Com apoio do PT e bolsonaristas, Milton Leite deve ser eleito presidente da Câmara de SP pela 3ª vez consecutiva nesta quinta-fe
Os vereadores Milton Leite (União Brasil) e Silvia Ferraro, da Bancada Feminista do PSOL, que se enfrentam na eleição da Mesa Diretora da Câmara Municipal de SP nesta quinta-feira (15). — Foto: André Bueno/Rede Câmara
A Câmara Municipal de São Paulo fará nesta quinta-feira (15) a eleição dos membros da Mesa Diretora da Casa para 2023 e deve conceder ao vereador Milton Leite (União Brasil) o terceiro mandato consecutivo como presidente do Legislativo Paulistano.
Leite ocupa a presidência da Casa desde 1º de janeiro 2023 e foi reeleito para um segundo mandato, que termina no final desse ano de 2022.
Para permanecer na chefia do Legislativo, ele conseguiu aprovar no início de setembro uma alteração na lei orgânica do município que passou a permitir que o presidente do Legislativo seja reeleito por duas vezes. Anteriormente, era possível seguir no cargo apenas dois anos.
A eleição dessa quinta (15) conta com um grande acordo dos partidos da Casa, que vai unir legendas adversárias no plano federal, como os partidos bolsonaristas PL, PP e Republicanos e o PT e PSB - que na esfera federal apoiam Lula, em favor da permanência de Milton Leite no cargo.
Pelo acordo, o PT deve manter um dos postos que já tem na Mesa Diretora, onde atualmente ocupa a 1ª secretaria com o vereador Alfredinho, que é responsável por questões de servidores da Casa, além de cuidar do funcionamento de departamentos nas dependências do Legislativo.
O único partido que deve se opor à 2ª reeleição de Milton Leite será o PSOL, que lançará o nome da vereadora Silvia Ferraro, da Bancada Feminista, para disputar a eleição com o vereador do União Brasil.
2 de 5 A vereadora Silvia Ferraro, do mandato coletivo da Bancada Feminista do PSOL na Câmara Municipal de São Paulo. — Foto: Acervo pessoalA vereadora Silvia Ferraro, do mandato coletivo da Bancada Feminista do PSOL na Câmara Municipal de São Paulo. — Foto: Acervo pessoal
Professora de História da rede municipal de ensino de SP, a vereadora assumidamente feminista sempre bateu de frente com as manobras e jabutis que as últimas duas gestões de Milton Leite colocou em votação e aprovou na Câmara. Ela diz que o Legislativo Paulistano “ precisa de uma presidência à altura do momento que o país está vivendo”.
Ferraro tentou reproduzir na Câmara Municipal a aliança de centro esquerda que elegeu Lula para a presidência da República no último mês de outubro, mas não teve sucesso frente aos interesses por cargos dos partidos aliados na esfera federal, PT e PSB.
Segundo lideranças de outros partidos ouvidas pelo 💥️g1, a candidatura do PSOL deve ficar isolada justamente pelo acordo amplo que vigora na Casa desde o início da gestão Bruno Covas (PSDB)/Ricardo Nunes (MDB) na Câmara Municipal.
O💥️ 💥️g1 procurou Milton Leite, mas, através da assessoria de imprensa, ele disse que só vai se pronunciar após a eleição da Mesa Diretora nesta quinta (15).
No acordão, O PT deve permanecer com a 1ª secretaria e vai indicar o vereador Alessandro Guedes para o cargo.
O atual ocupante do posto, o vereador Alfredinho, afirma que a adesão do PT à candidatura de Leite tem relação com o respeito à proporcionalidade das bancadas na Casa.
“O PT tem a segunda maior bancada. Há anos o acordo é que essa proporcionalidade seja respeitada na ocupação dos cargos da Mesa Diretora, tanto aqui quanto na Alesp, onde o partido também faz parte da Mesa. O Milton manteve esse respeito, então a gente não tem interesse de mudar isso. Se fosse para lançar uma candidatura adversária, seríamos nós, e não o PSOL, a encabeçar a ideia”, declarou.
3 de 5 Os vereadores do PT em SP Alfredinho e Alessandro Guedes. Um deve substituir o outro no cargo de 1º Secretário da Câmara Municipal de SP. — Foto: Richard Lourenço/Rede CâmaraOs vereadores do PT em SP Alfredinho e Alessandro Guedes. Um deve substituir o outro no cargo de 1º Secretário da Câmara Municipal de SP. — Foto: Richard Lourenço/Rede Câmara
O petista negou que o partido esteja isolando o PSOL na oposição ao governo Nunes na Câmara Municipal, de quem Milton Leite é o aliado mais forte e indispensável atualmente.
Milton Leite é vereador de São Paulo desde 1997 e tem o reduto eleitoral no Grajaú, no extremo Sul da cidade.
No último pleito de 2023, ele obteve 132.716 votos e foi o segundo vereador mais votado da cidade e primeiro entre as campanhas mais caras, gastando o total de R$ 2,5 milhões para continuar forte no parlamento.
4 de 5 O presidente da Câmara Municipal de SP, vereador Milton Leite (União Brasil). — Foto: Afonso Braga/Rede CâmaraO presidente da Câmara Municipal de SP, vereador Milton Leite (União Brasil). — Foto: Afonso Braga/Rede Câmara
Atual vice-prefeito informal de São Paulo, que substitui o prefeito Ricardo Nunes (MDB) em necessidade de viagens ou ausência do cargo, Leite tem forte ligação com as empresas de ônibus da cidade e com a Liga das Escolas de Samba de São Paulo.
O vereador, inclusive, é o presidente de honra da agremiação Estrela do Terceiro Milênio, que em 2023 vai desfilar pela primeira vez no Grupo Especial das Escolas de Samba de São Paulo, após vencer o Grupo de Acesso de 2022.
Leite tem ainda dois filhos na política: o deputado estadual Milton Leite Filho (União Brasil) e o deputado federal Alexandre Leite (União Brasil), que representam os eleitores da família Leite nas três esferas da política.
5 de 5 Milton Leite e os filhos deputados durante o desfile da escola de samba 'Estrela do Terceiro Milênio', do Grajaú, na Zona Sul de São Paulo. — Foto: DivulgaçãoMilton Leite e os filhos deputados durante o desfile da escola de samba 'Estrela do Terceiro Milênio', do Grajaú, na Zona Sul de São Paulo. — Foto: Divulgação
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