'Me perdoa, sou inocente', diz Flordelis a Siro Darlan, testemunha de defesa em júri

Flordelis durante o julgamento — Foto: Brunno Dantas/TJRJ 1 de 3 Flordelis durante o julgamento — Foto: Brunno Dantas/TJRJ

Flordelis durante o julgamento — Foto: Brunno Dantas/TJRJ

O desembargador 💥️Siro Darlan foi uma das testemunhas de defesa convocadas pelos advogados de Flordelis para depor nesta quinta-feira (10) - quarto dia de júri popular da ex-deputada e outros réus.

A ex-parlamentar é acusada da morte do marido, o pastor 💥️Anderson do Carmo, no dia 16 de junho de 2023. Também estão sendo julgados por envolvimento no assassinato a filha biológica de Flordelis Simone dos Santos, a neta Rayane dos Santos e os filhos adotivos André Luiz e Marzy Teixeira.

Siro Darlan contou como ajudou a fiscalizar as crianças em poder de Flordelis quando era juiz da Vara de infância e juventude no Rio de Janeiro.

Ele disse que, quando assumiu a vara, já havia um mandado contra Flordelis porque ela já abrigava de 25 e 27 crianças, das quais ninguém sabia de onde vinham, contou que tentou cumprir o mandado, mas não conseguiu porque ela morava em um barraco na favela do Jacarezinho, lugar dominado pelo tráfico.

Mas que na sequência foi procurado por empresários que se ofereceram para ajudar e fazer com que Flordelis não fosse mais perseguida. Eles providenciaram uma casa no Rio Comprido, com quartos, camas e armários e dado uma família substituta para aquele número de crianças.

A partir dessa ajuda, a situação de Flordelis teria se regularizado junto à Justiça.

"Nesse processo, a Flor se tornou uma pessoa conhecida no mundo gospel, artístico e religioso. Fui convidado para vários eventos, como no lançamento do livro em que contava essa história fantástica, de amor à criança e ao adolescente, assim como no filme que contava a história dela", disse.

Depois, contou que se setiu um perseguidor da pastora.

"Em um lançamento de um livro dela, eu falei que me sentia um perseguidor da Flor. Disse que me sentia como São Paulo, que perseguia os cristãos, e que caí do cavalo quando conheci o trabalho dela", disse.

Neste momento, Flordelis começou a chorar e deixou o plenário dizendo:

O depoimento seguiu e o agora desembargador contou que, apesar da relação que desenvolveu com a família Flordelis, falava apenas com Anderson.

"Anderson passou por várias etapas: conheci como filho, depois ele casou com a Flor e assumiu protagonismo tal que, quem falava comigo, não era o Flor, mas Anderson. E assumiu uma posição de pai desses filhos/irmãos. Passou a ser um gerente, o cara que decidia e comandava esse produto família Flordelis. Flor quase nem falava comigo e, quando falava, de cabeça baixa. Já o Anderson, não. Anderson era o cara", descreveu.

Os réus durante o julgamento — Foto: Brunno Dantas/TJRJ 2 de 3 Os réus durante o julgamento — Foto: Brunno Dantas/TJRJ

Os réus durante o julgamento — Foto: Brunno Dantas/TJRJ

Na sequência, a testemunha chamada a depor foi o perito 💥️Sami El Jundi - o mesmo contratado pela defesa de Dr. Jairinho para o caso Henry Borel.

Ele foi chamado para analisar o laudo de necropsia de Anderson do Carmo. Ao começar a detalhar o mapa cadavérico, André Luiz, um dos réus, cobriu o rosto para não olhar. Com a continuação, do depoimento, começou a chorar e também deixou o plenário para a sala de apoio aos réus, onde Flordelis permanecia desde o depoimento de Siro Darlan.

Entre as observações técnicas, ele disse que o corpo tinha 30 ferimentos, e não necessariamente 30 tiros, já que podem significar saída de disparo, com exceção do disparo 1, que continha o que se conhece por tatugem verdadeira, que não sai da pele, e indica a entrada de um disparo.

Ao ser perguntado sobre um tiro na cabeça, o perito Sami El Jundi, descreveu as características da ferida e concluiu:

Depois, respondeu sobre o fato de Anderson do Carmo ter recebido vários tiros na região genital, e se isso teria conotação sexual.

"Metade dos tiros foi dada abaixo da linha da cintura, tinha um alvo especifico. Tinha um objetivo de destruir o que estava ali, indicando natureza sexual, sim. Raiva e destruir o que estava ali", respondeu Sami El Jundi.

Flordelis: preferidos e preteridos — Foto: Brunno Dantas/TJRJ 3 de 3 Flordelis: preferidos e preteridos — Foto: Brunno Dantas/TJRJ

Flordelis: preferidos e preteridos — Foto: Brunno Dantas/TJRJ

Desde o início do júri popular, na segunda-feira (7), este foi o dia em que mais testemunhas depuseram.

O dia começou com duas testemunhas de acusação depondo e finalizando as testemunhas do Ministério Público. A primeira a sentar para depor foi Roberta dos Santos - filha registrada por Flordelis e Anderson. Ela foi categórica em dizer que a mãe tinha envolvimento com a morte do pai.

Depois, foi a vez de Rebeca Vitória Silva, neta de Flordelis e filha de Carlos Ubiraci, filho de Flor e já julgado no mesmo processo.

O fim da manhã teve ainda o depoimento de Tayane Dias, filha afetiva da ex-parlamentar, e Érica dos Santos de Souza, filha adotiva de Flordelis.

Os depoimentos da tarde começaram com o médico Diogo Bagano Diniz Gomes, médico oncologista que atendeu a ré Simone Santos no Hospital Albert Einstein, e o desembargador Siro Darlan contou como conheceu Flordelis,.

Além da ex-parlamentar, outros quatros réus estão sendo julgados: a filha biológica de Flordelis Simone dos Santos, a neta Rayane dos Santos e os filhos adotivos André Luiz e Marzy Teixeira.

A morte de Anderson do Carmo ocorreu na noite de 16 de junho de 2023. O pastor foi morto, com mais de 30 tiros, na garagem da casa onde morava com a família, em Pendotiba, Niterói.

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