'Mercado não tem com o que se preocupar', diz Gleisi após reações à fala de Lula sobre estabilidade fiscal
A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, participou de reunião do conselho político da transição de governo — Foto: Reprodução
A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou nesta sexta-feira (11) que o mercado não precisa se preocupar com Lula, porque “sabe como ele trabalha com as finanças públicas”.
Gleisi, uma das integrantes da comissão de transição do governo eleito, deu a declaração após a repercussão sobre uma fala de Lula nesta quinta (10). Ele disse que estabilidade fiscal não pode ser conquistada à custa do sofrimento das pessoas.
Na esteira da fala de Lula, o dólar teve na quinta alta de mais de 4%, a maior para um dia desde março de 2023.
“O mercado não tem com o que se preocupar. Conhece quem é Lula, sabe como ele trabalha com as finanças públicas, a responsabilidade que tem, e também conhece o compromisso social que ele tem”, disse a presidente do PT.
Gleisi afirmou ainda que a responsabilidade fiscal e social "devem ter por nossa parte a mesma visão de responsabilidade".
Ela ressaltou que, quando se fala em responsabilidade social, o que está em jogo é "a vida das pessoas, estamos falando da sobrevivência das pessoas".
Gleisi concedeu entrevista após a primeira reunião do conselho político de transição, criado para auxiliar nas ações do gabinete de Lula.
Composto até o momento por representantes de 14 partidos políticos, o conselho auxilia nas discussões sobre as medidas que o novo governo adotará após a posse.
Gleisi afirmou que os 31 grupos temáticos criados no gabinete de transição terão de entregar relatórios com diagnóstico sobre a situação da máquina federal, que serão reunidos em um documento a ser entregue ao vice-presidente eleito Geraldo Alckmin, coordenador da transição, e ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.
"O processo de transição é um processo de diagnóstico", destacou Gleisi.
Segundo ela, os relatórios serão encaminhados em 10 de dezembro com informações sobre a estrutura atual dos ministérios, contratos em andamento, portarias e decretos em vigor e os problemas que exigem soluções mais urgentes.
"É a situação de como se encontra a máquina do governo e as principais medidas emergenciais que tem que se tomar, se é que tem que se tomar já no início de governo", declarou
Dos 14 partidos com representantes no conselho, somente o MDB não participou do encontro, mas, segundo Gleisi, a sigla terá representante na reunião da próxima quinta-feira. Participaram do encontro desta sexta os seguintes aliado de Lula:
Gleisi também declarou na entevistas que "acharia de bom tom" o adiamento da eleição do presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O nome indicado pelo governo de Jair Bolsonaro foi o do economista Ilan Goldfajn
A presidente do PT foi questionada a respeito de um pedido enviado pelo ex-ministro Guido Mantega aos governos dos Estados Unidos, Chile e Colômbia solicitando o adiamento da escolha. A informação foi publicada pela CNN Brasil.
Gleisi disse desconhecer a informação e que não há orientação do gabinete de transição sobre o tema. Contudo, afirmou ser favorável ao adiamento.
"Em relação ao BID, nós não orientamos, mas eu acharia de bom tom eles adiarem. Nós temos um governo que foi eleito agora e não tem por que não esperar a posse do governo", disse
O atual ministro da Economia, Paulo Guedes, indicou Goldfajn, ex-presidente do Banco Central (BC), como candidato do Brasil ao cargo de presidente do BID.
A eleição está marcada para 20 de novembro. O presidente é eleito por um período de cinco anos, podendo ser reeleito apenas uma vez. O BID é uma das principais fontes de financiamento de longo prazo para o desenvolvimento econômico, social e institucional de países da América Latina e do Caribe.
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