Bloqueio de verba compromete bolsas de estudantes, salários, água, luz e todas as contas da UFRPE: 'Não temos um centavo

Campus Recife da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) fica no bairro de Dois Irmãos, na Zona Norte da capital — Foto: Pedro Alves/g1 1 de 1 Campus Recife da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) fica no bairro de Dois Irmãos, na Zona Norte da capital — Foto: Pedro Alves/g1

Campus Recife da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) fica no bairro de Dois Irmãos, na Zona Norte da capital — Foto: Pedro Alves/g1

O novo bloqueio do orçamento das universidades e institutos federais vai afetar o pagamento de todas as contas de manutenção da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), durante o mês de dezembro. De acordo com o reitor Marcelo Carneiro Leão, serão afetadas bolsas de estudantes, contas de energia e água e salários de profissionais terceirizados, por exemplo.

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Na segunda-feira (28), o Ministério da Educação bloqueou o orçamento das UFs e, na quinta-feira (1º), desbloqueou. No mesmo dia, à noite, veio outro golpe, que, segundo Marcelo Carneiro Leão, é ainda pior: o governo federal zerou o limite de pagamentos das instituições.

"Eu fiz uma analogia que é como se tivessem tirado nosso cartão do banco na segunda-feira e devolvido na quinta, só que com o chip queimado. Não serve para nada. Não temos um centavo no banco", afirmou o reitor da UFRPE.

O novo bloqueio foi feito por meio de decreto pelo governo de Jair Bolsonaro (PL). Num comunicado, o setor financeiro do MEC afirma que a medida "zerou o limite de pagamentos das despesas discricionárias do MEC previsto para o mês de dezembro".

Segundo Marcelo Carneiro Leão, essa medida é diferente das outras, porque significa, na prática, que o governo não vai transferir o dinheiro já gasto. Antes, o que havia era bloqueios no orçamento, mas o dinheiro estava lá. Só não podia ser gasto. Eram cerca de 29,1 milhões ameaçados nas instituições de Pernambuco.

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"Tínhamos R$ 4,4 milhões para empenhar. Quando houve o desbloqueio, corremos e empenhamos o que pudemos, como bolsas de estudantes e os pagamentos de terceirizados, porque isso é o dinheiro das pessoas. Não adiantou de nada, porque o governo não vai transferir o dinheiro. Não posso pagar bolsa, água, terceirizados… nada, porque não tenho dinheiro no banco", disse o reitor.

Marcelo Carneiro Leão também disse que, atualmente, o orçamento da universidade é de praticamente metade do que era no início do governo Bolsonaro, considerando a inflação. "Era pra termos R$ 85 milhões, e temos R$ 46 milhões. É um comprometimento de cerca de 50%. Já em cima do orçamento reduzido, tivemos mais um corte de 7% no meio do ano

O reitor disse, ainda, que tem se reunido com outros reitores, para tentar reverter o quadro. Nessas negociações está a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes).

"A Andifes está 24 horas nisso, falando com o parlamento. Antes, quando era bloqueio no orçamento, não tínhamos muito o que fazer. Agora, devemos entrar na Justiça. Temos uma reunião em Brasília, na semana que vem, para discutir o que fazer", declarou.

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