Na COP 27, Lula propõe aliança global contra fome e cobra de países ricos recursos contra mudança climática
O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), propôs, durante pronunciamento nesta quarta-feira (16) na COP 27, no Egito, uma aliança global para combater a fome em todo o mundo. Ele também cobrou dos países ricos o cumprimento da promessa de recursos para enfrentamento dos efeitos das mudanças climáticas nos países mais pobres.
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O presidente eleito desembarcou no Egito na última segunda-feira (14) para participar da COP 27. Ele foi convidado pelo presidente do país, Abdel Fatah al-Sissi.
Esta é a primeira viagem de Lula ao exterior desde a vitória nas eleições de 2022 contra o presidente Jair Bolsonaro, que não viajou para a COP 27.
No discurso, Lula:
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1 de 1 Lula discursa na COP27 — Foto: Ahmad Gharabli/AFP
Lula discursa na COP27 — Foto: Ahmad Gharabli/AFP
De acordo com o petista, "a luta contra o aquecimento global é indissociável da luta contra a pobreza e por um mundo menos desigual e mais justo".
Lula criticou gastos com guerras, enquanto milhões de pessoas passam fome no mundo. E fez apelo por uma união para enfrentamento da "tragédia climática".
Ele apontou que "ninguém está a salvo" das mudanças climáticas, mas que os efeitos do aquecimento global recaem "com maior intensidade sobre os mais vulneráveis".
Por isso, cobrou dos países mais ricos o cumprimento da promessa de aplicação de recursos para ajudar os países em desenvolvimento a superarem os problemas causados pelas mudanças climáticas.
"Eu queria lembrar a vocês que, em 2009, os países presentes na COP 15, em Copenhagen, se comprometeram em mobilizar 100 bilhões de dólares por ano a partir de 2023 – portanto, já se passaram dois anos – para ajudar os países menos desenvolvidos a enfrentarem a mudança climática", disse o presidente eleito.
A Cúpula do Clima serve para que os países possam discutir as mudanças climáticas e propor medidas para a redução de gases do efeito estufa.
Mais cedo nesta quarta, Lula disse que pedirá à Organização das Nações Unidas (ONU) para a Amazônia sediar a Conferência do Clima (COP) em 2025.
Lula afirmou também no discurso que "o Brasil está pronto para se juntar novamente aos esforços para a construção de um planeta mais saudável" e de "um mundo mais justo".
Ele afirmou que não apenas "a paz e o bem-estar do povo brasileiro, mas também a sobrevivência da Amazônia e, portanto, do nosso planeta" estavam em jogo nas eleições presidenciais de 2022, em que ele derrotou o presidente Jair Bolsonaro.
O petista criticou o atual governo e afirmou que, com a volta dele à presidência, o Brasil irá "reatar os laços com o mundo e ajudar novamente a combater a fome no mundo". Ele também afirmou que a defesa do meio ambiente será prioridade em seu futuro governo.
"Por esse motivo, quero aproveitar esta conferência para anunciar que o combate à mudança climática terá o mais alto perfil na estrutura do meu governo. Vamos priorizar a luta contra o desmatamento em todos os nossos biomas", disse Lula.
O presidente eleito disse que os crimes ambientais cresceram "de forma assustadora" durante o governo Bolsonaro, mas que, no governo, dele serão "combatidos sem trégua".
De acordo com Lula, o Brasil estará aberto à cooperação internacional na luta para frear o desmatamento. Entretanto, segundo ele, essa ajuda será "sempre sob a liderança do Brasil, sem jamais renunciarmos à nossa soberania".
O presidente eleito anunciou ainda que irá propor a realização da Cúpula dos Países Membros do Tratado de Cooperação Amazônica, que reúne Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela, para discutir "a promoção do desenvolvimento integrado da região, com inclusão social e responsabilidade climática".
Ele propôs ainda que o Brasil seja sede da COP 30, que acontecerá em 2025.
Lula ainda defendeu a construção de "uma ordem mundial pacífica, assentada no diálogo, no multilateralismo e na multipolaridade" e de uma "nova governança global".
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