Alckmin diz que atos antidemocráticos são 'coisa de menino mimado'

O vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), afirmou nesta quinta-feira (8) que atos antidemocráticos são "coisa de menino mimado".

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Alckmin deu entrevista para a GloboNews. Ele foi questionado sobre o movimento do presidente deposto do Peru, Pedro Castillo, que tentou dissolver o Congresso do país na quarta-feira (7). Na sequência, a pergunta mencionou também atos de rua antidemocráticos no Brasil.

Para o vice eleito, a democracia deve ser um princípio básico da sociedade. Alckmin disse que o contrário, a autocracia, é um governo da vontade pessoal de um só indivíduo.

"Democracia é um valor, um princípio basilar. Eu, estudante de medicina, me filiei ao velho MDB para ajudar na redemocratização do país. Autocracia é um governo pessoal, de vontade pessoal, e democracia é o povo", disse.

Alckmin também afirmou que o processo de se fazer um ajuste fiscal nas contas públicas "é interminável". Para o futuro vice-presidente, a meta do governo deve ser sempre procurar "fazer mais com menos verba".

Ele foi questionado sobre a situação fiscal do país, neste momento em que a PEC da Transição, que tramita no Congresso, prevê aumentar o limite do teto de gastos, permitindo ao governo fazer mais despesas do que estava previsto no Orçamento.

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O vice eleito também foi questionado sobre o chamado "orçamento secreto" – nome pelo qual ficaram conhecidas as emendas de relator ao Orçamento federal. O Supremo Tribunal Federal (STF) julga ações que contestam o mecanismo, considerado inconstitucional e pouco transparente.

Alckmin disse considerar que as emendas parlamentares, em geral, são um instrumento legítimo, mas defendeu que seja ampliada a divulgação das informações de cada indicação. O político evitou comentar o julgamento em curso no STF.

"No meu tempo não tinha emenda, quando eu fui deputado federal, mas eu sou favorável. Acho que é legítimo que quem foi eleito tenha uma participação no Orçamento para executar as políticas públicas em que acredita, para a região que ele representa. Isso, no mundo inteiro tem", disse.

"O que eu defendo é que haja transparência. Quem é o autor do recurso, para onde vai. E em relação ao Supremo, decisão judicial se cumpre. Uma coisa é decisão judicial, outra é a discussão política de um momento especial", disse.

Alckmin usou a pergunta para voltar a criticar o atual teto de gastos, que limita o crescimento das despesas públicas ao mesmo ritmo da inflação oficial do país.

"O teto [de gastos] obrigou você, em 20 dias, a ter que aprovar uma emenda constitucional, o que não é fácil. A intenção é boa, mas é pouco factível, tanto é que todo ano tem extrateto. Em 2023, o déficit primário, sem pagar nada da dívida, foi 10% do PIB. Mais de R$ 700 bilhões, não são 150. Vai dizer 'foi a pandemia', mas a pandemia teve no mundo inteiro, o México teve superávit de 0,1%", disse.

Ao fim da entrevista, Alckmin foi questionado sobre Lula ter declarado, durante a campanha, que não disputaria uma eventual reeleição ou qualquer outro cargo em 2026.

O vice eleito disse acreditar que o futuro político de Lula, assim como o dele próprio, estão em aberto. "O futuro a Deus pertence", disse Alckmin.

O político também citou uma frase que disse ter ouvido do ex-governador Mário Covas: "Na vida privada, a gente faz o que quer, na vida pública é o dever. Não é escolha pessoal, é o dever".

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