Netanyahu sai vitorioso, mas a estrela da eleição israelense é o radical de direita Itamar Ben-Gvir

O parlamentar da extrema direita de Israel Itamar Ben Gvir, após votar no assentamento judaico de Kiryat Arba, na Cisjordânia, em 1º de novembro de 2022. — Foto: Tsafrir Abayov/ AP 1 de 1 O parlamentar da extrema direita de Israel Itamar Ben Gvir, após votar no assentamento judaico de Kiryat Arba, na Cisjordânia, em 1º de novembro de 2022. — Foto: Tsafrir Abayov/ AP

O parlamentar da extrema direita de Israel Itamar Ben Gvir, após votar no assentamento judaico de Kiryat Arba, na Cisjordânia, em 1º de novembro de 2022. — Foto: Tsafrir Abayov/ AP

As urnas praticamente arremessam Benjamin Netanyahu de volta ao poder em Israel, mas a estrela da quinta eleição do país em quatro anos é o extremista de direita Itamar Ben-Gvir, do Sionismo Religioso.

Discípulo do rabino extremista Meir Kahane, cujo partido Kach foi proscrito na década de 1990 e declarado grupo terrorista em Israel e nos EUA, Ben-Gvir sustenta uma coalizão liderada por Netanyahu, com outras legendas ultra ortodoxas e de extrema direita. Este bloco deve assegurar, segundo projeções, 65 das 120 cadeiras do Knesset, o Parlamento israelense.

Se emplacar, a aliança será a mais direitista a governar Israel e obrigará Netanyahu a adotar políticas linha-dura que põem uma pá de cal no projeto de paz com os palestinos.

Conforme resumiu o escritor e analista político Anshel Pfeffer, em sua coluna no jornal “Haaretz”, é assustador para a limitada e frágil democracia de Israel que mais de 10% dos eleitores tenham votado num partido abertamente antiárabe, com representantes orgulhosamente homofóbicos.

Basta olhar a trajetória de Ben-Gvir, que soma condenações por incitação ao racismo, destruição de propriedade e apoio a organização terrorista. Adolescente, em 1995, ele roubou o emblema do carro do então premiê Yitzhak Rabin e exibiu-o para câmeras de TV: “Nós chegamos ao carro dele. Depois o pegaremos”, bradou. Semanas depois, o primeiro-ministro que firmou o acordo de paz com Yasser Arafat foi assassinado por um extremista judeu.

O perfil radical fez com que o Exército não o recrutasse para cumprir o serviço militar. Onde há confrontos, é só procurar por Ben-Gvir e ele estará lá para marcar presença, como celebridade da extrema direita.

Como deputado, foi acusado pela polícia de insuflar a violência entre judeus e árabes em cidades mistas como Lod e Acre e montou um escritório no bairro de Sheikh Jarrah, no Leste de Jerusalém, para organizar o despejo de famílias palestinas.

A fragmentação política beneficiou Ben-Gvir, que amplia a sua chapa e consolida a presença no Knesset como o chamado “fazedor de reis”. Por enquanto, ele quer supervisionar a polícia e o Exército, para, no futuro, se bem-sucedido, almejar o cargo de primeiro-ministro do país. Ele foi saudado assim por seguidores após o triunfo eleitoral.

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