PEC da Transição: Lula defende texto apresentado, mas diz que aceita negociar com Congresso
Presidente eleito Lula concede entrevista coletiva em Brasília — Foto: Reprodução
O presidente eleito Lula (PT) afirmou nesta sexta-feira (2) esperar que o Congresso Nacional aprove a proposta conhecida como PEC da Transição conforme o texto apresentado pelo governo eleito, mas acrescentou que aceita negociar com os parlamentares.
Lula deu a declaração ao conceder uma entrevista coletiva em Brasília na qual abordou outros assuntos ()
A PEC da Transição foi apresentada nesta semana. Entre outros pontos, prevê que as despesas com o Auxílio Brasil (que voltará a se chamar Bolsa Família) ficarão fora do teto de gastos. O governo eleito argumenta que a medida é necessária para garantir, por exemplo, o pagamento de R$ 600 mensais uma vez que a proposta de Orçamento do governo Jair Bolsonaro garante R$ 400.
"O que me interessa é a PEC que nós mandamos. Essa PEC já foi conversada com o presidente da Câmara, com o presidente do Senado, várias lideranças. Até agora, não há sinal de que as pessoas queiram mudar a PEC. As pessoas sabem que não é o governo que precisa dessa PEC, [sabem] que o Brasil precisa dessa PEC. Quem deveria ter colocado a quantidade de recursos no Orçamento era o atual governo", afirmou Lula nesta sexta-feira.
A PEC prevê que o governo poderá estourar o teto de gastos em R$ 198 bilhões no ano que vem, mas economistas alertam que o montante proposto eleva a dívida pública e gera incertezas sobre o futuro da economia e das contas públicas.
Paralelamente à proposta do governo, o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) apresentou uma proposta que eleva o teto de gastos em R$ 80 bilhões no ano que vem. Tasso argumenta que o valor garante os R$ 600 do Auxílio Brasil e garante a recomposição do Orçamento da União.
O colunista do g1 Valdo Cruz informou que o governo eleito enviou o texto apresentado com o objetivo de ter margem de negociação.
Durante a entrevista em Brasília, Lula abordou outros temas.
Disse, por exemplo, que a deputada Gleisi Hoffmann não será ministra do futuro governo, acrescentando que a equipe só será anunciada após a diplomação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), marcada para 12 de dezembro.
Lula também afirmou que quer influir nas decisões na Economia e que o novo ministro deverá refletir "sucesso do primeiro mandato".
O presidente eleito também declarou que terá um encontro com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e que, na reunião, os dois irão discutir temas como democracia e a guerra na Ucrânia.
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