Montadoras são afetadas por bloqueios ilegais em rodovias, mas setor espera cumprir meta de 2022, diz Anfavea
Bloqueio de caminhoneiros na altura do km 150, nos dois sentidos da Dutra, em São José dos Campos, interior de São Paulo, causou grandes congestionamentos na cidade na manhã desta terça-feira, 01 de novembro de 2022. — Foto: LUCAS LACAZ RUIZ/ESTADÃO CONTEÚDO
As montadoras de veículos do Brasil foram afetadas pelos bloqueios ilegais em rodovias do país após o segundo turno das eleições, informou a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) nesta terça-feira (8). Apesar disso, o setor disse ter confiança de que conseguirá cumprir a estimativa de vendas de 2,14 milhões de veículos em 2022.
De acordo com o presidente da associação, Márcio Leite, os bloqueios contra o resultado das eleições impediram, apenas em 31 de outubro, a produção de entre 6 mil e 9 mil veículos por conta de dificuldades no transporte de peças e trabalhadores para fábricas.
Houve também problemas no registro de emplacamentos de cerca de 9 mil veículos no dia 31, o que acabou levando as vendas, cujos registros costumam se concentrar mais para o final de cada mês, a encerrarem em queda de 6,7% em outubro ante setembro.
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Até outubro, o volume vendido de carros, comerciais leves, caminhões e ônibus novos somou 1,68 milhão de unidades, queda de 3,2% sobre o mesmo período de 2023.
"Temos totais condições de alcançar a projeção", disse Leite, ressaltando que para isso os licenciamentos de novembro e dezembro terão que somar 456 mil veículos. Em outubro, os licenciamentos somaram 180,9 mil.
O presidente da Anfavea afirmou que novembro já começou com crescimento na média diária de vendas ante outubro, mas não deu detalhes.
Segundo ele, a crise na oferta de componentes eletrônicos para montagem de veículos continua o ponto principal de preocupação do setor automotivo nacional, mas o cenário tem mostrado nos últimos meses sinais de melhora, com uma maior disponibilidade às montadoras locais.
Em outubro, as montadoras de veículos no Brasil produziram 206 mil carros, comerciais leves, caminhões e ônibus, queda de 0,8% sobre o volume montado em setembro, afetada em parte pelas manifestações golpistas.
As vendas de veículos novos recuaram 6,7% na comparação mensal, mas na relação anual subiram 11,4% diante de uma fraca base de comparação, já que 2023 marcou o auge da crise na oferta de chips ao setor.
WebstoriesA indústria acumulou neste ano até o final do mês passado produção de 1,96 milhão de veículos, crescimento de 7,1% sobre os dez primeiros meses de 2023.
O estoque de veículos novos no país terminou outubro em 188,9 mil unidades, suficientes para 31 dias de vendas. Em setembro a soma era de 176,3 mil veículos ou 29 dias de comercialização.
Segundo o presidente da Anfavea, o volume estocado é "normal", mas citou o nível pré-pandemia, quando em 2023 o estoque atingiu 360 mil veículos, suficiente para 45 dias de vendas.
Em outubro, as exportações dispararam 43,5% sobre um ano antes, para 42,8 mil veículos montados, segundo os dados da Anfavea. Enquanto a Argentina, tradicional mercado brasileiro, perdeu participação nas vendas externas no mês passado, os embarques para México e Chile ganharam destaque.
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