Após modelo denunciar gordofobia durante voo, Ministério da Justiça notifica Qatar Airways por possível conduta discriminatória
Juliana Nehme relatou gordofobia em voo da Qatar Airways — Foto: Reprodução/Instagram
Após a modelo paulista e influenciadora plus size Juliana Nehme denunciar que foi vítima de gordofobia na última terça-feira (22) pela companhia área Qatar Airways, no Líbano💥️, a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), que é ligada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, notificou a companhia aérea Qatar Airways a prestar esclarecimentos em um prazo de 10 dias.
Segundo a Senacon, a notificação foi enviada na segunda-feira (28) após o órgão tomar conhecimento da prática de possível conduta discriminatória a pessoas obesas pela empresa.
"Diversas reportagens noticiaram na imprensa que, no dia 22/11, a QATAR impediu uma consumidora de embarcar em um voo no Líbano, por ter sido considerada 'demasiadamente gorda' pela companhia, condicionando o seu embarque à aquisição de um bilhete na classe executiva ou dois bilhetes na classe econômica. Além disso, a consumidora deveria pagar multa por não ter embarcado na data e no horário do voo", disse a Senacon.
Com base nessas informações e em relatos da modelo nas redes sociais, o órgão ressaltou que "apura se houve prática infrativa na prestação de serviços do grupo Qatar Airways Group".
Dentre outras informações, a Senacon pede esclarecimentos sobre quais são as medidas operacionais que foram ou estão sendo adotadas para eliminar situações como essa, além da política praticada pela empresa direcionada a passageiros obesos.
A reportagem do 💥️g1 tenta contato com a companhia aérea para comentar sobre a notificação.
Na quarta-feira (23), Juliana contou nas redes sociais que estava no Líbano com sua família e que embarcaria para São Paulo após conexão para Doha. Entretanto, a passageira teve os planos frustrados ao ser impedida de viajar.
Segundo ela, seu embarque para o Brasil foi negado pela companhia aérea por ser "gorda demais". 💥️
A empresa alegou que ela não teria direito à passagem, que já havia sido comprada no valor de US$ 1.000 (aproximadamente R$ 6.000), pois, para embarcar, precisaria de uma passagem executiva (ao custo de US$ 3.000) ou de duas passagens normais para "caber no assento", afirmou a modelo.
"Fui ameaçada. Ao tentar gravar o que eles estavam fazendo a moça do guichê me empurrou e nada adiantou. Fui amaçada se não parasse de gravar. Eu estou retida no Líbano. Eles queriam que minha mãe fosse embora e eme deixasse sozinha aqui no Líbano. Mas não falo inglês nem árabe. Ela se recusou", disse no vídeo.
2 de 3 Juliana Nehme fala sobre caso de gordofobia — Foto: Reprodução/InstagramJuliana Nehme fala sobre caso de gordofobia — Foto: Reprodução/Instagram
Em nota divulgada na quinta-feira (24), a empresa afirmou que a passageira foi realocada para um voo no Brasil e alegou que um dos acompanhantes de Juliana não teria apresentado documentação necessária para entrada no Brasil.
No texto, a companhia cita o exame PCR. Segundo regras da Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária) brasileiros e estrangeiros devem apresentar o comprovante de vacinação contra a Covid ou comprovante de realização de teste do tipo antígeno ou RT-PCR, com resultado negativo ou não detectável para Covid-19, realizado um dia antes do embarque.
"A Qatar Airways trata todos os passageiros com respeito e dignidade e, de acordo com as práticas da indústria e de forma semelhante à maioria das companhias aéreas, qualquer pessoa que impossibilite o espaço de um outro passageiro e não consiga prender o cinto de segurança ou abaixar os apoios de braço pode ser solicitada a comprar um assento adicional tanto como uma precaução de segurança quanto para o conforto de todos os passageiros. A passageira em questão no Aeroporto de Beirute foi inicialmente extremamente rude e agressiva com a equipe de check-in quando um de seus acompanhantes não apresentou a documentação PCR necessária para entrada no Brasil. Como resultado, a segurança do aeroporto foi solicitada a intervir, pois funcionários e passageiros estavam extremamente preocupados com a situação. Podemos confirmar que a passageira já foi realocada em um voo da Qatar Airways esta noite saindo do Líbano com destino ao Brasil."
Juliana afirmou que a acusação de que foi grossa e brigou com as atendentes da Qatar é mentira.
Após chegar no Brasil, a modelo agradeceu a ajuda de internautas e da Embaixada do Brasil.
"Tudo aconteceu muito rápido. Estava na casa da embaixada, quando me disseram que teria de vir ao aeroporto. Finalmente a Qatar cedeu e aceitaram que eu e minha mãe fizesse a viagem sem pagar a multa e assento extra, graças a Deus. Quero agradecer todo mundo que me ajudou, a embaixada também. Não tenho palavras. Vou orar por cada um. Amanhã estarei em São Paulo", disse.
3 de 3 Juliana durante viagem no Líbano — Foto: Reprodução/Instagram
Juliana durante viagem no Líbano — Foto: Reprodução/Instagram
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