Prisão de prefeito de Istambul, opositor de Erdogan, preocupa governo americano

Imagem de protesto em Istambul contra a prisão do prefeito da cidade — Foto: Alp Eren Kaya/Reuters 1 de 1 Imagem de protesto em Istambul contra a prisão do prefeito da cidade — Foto: Alp Eren Kaya/Reuters

Imagem de protesto em Istambul contra a prisão do prefeito da cidade — Foto: Alp Eren Kaya/Reuters

O governo americano disse nesta quinta-feira (15) que está profundamente "preocupado" com a tentativa de afastamento do prefeito de Istambul, Ekrem Imamoglu, que faz parte da oposição turca. Ele foi condenado à prisão e privado de seus direitos políticos, a seis meses das eleições presidenciais na Turquia. Milhares de pessoas protestaram na maior cidade do país, em apoio ao prefeito. 

"Os Estados Unidos estão profundamente preocupados e decepcionados com o veredito da Justiça turca ao prefeito de Istambul, Ekrem Imamoglu, que foi condenado a dois anos e sete meses de prisão e à suspensão de seus direitos políticos", declarou o porta-voz da diplomacia americana, Ned Price, em um comunicado.

"Nós pedimos ao governo que cesse os processos penais na Justiça por 'insulto' e que respeite os direitos e as liberdades dos cidadãos turcos, garantindo um ambiente propício ao debate público", acrescentou. 

Milhares de pessoas se reuniram nesta quinta-feira em Istambul para apoiar Imamoglu. A manifestação contou com a presença de todos os líderes da oposição turca.

"Eles apagaram seus votos", disse o prefeito à multidão, que enfrentou a chuva com bandeiras da Turquia, diante do prédio da prefeitura. "Não é meu processo, mas o processo da justiça e da equidade", insistiu, garantindo não ter "medo da decisão ilegítima". 

"Eu não tenho juízes para me proteger, mas tenho 16 milhões de moradores de Istambul e nossa nação me apoiando", acrescentou dizendo que "tudo irá bem!", o slogan da campanha que o elegeu prefeito em 2023.

Esta é a primeira vez que seis partidos de oposição se encontram em um comício público desde o lançamento de sua plataforma comum para enfrentar Erdogan nas eleições presidenciais e legislativas de 2023.

Kemal Kilicdaroglu, chefe do principal partido, o CHP, considerado como o provável candidato comum da oposição, denunciou "um golpe contra a nação e para justiça" e prometeu "não ceder nem um milímetro". 

Uma manifestação de centenas de pessoas, de acordo com a imprensa turca, foi organizado simultaneamente em Trabzon, no nordeste do país, a cidade natal do prefeito. 

Imamoglu foi acusado de ter "insultado" os membros do colégio eleitoral que invalidaram sua vitória, antes que uma nova eleição o confirmasse como prefeito três meses depois. 

Erdogan, no poder há quase 20 anos, anunciou sua candidatura à própria sucessão na próxima eleição. A Turquia atravessa uma grave crise econômica, com uma inflação de mais de 84%. 

O presidente não fez declarações, mas o chefe do partido nacionalista MHP, Devlet Bahçeli, membro da coalizão no poder, afirmou "que todo mundo deve respeitar uma decisão da Justiça, gostando ou não". 

Uma pesquisa do instituto Metropoll mostrou, no entanto, nesta quinta-feira que, mesmo os simpatizantes do AKP, partido de Erdogan, o julgamento de Imamoglu não convenceu: 28% entre eles acreditam ser "um caso político" contra 22% que acham que houve realmente difamação. 

Além dos Estados Unidos, a Alemanha e a França reagiram à condenação de Imamoglu e pediram à Turquia que respeite os princípios democráticos e direitos fundamentais. 

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