Haddad se coloca à disposição de Tarcísio em SP e diz que se sente 'feliz e realizado', apesar da derrota

Fernando Haddad — Foto: Reprodução/TV Globo 1 de 3 Fernando Haddad — Foto: Reprodução/TV Globo

Fernando Haddad — Foto: Reprodução/TV Globo

Fernando Haddad (PT), que foi derrotado neste domingo (30) por Tarcísio de Freitas, do Republicanos, na disputa pelo governo de São Paulo para os próximos quatro anos, disse que ligou para o candidato vencedor para parabenizá-lo, desejando que ele faça um bom governo. Também se colocou à disposição para o que for preciso.

O petista disse que, mesmo sem a vitória no estado, encontra-se "feliz" e "realizado", pois segundo ele, quem viveu 2018 -- quando disputou a Presidência da República e foi para o segundo turno, mas acabou derrotado pelo atual presidente Jair Bolsonaro (PL) -- sabe a dor que a oposição sentiu, com muito medo do que viria pela frente.

"Todos sabem a dor que foi aquele dia fatídico, em que muitos imaginávamos que o Brasil ia acabar. (...) Vivemos em um momento muito difícil no nosso país. (...) Portanto, aquele compromisso firmado quatro anos atrás foi cumprido com a vitória do Luiz Inácio Lula da Silva", disse.

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Ainda sobre o resultado na eleição presidencial, Haddad disse que Lula tem um projeto humanista e que irá convencer os que não votaram nele a apoiá-lo. "Os brasileiros deram resposta (...) O Lula vai cativar os 49% que não votaram nele porque ele é obcecado nisso."

Haddad afirmou ainda que ficou feliz com os resultados de sua votação na capital e por ter tido uma votação expressiva no interior do estado. Para as eleições municipais, em 2024, Haddad deve apoiar Guilherme Boulos (PSOL), deputado federal eleito.

"Fiquei feliz em ver o mapa da capital todo vermelhinho, em Parelheiros, Brasilândia... O povo da periferia se reencontrando com seus representantes. Um reencontro que não pode ser subestimado. Falo da região metropolitana e agradeço o interior de São Paulo, que veio conosco em grande medida. Muita gente do interior jamais apertou 13 e apertou agora. É um começo de namoro", disse.

Após o pronunciamento, Haddad foi a um hotel no bairro Paraíso, na região central da capital paulista, para se encontrar com Lula.

Pouco antes, Haddad havia usado as redes sociais para fazer um agradecimento ao estado de São Paulo.

Post de Fernando Haddad — Foto: Reprodução 3 de 3 Post de Fernando Haddad — Foto: Reprodução

Post de Fernando Haddad — Foto: Reprodução

O resultado da eleição saiu às 19h22, com 93% das urnas apuradas. Com 100% das urnas apuradas, Tarcísio tinha 55,27% dos votos, enquanto o petista tinha 44,73%. Votos nulos eram 6,76% e brancos, 4,04%. O índice de abstenção era de 21,07%.

Pela manhã, Haddad foi a São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, para acompanhar o voto de Lula. Mais tarde, ele votou em um colégio em Moema, Zona Sul da capital, e acompanhou a apuração em casa, com familiares.

Haddad ficou em segundo lugar nas intenções de voto no começo da campanha de segundo turno. Na reta final, entretanto, as pesquisas indicavam empate técnico entre os dois concorrentes. No primeiro turno, que ocorreu em 2 de outubro, Tarcísio obteve 9.881.995 (42,32%) dos votos e Haddad, 8.337.139 (35,70%).

No primeiro turno, um advogado, empresários e bilionários do agronegócio foram os maiores doadores da campanha do candidato do Republicanos e a campanha de Lula, uma vaquinha virtual e o tesoureiro do PT os de Haddad. A maior parte dos recursos, no entanto, veio dos próprios partidos.

