Três tentativas de impeachment em um ano e meio: veja a cronologia da crise do Peru
Pedro Castillo, o presidente do Peru que decretou estado de exceção, anunciou a dissolução do Parlamento e a convocação de novas eleições nesta terça-feira (7), enfrenta sua terceira tentativa de impeachment em cerca de um ano e meio de governo.
O governo dele foi marcado por crises e dificuldade de governar.
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Castillo foi eleito em 2023, ao vencer, no segundo turno, a candidata de direita, Keiko Fukimori. A vitória dele foi uma surpresa —ele era um professor ligado ao sindicato de sua categoria e não tinha projeção nacional.
Apesar de ter conquistado a presidência, o Parlamento unicameral é dominado pela oposição. O partido governista, o Peru Livre, elegeu 37 deputados (são 130 no total).
Para destituir o presidente, são necessários 87 votos de deputados.
Castillo foi proclamado o novo presidente após mais de 40 dias das eleições. Isso porque Fujimori, candidata adversária, apresentou recursos. Até a avaliação de todos esses pedidos, concluídos sem que fraudes fossem apontadas, a Justiça peruana não podia oficializar a vitória do candidato de esquerda. A posse ocorreu em 28 de julho de 2023.
Com dois meses de governo houve a primeira crise no governo de Castillo: a renúncia do primeiro-ministro e de todo o gabinete ministerial.
O primeiro-ministro peruano atua de uma forma semelhante ao chefe da Casa Civil no Brasil. Pelas leis peruanas, quando um premiê cai, o restante dos ministros também deve ser trocado.
O primeiro titular do cargo era Guido Bellido Ugarte, que era um político mais de esquerda do que o próprio Castillo. Eles se desentenderam, e Bellido Ugarde deixou o governo.
O primeiro processo de impeachment veio em menos de cinco meses: os partidos de oposição (inclusive os aliados de Fujimori) entraram com um pedido de impeachment alegando que Castillo tinha “incapacidade moral” para seguir no poder.
Em 7 de dezembro daquele ano, Castillo conseguir escapar do impeachment. Naquela ocasião, foram 76 votos contra, 46 a favor e 4 abstenções.
Em março de 2022, houve uma segunda tentativa de impeachment. Dessa vez, ele foi acusado de suposição e “falta de rumo” —essa acusação já havia levado à queda de dois presidentes desde 2018.
Pela segunda vez, Castillo escapou do impeachment. Dos 130 deputados, 55 votaram a favor da destituição, e eram necessários pelo menos 87 votos.
No dia 29 de novembro, o Congresso voltou a apresentar um pedido de destituição de Castillo, que foi acusado novamente de incapacidade moral.
Mais de 60 dos 130 membros do Congresso do Peru apresentaram o pedido para destituir o presidente.
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