Justiça determina que moradores do Jacarezinho que perderam o Enem por tiroteio poderão fazer a prova

Policiais reforçam patrulhamento no Jacarezinho no sábado (19) — Foto: Reprodução 1 de 2 Policiais reforçam patrulhamento no Jacarezinho no sábado (19) — Foto: Reprodução

Policiais reforçam patrulhamento no Jacarezinho no sábado (19) — Foto: Reprodução

O juiz 💥️Eugênio Rosa de Araujo, titular da 17ª Vara Federal do Rio de Janeiro, determinou que o INEP, responsável pela aplicação do Enem, promova a reaplicação das provas aos candidatos moradores da comunidade do Jacarezinho, na Zona Norte do Rio, que deixaram de realizar o exame por conta de um tiroteio na favela.

A decisão judicial atende a um pedido da Defensoria Pública da União e garante o direito de realizar uma nova prova a todos os candidatos que fariam os exames em locais próximos ao confronto, dentro de um raio de até 5 km.

Estudantes que moram nas comunidades Jacarezinho e Manguinhos, que sofreram com tiroteios e ações policiais por três dias seguidos, enfrentaram problemas para fazer a prova do Enem no último dia 20 de novembro, um domingo. Um deles, ouvido pelo 💥️g1, contou que não conseguiu sair de casa para fazer o exame.

Um candidato de 20 anos, que não quis ser identificado, contou que estava triste por não ter feito a prova, mas que não conseguiu sair de casa por questões de segurança. Ele iria tentar a faculdade de administração.

“Foi uma prova que eu planejava há meses, mas não pude fazer comparecer devido a essa guerra. Até pensei em sair, mas o tiro saía e voltava. No Jacaré estava dando tiro, no Manguinhos também, então de nada ia adiantar”, disse o jovem, que deixou de fazer a prova na Escola Municipal Estado da Guanabara, que fica próxima à favela do Manguinhos.

Ele relatou ainda que os tiroteios afetaram seu trabalho e os momentos em que poderia estar descansando antes da prova, em casa.

“Na própria sexta-feira, eu avisei meu chefe que não iria para o trabalho devido aos tiros. Depois, consegui sair, mas voltei muito rápido para casa. No sábado, fiquei em casa, ouvindo os tiros, e domingo eu já acordei com os tiros”, lamentou.

Caveirões no Jacarezinho na última sexta-feira (18) — Foto: Reprodução 2 de 2 Caveirões no Jacarezinho na última sexta-feira (18) — Foto: Reprodução

Caveirões no Jacarezinho na última sexta-feira (18) — Foto: Reprodução

Apesar de receber o programa de segurança pública Cidade Integrada, os confrontos são constantes no Jacarezinho, segundo moradores.

A polícia afirma ainda que “os recentes ataques criminosos podem ser considerados como tentativas de desestabilizar as ações da Polícia Militar no terreno, as quais vêm causando prejuízos financeiros aos grupos criminosos com influência local”.

Um dos coordenadores do coletivo responsável pelo Pré-Vestibular Popular Construção, sediado em Manguinhos há 20 anos, comentou com o g1 que, além dos problemas com a saúde e segurança dos estudantes, quem conseguiu fazer a prova ficou sobrecarregado:

"A questão foi como isso acarretou nas questões psicológicas desses estudantes. Em quais condições ele vai realizar essa prova? Não tem só o fator de ir e vir, tem esses fatores emocionais que devem ser levados em consideração"

"A gente enfrenta dias em que não há possibilidades de ter aula. Não envolve só o dia de ontem da prova do Enem, tem outros dias que tem operação nos quais os estudantes não conseguem se deslocar para o pré, para essa preparação", lamentou.

Segundo esse professor, não foi contabilizada a quantidade de estudantes que faria a prova do Enem e foi prejudicada com os tiroteios.

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