Peru convoca embaixadores do país na Argentina, Bolívia, Colômbia e México para consultas

Apoiadora de Castillo protesta na rua com bandeira do Peru na frente de batalhão policial — Foto: Martin Mejia/AP 1 de 1 Apoiadora de Castillo protesta na rua com bandeira do Peru na frente de batalhão policial — Foto: Martin Mejia/AP

Apoiadora de Castillo protesta na rua com bandeira do Peru na frente de batalhão policial — Foto: Martin Mejia/AP

A ministra das Relações Exteriores do Peru, Ana Cecilia Gervasi, disse nesta quinta-feira (15) que convocou os embaixadores do país em quatro países para consultas em Lima após "interferência nos assuntos internos" do país (veja mais abaixo).

Na diplomacia, a convocação para consultas acontece quando um país chama de volta seu próprio embaixador para que informe sobre algum aspecto pontual. É um gesto utilizado habitualmente para expressar mal-estar com alguma situação específica.

Os embaixadores são dos seguintes países:

A ministra afirmou que a convocação tem a anuência da presidente Dina Boluarte.

Na segunda-feira, esses quatro países expressaram apoio a Pedro Castillo, o presidente que foi deposto, e pediram respeito à vontade popular em um comunicado conjunto. "Exortamos aqueles que integram as instituições a se absterem de reverter a vontade popular expressa com o livre sufrágio", diz o Ministério de Relações Exteriores do Peru em nota.

O presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, afirmou na terça-feira que, para o seu país, "Pedro Castillo continua sendo o presidente", pois foi eleito pela via democrática.

O presidente Pedro Castillo foi destituído no dia 7 de dezembro pelo Congresso, depois de uma tentativa fracassada de autogolpe de Estado, com o qual ele pretendia fechar o Parlamento e governar por decreto. Ele foi detido quando se dirigia à embaixada mexicana para solicitar asilo.

A vice-presidente Dina Boluarte assumiu o poder constitucionalmente, mas enfrenta agora grandes protestos de associações e organizações de camponeses e indígenas, que exigem sua renúncia, a libertação de Castillo e eleições imediatas.

A violência derivada das manifestações, com bloqueio de aeroportos e estradas, já deixou pelo menos sete mortos e 200 feridos. As autoridades decretaram estado de emergência, com a participação das Forças Armadas no controle da segurança pública.

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