Acusado de matar e esquartejar família de bolivianos vai a júri em SP; vítimas foram achadas em sacos em 2023
Corpos de família de bolivianos foram encontrados mutilados — Foto: Reprodução/ TV Diário
O boliviano acusado de esquartejar e matar a cunhada, o cunhado e o filho do casal, no fim de 2018, na Penha, em São Paulo, vai a júri nesta terça-feira (13). Os corpos das três vítimas foram encontrados em malas e sacos de lixo em uma casa alugada em Itaquaquecetuba.
O julgamento de Gustavo Vargas Arias deve começar às 13h30, na 4ª Vara do Fórum Criminal da Barra Funda. Jesus Reynaldo Condori, Irma Morante e Jean Abner, 8 anos, foram achados esquartejados e em avançado estado de decomposição
Gustavo Vargas chegou a fugir para a Bolívia, mas foi preso e extraditado para o Brasil em 2023. A família das vítimas será representada pela advogada Patricia Vega, do Centro de Imigrante. Um irmão de Jesus é uma das testemunhas.
Arias foi levado a júri popular por homicídio qualificado, roubo e ocultação de cadáver. A defesa dele não foi localizada.
2 de 2 Boliviano tentou fugir, mas foi preso e vai a julgamento no Brasil — Foto: ReproduçãoBoliviano tentou fugir, mas foi preso e vai a julgamento no Brasil — Foto: Reprodução
Segundo o processo, na noite de 23 de dezembro de 2018, na Penha, Zona Leste da capital paulista, ele matou Jesus asfixiado, conforme apontou o laudo do Instituto Médico Legal. Para não ser descoberto, também assassinou Irma Morante, que era irmã de sua esposa.
A polícia apontou que o crime ocorreu por motivos financeiros já que foram roubados um celular, máquinas de costura e R$ 18.106,30. Em seguida, entre os dias 28 dezembro e 8 de janeiro de 2023, os corpos da família foram levados para Itaquaquecetuba.
A investigação começou em janeiro, quando os corpos foram achados na cidade. No mesmo dia, familiares tinham registrado um boletim de ocorrência sobre o sumiço do pai, mãe e filho. Gustavo trabalhava como costureiro para as vítimas e chegou a morar na mesma casa.
Uma semana antes do Natal, Gustavo deixou a casa de Jesus e alugou outro imóvel. O vínculo empregatício ainda permanecia.
Segundo a denúncia do Ministério Público, antes do crime houve uma confusão entre o réu e Jesus por questões trabalhistas. Em determinado momento, Gustavo acertou a cabeça de Jesus com um objeto e depois ele foi estrangulado.
Irma soube do crime e ameaçou chamar a polícia e também acabou estrangulada.
Após os crimes, a casa foi limpa para que o filho do casal não desconfiasse, apontou a investigação. Na manhã de 24 de dezembro, Gian começou a chorar e a perguntar pelos pais. Na tentativa de que o menino não questionasse, o boliviano chegou a levá-lo para brincar com seus filhos.
O réu e a criança retornaram para a casa, mas o garoto voltou a chorar e foi morto pelo costureiro. O laudo apontou que Gian sofreu golpes na cabeça.
Entre os dias 28 e 29 de dezembro, as máquinas de costura foram levadas para a casa alugada em Itaquaquecetuba, além dos corpos. A Polícia Militar identificou o imóvel onde as vítimas foram deixadas.
A Justiça chegou a decretar as prisões temporárias de outros dois suspeitos do crime em 9 de janeiro de 2023 pela 2ª Vara Criminal de Itaquaquecetuba.
Ao fim da fase de instrução do processo, o Ministério Público se manifestou para que os outros dois homens apontados como comparsas fossem absolvidos, com base em depoimentos colhidos de outras testemunhas e reprodução simulada.
O crime repercutiu na Bolívia e Gustavo foi capturado em Santa Cruz de La Sierra em 10 de fevereiro de 2023. Uma confissão dele foi gravada e divulgada pela imprensa local. Apenas Gustavo foi pronunciado a júri popular em 30 de abril de 2023.
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