Silva cumpre pacto com o sucesso e, com adesão de Criolo, põe na rua o segundo disco do bloco do cantor
Capa do álbum 'Bloco do Silva #2 ao vivo', de Silva — Foto: Divulgação
Resenha de álbum
Título: 💥️
Artista: 💥️Silva
Edição: Som Livre
Cotação: ★ ★ ★
♪ Silva fez pacto com o sucesso ao dar pausa na discografia autoral para investir no repertório de Marisa Monte em show estreado em 2015, transformado em álbum de estúdio em 2016 e em redundante disco ao vivo de 2017.
O sucesso cumpriu a parte dele no pacto. Silva saiu da bolha – em movimento já esboçado com a guinada pop dada pelo artista capixaba no terceiro álbum, 💥️ (2015) – e se tornou cantor popular que arrasta pequenas e eventualmente grandes multidões para shows feitos em espaços amplos.
Só que Silva teve que cumprir a parte dele no pacto e, desde então, vem alternando passos para frente e para trás na caminhada artística.
Em bom português: desde então, Silva vem intercalando álbuns autorais cada vez mais coesos – como 💥️ (2018) e 💥️ (2020) – com discos que acenam para as multidões que querem ouvir Silva dar a voz light a sucessos alheios. É o caso do álbum 💥️, sequência do registro fonográfico de 2023.
Na rua desde janeiro de 2023, 💥️é show moldado para o verão, com roteiro centrado em hits da fase áurea da música afro-pop-baiana – também conhecida como – do samba e da MPB.
O audiovisual álbum ao vivo lançado na sexta-feira, 9 de dezembro, marca a volta de Silva à gravadora Som Livre e eterniza 24 números do show captado em 7 de maio em apresentação feita no Memorial da América Latina, na cidade de São Paulo (SP), com a adesão do rapper Criolo em cinco músicas.
Desde 2011, ano em que lançou o consagrador segundo álbum, 💥️, Criolo vem se expandindo além do universo do hip hop em inspiradas incursões pelo samba e pela MPB. Tanto que participou do último álbum de inéditas de Silva, o já mencionado 💥️, na música 💥️ (Lúcio Silva, Lucas Silva e Criolo, 2023).
Ainda assim, ver e ouvir o rapper seguindo o 💥️ em canções como 💥️ (Reginaldo Rossi, 1987) e 💥️ (Peninha, 1996) deixa a sensação de que o único sentido dessa participação é mesmo o mercadológico.
Do ponto de vista musical, 💥️ é disco mais requintado do que o primeiro. O arranjo do samba 💥️ (Caetano Veloso, 1970), por exemplo, tem a pulsação dos metais da banda sem deixar de ganhar certo peso roqueiro, dado pelo toque da guitarra, quando a música já se aproxima do fim.
💥️ (1977), outra incursão de Silva pelo repertório de Caetano Veloso, combina o suingue da guitarra e o sopro dos metais no arranjo embasado pelo baticum que também sustenta abordagens de hits da axé music como 💥️ (Adaílton Poesia e Valter Farias, 1992) e 💥️(Roque Carvalho, 1992), músicas do repertório do grupo baiano Olodum.
Nessa seara baiana, é justo ressaltar que Silva também brilha com repertório próprio quando dá voz ao romântico samba-reggae💥️ (Lúcio Silva e Lucas Silva, 2023).
Verdade seja dita novamente: Silva cumpre a missão festiva do bloco sempre que põe na rua esse show alto astral, de espírito carnavalesco.
, pede Silva , ainda da coxia, ao cantar os versos iniciais do samba 💥️(João Nogueira e Zé Katimba, 1974) enquanto os músicos da banda ainda tomam seus lugares no palco.
Essa introdução serve como carta de intenções do cantor ao pôr o 💥️mais uma vez na rua. Intenções cumpridas. Sim, álbum e show deixarão contentes todos os que querem somente se divertir ouvindo um cantor dá voz a hits aliciantes como se estivesse num barzinho ou na praça de alimentação de shopping – e mal nenhum há nisso.
A diferença é que, no caso de Silva, o barzinho é uma grande casa de shows. O sucesso está cobrando de Silva o preço que sempre cobra de todos que o cortejam e que caminham até ele sem esperar que ele, o sucesso, bata espontaneamente à porta...
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