Mel falso, adulterado ou fraudado: saiba quais os riscos, como identificar e denunciar

Mel considerado puro é um alimento natural que não passou por adição de nenhum produto — Foto: 96dpi on VisualHunt 1 de 4 Mel considerado puro é um alimento natural que não passou por adição de nenhum produto — Foto: 96dpi on VisualHunt

Mel considerado puro é um alimento natural que não passou por adição de nenhum produto — Foto: 96dpi on VisualHunt

Você sabia que o mel fraudado pode ser tóxico e causar riscos à saúde? O mel considerado puro é um alimento natural que não passou por adição de nenhum produto, por processo de aquecimento ou filtragem.

Uma pesquisa divulgada no "Journal of Food Science" coloca a iguaria na lista de alimentos mais vulneráveis à adulteração.

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A alta demanda do mercado e o preço relativamente alto transformaram o mel em um produto visado por falsificadores, de acordo com o engenheiro agrônomo Rodrigo Durieux da Cunha, chefe da Divisão de Estudos Apícolas da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural (Epagri) de Santa Catarina.

O g1 ouviu especialistas que trabalham com o setor para levantar 5 pontos sobre o mel falso envolvendo os riscos, cuidados com as adulterações e meios para denunciar.

Nesta reportagem, você vai ver:

1. De quais formas as fraudes podem ocorrer?
2. Como reconhecer a falsificação do mel? Faça o teste
3. O que verificar na hora da compra
4. Quais são as punições para quem falsifica?
5. Como denunciar

“Para ser comercializado o mel precisa obrigatoriamente ser proveniente de estabelecimentos que têm serviços de inspeção com padrões de identidade, qualidade, que garantem autenticidade e segurança do produto”, afirma Ana Carolina Costa, que é professora do Departamento de Ciência e Tecnologia de Alimentos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

É expressamente proibida a utilização de qualquer tipo de aditivos no mel, segundo a instrução normativa do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). As regras definidas pelo não se aplicam para 💥️mel industrial e💥️ mel utilizado com ingrediente em outros alimentos.

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O mel pode ser consumido como adoçante e como medicamento devido ao impacto terapêutico.

Segundo o "Journal of Food Science", o consumo do mel adulterado aumenta o açúcar no sangue, o que pode causar diabetes, obesidade e pressão alta. O órgão mais afetado é o fígado, seguido por rim, coração e cérebro.

Mel — Foto: Marco Hamersma on Visualhunt.com 2 de 4 Mel — Foto: Marco Hamersma on Visualhunt.com

Mel — Foto: Marco Hamersma on Visualhunt.com

Para Daniel Cavalcante, responsável pela Baldoni Corp, empresa de produtos feitos à base de mel e derivados, o principal concorrente dos produtores envolve produtos falsificados.

“A procura pelo mel aumenta cada vez mais, nós não temos produção suficiente e aparece aqueles oportunistas que acabam produzindo uma solução à base de açúcares. É o produto oferecido na beira de estrada, na frente de estabelecimentos como bancos, Correios e outros, que as pessoas têm um carrinho e o ‘mel’ dentro de uma garrafa, isso não pode e não tem as certificações mínimas para garantir a qualidade para os consumidores”.

Quando ocorre a escassez de alimentos na natureza para as abelhas são realizadas operações de manejo para a manutenção dos enxames. Por conta disso, durante esse período não é permitido pela legislação colher mel, de acordo com a presidente da Associação Brasileira dos Exportadores de Mel (Abemel), Andresa Barreta.

"O mel proveniente de abelhas, em época de alimentação, é considerado fraudado, porém, essa prática não é a mais comum, pois envolve custos e manejo. Acaba não sendo tão vantajoso ao falsificador quanto a mistura do açúcar ao mel já colhido. Várias formas podem ser utilizadas na fraude como o uso de amido, açúcar de arroz e beterraba, que é mais difícil detecção".

A bioquímica Ana Horta, responsável pelas análises de qualidade de mel da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), explica que devido às diferentes características dos méis e da diversidade de ingredientes que fabricantes desonestos utilizam para adulterar os produtos, fica difícil comprovar as possíveis fraudes.

Apesar de não ser um teste totalmente eficaz, uma das formas mais simples e que tem sido bastante utilizada é o💥️ teste feito com iodo, que consiste em misturar o mel com água e pingar algumas gotas de iodo, que pode ser comprado na farmácia . Neste caso, o iodo reage na presença de amido e dextrinas (categoria de carboidrato e gomas naturais, que podem ser levemente amareladas), dando uma coloração mais aproximada do roxo ou azul.

Como saber se o mel é falso? — Foto: Luisa Blanco / g1 3 de 4 Como saber se o mel é falso? — Foto: Luisa Blanco / g1

Como saber se o mel é falso? — Foto: Luisa Blanco / g1

Adulteração de mel — Foto: Elcio Horiuchi / g1 4 de 4 Adulteração de mel — Foto: Elcio Horiuchi / g1

Adulteração de mel — Foto: Elcio Horiuchi / g1

Os estabelecimentos registrados no Serviço de Inspeção Federal (SIF) em que houver suspeita ou evidência de que um produto represente risco podem ser apreendidos, ter a suspensão provisória do processo de fabricação ou de suas etapas, coleta de amostras para realização de análises.

Em casos de irregularidades, as punições previstas são: advertência, multa, apreensão e condenação de produtos, suspensão de atividades, interdição e cassação do registro do estabelecimento.

Caso o produto seja de estabelecimento sob inspeção municipal ou estadual, ou quando não houver informações sobre o fabricante, a recomendação é registrar a ocorrência junto à Vigilância Sanitária do município ou do estado em que o produto foi adquirido.

Os consumidores também podem registrar denúncias junto à Ouvidoria do MAPA. As ocorrências podem ser feitas por meio do WhatsApp: (61) 99696-1912, email do órgão que é ouvidoria@agro.gov.br, ou pelo telefone (61) 3218-2089.

O que você está lendo é [Mel falso, adulterado ou fraudado: saiba quais os riscos, como identificar e denunciar].Se você quiser saber mais detalhes, leia outros artigos deste site.

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