No segundo, Haddad subiu o tom contra seu adversário, e a disputa foi acirrada na reta final, após a divulgação de um áudio em que um membro da campanha da Tarcísio pede para um cinegrafista da Jovem Pan apagar um registro em vídeo feito do tiroteio que interrompeu a agenda do candidato e deixou um morto em Paraisópolis.

Durante a campanha para o segundo turno, os dois candidatos tiveram decisões favoráveis no TRE em ações como uso de live em propaganda e publicações sobre tiroteio em Paraisópolis.

Tarcísio chegou a cancelar a participação em um debate e uma sabatina. O primeiro, organizado pelo pool formado por Estadão, Rádio Eldorado, SBT, CNN, Veja, Terra e Rádio Nova Brasil e o segundo, uma edição especial do Roda Viva, da TV Cultura.

A eleição estadual foi pautada pela disputa presidencial, que influenciou os debates e as entrevistas entre os postulantes ao Palácio dos Bandeirantes. A campanha paulista também foi marcada pela polarização.

Fernando Haddad fez campanha ao lado do ex-presidente Lula e usou seus feitos como ministro da Educação do governo petista como argumento.

Já Tarcísio de Freitas se apoiou em seu padrinho político e defendeu o governo de Jair Bolsonaro, do qual fez parte.

No debate da Rede Globo, o último antes da votação, temas como salário mínimo, Auxílio Brasil e até a falta de oxigênio em Manaus, no período mais agudo e grave da pandemia de coronavírus no país, estiveram no centro da discussão.

Em entrevista ao 💥️g1, Haddad afirmou que os marcos de seu governo serão “reindustrializar o estado e reduzir as desigualdades por meio de um programa de renda básica de cidadania para as pessoas mais pobres”.

"Eu quero usar a capacidade criativa do povo paulista para reindustrializar o estado de São Paulo e para reduzir as colossais desigualdades do nosso estado. Eu acho que se a gente tiver como eixo reindustrializar o estado, desenvolvimento econômico e, ao mesmo tempo, buscar a justiça social, nós vamos ter um estado cada vez melhor."

Nascido em São Paulo, em 25 de janeiro de 1963, Fernando Haddad (PT) foi ministro da Educação entre 2005 e 2012, quando se licenciou para disputar a Prefeitura de São Paulo.

O convite partiu do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que defendeu a escolha de Haddad em detrimento de nomes tradicionais do PT, entre os quais, a ex-prefeita Marta Suplicy.

Haddad foi prefeito da capital paulista de 2012 a 2016, e candidato do PT à reeleição à época, mas perdeu para o tucano João Doria.

Em 2018, foi o candidato do PT à Presidência - teve 44,87% dos votos no segundo turno e perdeu para Jair Bolsonaro (então no PSL).

Filho de comerciantes do Bom Retiro, na região central de São Paulo, aos 18 anos Haddad entrou para a faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), no Largo de São Francisco. Formou-se bacharel em 1985.

Em 2001, assumiu a chefia de gabinete da secretaria municipal de Finanças na gestão da prefeita Marta Suplicy. Dois anos depois, se tornou assessor especial do ministro do Planejamento, Guido Mantega. Depois, foi secretário Executivo do Ministério da Educação e se tornou ministro sob a gestão de Lula.

Haddad escreveu os livros "O Sistema Soviético", "Em Defesa do Socialismo", "Desorganizando o consenso", "Sindicatos, cooperativas e socialismo" e "Trabalho e linguagem."

Como prefeito de São Paulo, implementou corredores de ônibus, faixas exclusivas, ampliou a malha cicloviária, reduziu o limite de velocidade nas marginais, criou a controladoria municipal, órgão responsável por fiscalizar o poder executivo e investiu em política de redução de danos para combater o uso de drogas na capital.

Nesta eleição, declarou possuir bens no valor de R$ 595 mil, e faz parte da coligação Federação Brasil da Esperança, que conta com os partidos PT, PCdoB, PV, PSB, PSOL, Rede e Agir. Sua vice é a educadora Lúcia França (PSB).

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