Quem é Viktor Orbán, premiê húngaro que irritou países vizinhos e causou incidente diplomático devido a cachecol

O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, durante encontro com jogadores da seleção nacional vestindo um cachecol com o desenho do mapa da 'Grande Hungria', em 22 de novembro de 2022. — Foto: Reuters 1 de 2 O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, durante encontro com jogadores da seleção nacional vestindo um cachecol com o desenho do mapa da 'Grande Hungria', em 22 de novembro de 2022. — Foto: Reuters

O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, durante encontro com jogadores da seleção nacional vestindo um cachecol com o desenho do mapa da 'Grande Hungria', em 22 de novembro de 2022. — Foto: Reuters

Viktor Orbán, o premiê da Hungria que se envolveu num incidente diplomático e irritou países vizinhos devido a um cachecol, já foi alvo de diversas críticas da comunidade internacional por medida autoritárias e discriminatórias.

Político ultranacionalista em seu quarto mandato com primeiro-ministro, ele se encontrou com um jogador de futebol húngaro usando sobre os ombros um acessório com o mapa da “Grande Hungria”. A referência que a imagem faz a um território anterior à Primeira Guerra Mundial fez com que as vizinhas Ucrânia e Romênia acionassem seus embaixadores na capital húngara, Budapeste.

No poder desde 2010, Orbán é conhecido por suas políticas xenófobas contra os imigrantes e contra a população LGBTQIA+. Ele também já cassou a licença de empresas de mídia e aumentou o número de juízes no Supremo Tribunal do país para nomear novos ocupantes, em meio a uma guinada autoritária que aumpliou sua influência sobre o judiciário.

Orbán é visto como uma inspiração para a ultradireita no mundo e foi um dos poucos líderes europeus que, em 2023, estiveram na cerimônia de posse de Jair Bolsonaro, que retribuiu a visita a ele no início deste ano e o chamou de irmão.

💥️Veja abaixo vídeo de abril sobre o perfil de Orbán e entenda quem ele é nos seguintes aspectos:

Viktor Orbán foi eleito em 2010 com o apoio do partido Fidesz, que obteve a maioria dos assentos do Parlamento húngaro nesse período.

O Fidesz é considerado um partido fiel, o que facilita o governo de seu líder, que aproveitou esta fidelidade para aprovar leis que seguem seu ideário de conservador de direita e para aumentar sua representação legislativa.

Nas eleições parlamentares deste ano, seu partido foi vitorioso mais uma vez, e ele iniciou seu quarto mandato à frente do cargo de primeiro-ministro.

Imagem de Viktor Orbán em 12 de fevereiro de 2022 — Foto: Attila Kisbenedek / AFP 2 de 2 Imagem de Viktor Orbán em 12 de fevereiro de 2022 — Foto: Attila Kisbenedek / AFP

Imagem de Viktor Orbán em 12 de fevereiro de 2022 — Foto: Attila Kisbenedek / AFP

Para alguns especialistas, Orbán conseguiu corromper a democracia por dentro. Como exemplo, ele aumentou o número de juízes do Supremo Tribunal do país de 11 para 15 e nomeou os ocupantes das novas cadeiras.

Para estimular um aumento da população húngara, mulheres que têm quatro ou mais filhos não pagam mais Imposto de Renda.

Cidadãos mais velhos, que deixam seus empregos para cuidar de netos, são compensados pelo governo.

Em 2015 houve uma crise de refugiados, principalmente da Síria, que chegavam à Europa. Os governos de alguns países, como o da Alemanha, adotaram políticas para tentar acomodar esses imigrantes.

Orbán se recusou a recebê-los e mandou erguer barreiras nas fronteiras, uma ação considerada xenófoba.

Em 2018, pouco depois de ter sido reeleito, ele tirou o financiamento dos programas de ensino superior que estudavam gêneros.

Recentemente, ele restringiu o acesso de menores de 18 a livros ou outros materiais que, segundo ele, “promovem” homossexualidade. Também propôs uma lei que proíbe a alteração de gêneros em documentos oficiais. Essas medidas foram consideradas LGBT-fóbicas por alguns dos membros do Parlamento Europeu.

Ao longo dos 12 anos em que esteve no poder, Orbán também criou um órgão de regulação da imprensa e passou a cassar concessões de empresas de comunicação por causa de coberturas.

Além disso, o governo aplica multas às empresas de jornalismo.

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