios são o principal negócio do Google, daí o mau humor do mercado. No 3º trimestre, a empresa teve um leve crescimento de receitas com publicidade, mas aquelas vindas de propaganda no YouTube caíram 2%, enquanto o mercado esperava que uma leve alta.
3 de 5 YouTube vai exibir conteúdo educando usuários sobre fake news — Foto: Tom Gerken / BBC NewsYouTube vai exibir conteúdo educando usuários sobre fake news — Foto: Tom Gerken / BBC News
A explicação dos analistas, neste caso, é que o cenário de inflação e o aumento das taxas de juros nos EUA têm levado muitos anunciantes a revisar seu orçamento de marketing para baixo.
"Foi um trimestre difícil para a publicidade digital. Os ventos macroeconômicos contrários foram suficientemente fortes para que o Google diminuísse as contratações para aumentar os seus lucros", resumiu Evelyn Mitchell, analista da Insider Intelligence, para a agência France Presse.
A Alphabet abriu 11.765 vagas entre julho e setembro, e agora tem cerca de 187.000 funcionários contra 156.500 no fim do ano passado.
A Apple também mencionou que vai reduzir o ritmo de abertura de vagas, assim como a Microsoft .
Na última terça (25), o site Axios reportou que a dona do Windows demitiu cerca de 1.000 funcionários nesta semana, citando uma fonte. Isso seria o equivalente a menos de 1% dos 221 mil funcionários da dona do Windows. A empresa não confirmou os cortes.
Apesar disso, analistas do banco Goldman Sachs disseram ver potencial para que esse segmento volte a crescer e que as empresas tendem a dar previsões mais rigorosas num cenário desafiador para a economia. O Morgan Stanley também se diz otimista com a Microsoft.
4 de 5 Atual avatar de Mark Zuckerberg no Horizon Words (esquerda) e versão prometida com futura atualização (direita). O Horizon é a plataforma da Meta que explora a ideia do metaverso — Foto: ReproduçãoAtual avatar de Mark Zuckerberg no Horizon Words (esquerda) e versão prometida com futura atualização (direita). O Horizon é a plataforma da Meta que explora a ideia do metaverso — Foto: Reprodução
A Meta projeta que as perdas com a criação do metaverso crescerão ainda mais em 2023 e promete "acelerar" os investimentos depois disso.
Zuckerberg voltou a defender o esforço, que só deverá dar frutos daqui a uma década, na previsão do próprio presidente-executivo da companhia.
"Olha, eu sei que muita gente pode discordar desse investimento. Mas, pelo que posso dizer, entendo que isso (o metaverso) vai ser uma coisa muito importante e acho que seria um erro não focarmos em nenhuma dessas áreas", disse Zuckerberg em conferência com acionistas da Meta na última quarta-feira (26).
5 de 5 O que será do metaverso do Facebook? — Foto: Wagner Magalhaes / g1O que será do metaverso do Facebook? — Foto: Wagner Magalhaes / g1
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