Ibovespa tem segunda alta seguida após eleição

1 de 1 Tela de ações na Bolsa de Valores de São Paulo (B3). — Foto: KEVIN DAVID/A7 PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Tela de ações na Bolsa de Valores de São Paulo (B3). — Foto: KEVIN DAVID/A7 PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores de São Paulo, a B3, fechou em alta nesta terça-feira (1°), a segunda seguida após a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No dia anterior, o indicador subiu 1,31%, a 116.037 pontos – maior alta no primeiro dia pós-eleição desde 1994.

Agentes financeiros aguardam as primeiras sinalizações sobre as políticas e a equipe econômica do próximo governo. Também estão no radar dados da economia nos Estados Unidos e a espera da definição de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano).

Nesta terça, o índice subiu 0,77%, a 116.929 pontos. Com o resultado, a bolsa acumula alta de 2,09 na semana e de 11,55% no ano. Veja mais cotações.

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No Brasil, dois dias após o segundo turno das eleições para Presidência da República, que terminou com a vitória de Lula sobre Jair Bolsonaro (PL), o mercado segue atento às repercussões do resultado.

No radar, a expectativa para o discurso de Bolsonaro, que manteve dois dias de silêncio após o resultado do segundo turno. No pronunciamento – feito por volta das 16h30, com duração de dois minutos – o presidente disse que continuará cumprindo a Constituição. Depois, o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, afirmou que dará início à transição de governo.

O presidente também comentou sobre o bloqueio de rodovias por bolsonaristas, que atingiu mais de 270 pontos pelo país, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF). Bolsonaro disse que "manifestações pacíficas são bem-vindas" e criticou ocupações.

O curto discurso do presidente tirou fôlego dos ativos no fim do pregão. A alta do índice foi garantida, principalmente, pela recuperação pontual dos ativos ligados às commodities metálicas.

Ainda no cenário doméstico, Lula definiu na manhã desta terça o nome do responsável por coordenar a equipe de transição: será o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB).

O martelo foi batido em uma reunião com Gleisi Hoffmann, presidente do PT, Alozio Mercadante, responsável por elaborar o seu plano de governo, e outros integrantes cúpula petista em um hotel na capital paulista.

Alckmin comandará uma equipe com 50 nomes, que mesclará quadros técnicos e políticos para dialogar com integrantes do governo de Bolsonaro.

Investidores também aguardam informações sobre quais serão os nomes dos próximos ministros de Lula, em especial o de quem ocupará a cadeira do Ministério da Economia.

O Banco Central (BC) informou nesta terça que elevou de 4,6% para 4,8% a previsão para a inflação do ano que vem. Com isso, o BC passou a prever o estouro do teto de meta no próximo ano. Isso porque o Conselho Monetário Nacional (CMN) definiu que a meta de inflação para 2023 é de 3,25% e, pela margem de tolerância, será considerada cumprida se oscilar entre 1,75% e 4,75%.

As informações constam da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), ocorrida na semana passada. Na reunião, o Copom decidiu manter a taxa básica de juros da economia, a Selic, em 13,75%.

No exterior, o mercado aguarda a divulgação da nova taxa de juros dos Estados Unidos, que será definida pelo Fed, o banco central americano, nesta quarta (2). "A expectativa para a decisão do Fed é de um aumento de 0,75 ponto percentual dos juros e sinalização de uma redução do ritmo de aperto monetário", comenta a equipe de análise do BTG Pactual.

Atualmente, os juros nos EUA estão entre 3,00% e 3,25%, após a instituição promover uma série de altas nas taxas desde o começo do ano. Se as projeções do mercado se confirmarem e o Fed anunciar uma redução no ritmo de elevações, os ativos de risco tendem a se beneficiar do movimento, inclusive o mercado de ações e a moeda brasileira.

Mas os mercados americanos, que vinham em alta nesta terça, viraram depois de dados do mercado de trabalho dos EUA. As vagas de emprego em aberto cresceram inesperadamente em setembro, sugerindo que a demanda por mão de obra continua forte, apesar dos aumentos agressivos da taxa de juros do Fed.

As vagas de emprego disponíveis, uma medida da demanda por trabalho, aumentaram em 437 mil para 10,7 milhões até o último dia de setembro, disse o Departamento do Trabalho em seu relatório mensal Jolts nesta terça-feira. Economistas consultados pela Reuters previam 10 milhões de vagas disponíveis.

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