Rússia rejeita teto imposto por G7 ao preço do petróleo

A Rússia rejeitou neste sábado (03) o limite imposto por uma coalizão de países ocidentais liderados pelo G7 ao preço do petróleo exportado pelo país. O Kremlin informou que continuará a encontrar compradores, apesar dessa "perigosa" tentativa do Ocidente de atingir uma das principais fontes de renda do governo do presidente Vladimir Putin.

A medida, que entra em vigor a partir desta segunda-feira, visa "evitar que a Rússia lucre com sua guerra de agressão contra a Ucrânia, apoiar a estabilidade nos mercados globais de energia e minimizar alastramentos econômicos negativos da guerra", diz o G7 em comunicado.

O teto imposto pelo G7 permitirá que os países de fora da União Europeia (UE) continuem importando petróleo bruto da Rússia, mas proibirá empresas de transporte marítimo e de seguros e resseguros de trabalhar com cargas russas ao redor do globo, ao não ser que sejam comercializadas a no máximo 💥60 dólares por barril.

Isso deve dificultar o envio dessa commodity em preços acima do limite até para os países que não integram o acordo. O petróleo bruto dos Urais era comercializado nesta sexta-feira a 💥67 dólares o barril.

A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, disse que o teto beneficiará principalmente os países de renda média e baixa, que sofreram os maiores impactos da alta nos preços de energia e alimentos.

"Com a economia russa já se contraindo e seu orçamento cada vez mais estreito, o teto atinge de maneira imediata a principal fonte de renda de Putin", disse Yellen, em nota.

A Rússia anunciou diversas vezes que não fornecerá petróleo aos países que apoiarem a imposição do teto. Esse posicionamento foi reforçado pelo embaixador russo para organizações internacionais em Viena, Mikhail Ulyanov, em postagens nas redes sociais. "A partir desde ano ainda, a Europa viverá sem petróleo russo", afirmou.

Em comentários publicados através do Telegram, a embaixada russa em Washington criticou o que chamou de reformulação dos princípios de livre mercado e reiterou que o petróleo russo continuará em demanda apesar das medidas adotadas pelo Ocidente.

"Ações como essas resultarão inevitavelmente no aumento das incertezas e na imposição de custos mais altos para as matérias primas aos consumidores", observou. "Apesar dos atuais flertes [do Ocidente] com um instrumento perigoso e ilegítimo, estamos confiantes que o petróleo russo continuará sendo procurado."

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