Quatro meses de violência deixam 166 civis mortos no Sudão do Sul
Pelo menos 166 pessoas morreram e 237 ficaram feridas, em quatro meses de confrontos entre milícias armadas no estado do Alto Nilo, no Sudão do Sul, disse Volker Türk, alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, nesta quarta-feira (14).
Desde sua independência do Sudão, em 2011, o país vive mergulhado na violência política e entre grupos étnicos que, muitas vezes, é resultado de confrontos desencadeados por disputas domésticas por pastagens, água, campos de cultivo e outros recursos. Ao menos 20 mil pessoas já fugiram da região.
A agência de refugiados da ONU disse na semana passada que o conflito recente era uma continuação dos combates que começaram em agosto em um vilarejo no Alto Nilo e, desde então, se espalharam para outras partes do estado e áreas dos estados de Jonglei e Unity.
Esses assassinatos, junto com relatos de violência de gênero, sequestros, destruição de propriedade e saques, são graves violações e abusos dos direitos humanos e devem parar", disse Türk, em comunicado.
Para o alto comissário, as últimas mortes podem levar a mais assassinatos, até em outras regiões do país, a menos que as autoridades locais e os líderes comunitários ajam rapidamente para diminuir a tensão entre os grupos armados.
"É importante que o governo do Sudão do Sul conduza uma investigação rápida, completa e imparcial sobre a violência e responsabilize todos os responsáveis de acordo com o direito internacional", disse Türk.
O porta-voz do exército do Sudão do Sul, Lul Ruai Koang, disse que o nível de violência começou a diminuir desde que os militares enviaram forças para a área, afastando os combatentes de comunidades rivais. Ele não sabia dizer quantos soldados haviam sido enviados.
"É apenas uma questão de tempo até que a situação seja controlada", afirmou Koang.
Depois de se tornar independente do Sudão em 2011, o Sudão do Sul mergulhou em uma guerra civil que deixou quase 400.000 mortos e milhões de deslocados entre 2013 e 2018. Um acordo de paz assinado em 2018 prevê a partilha do poder em um governo de unidade, mas ainda não foi aplicado.
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