Prefeitura de SP retira mobiliário usado pelo público no Minhocão até que reestruturação na gestão do projeto seja concluída

O novo mobiliário do Parque Minhocão, em São Paulo. — Foto: Marina Pinhoni/G1 1 de 1 O novo mobiliário do Parque Minhocão, em São Paulo. — Foto: Marina Pinhoni/G1

O novo mobiliário do Parque Minhocão, em São Paulo. — Foto: Marina Pinhoni/G1

Quem circulou pelo Minhocão no último feriado, o da Proclamação da República, não encontrou no espaço nenhuma das estações de descanso, com bancos, arquibancadas e tablados. O mobiliário urbano disponível ao público em fins de semana e feriados foi retirado pela Prefeitura de São Paulo por tempo indeterminado.

O espaço é amplamente utilizado para lazer. Segundo a prefeitura, o projeto do mobiliário “está passando por uma reestruturação e deverá ser retomado novamente tão logo esse processo seja concluído”.

A reestruturação se deve a uma troca na gestão das estruturas. Ainda de acordo com a prefeitura, em 2023, a Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento (SMUL), com apoio da SP Urbanismo, assumiu a gestão do Elevado João Goulart, o Minhocão, com o objetivo de estruturar o local para um uso mais seguro e acessível aos pedestres nos horários de liberação da via como espaço de lazer.

"O local recebeu mobiliário tático em áreas de descanso (36 praticáveis hexagonais, 4 bancos e tablados e 4 arquibancadas) aos finais de semana e feriados, gradis para segurança dos frequentadores e escadas de acesso", diz a prefeitura.

De acordo com a nota, a partir da conclusão do processo de concepção desse projeto, a manutenção e operação do Minhocão como espaço de lazer passará a ser de responsabilidade da Secretaria Municipal de Turismo. Enquanto a transição entre as pastas não for concluída, o mobiliário não será disponibilizado ao público.

A prefeitura afirmou também que é "compromisso da gestão do prefeito Ricardo Nunes tornar a cidade cada vez mais inclusiva e justa. Nesse sentido, a ocupação democrática de espaços públicos é uma das prioridades do governo municipal, em especial, na região central da cidade. O uso do Elevado como espaço de lazer e convivência para todos é uma dessas iniciativas, que agora será coordenada junto à pasta relacionada a lazer e turismo na cidade, dando continuidade e aprimorando ainda mais o uso do espaço".

O presidente da Associação Parque Minhocão, Felipe Morozini, afirmou que, “ao colocar o mobiliário urbano, você possibilita a ocupação do espaço público e esse é objetivo; é trazer um pouquinho de dignidade para os frequentadores do Minhocão, e acho que essa é a parte mais importante, então quem é lesada é a população, sempre”.

“É quase que um direito adquirido, você entrega para a população uma coisa, e depois, você tira”, opinou. Morozini disse que já tentou contato com a Secretaria de Urbanismo, mas não obteve respostas.

Também em nota, a São Paulo Turismo diz que foi contratada pela Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento (SMUL) para atuar no controle dos acessos e na montagem e desmontagem do mobiliário disponibilizado aos usuários do Minhocão. "Os móveis foram instalados até 6 de novembro. Uma nova concepção para o uso do espaço e um novo contrato de manutenção estão em elaboração, sob a responsabilidade da Secretaria Municipal de Turismo", diz o texto.

Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), o local foi inaugurado em janeiro de 1971. O "Minhocão" liga o Centro de São Paulo ao Largo Padre Péricles, em Perdizes, na Zona Oeste. Tem uma extensão total de 3.400 metros. Até 1976, o Elevado funcionava 24 horas para o tráfego de veículos, mas, desde então, passou a ser fechado diariamente, a fim de diminuir o barulho causado pelo tráfego e também o número de acidentes.

Em novembro de 1989, a prefeitura determinou a interdição da via, de segunda a sábado, das 21h30 até as 6h, e o fechamento total aos domingos. Em julho de 2015, o Elevado começou a ser fechado aos sábados, às 15h, e reaberto na segunda-feira. Desde 9 de março de 2018, ele fica fechado para carros também durante todo o sábado.

A TV Globo questionou a Prefeitura de São Paulo sobre a data de início dessa transição e se há previsão para o retorno da estrutura para a população, mas, até a última atualização desta reportagem, não obteve resposta.

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