Ucrânia tenta restabelecer fornecimento de energia após bombardeios russos
Funcionários cuidam de crianças órfãs na maternidade regional infantil em Kherson, sul da Ucrânia, novembro de 2022 — Foto: AP Photo/Bernat Armangue
A Ucrânia tenta nas primeiras horas deste sábado (17) restabelecer a eletricidade cortada após uma onda de bombardeios russos contra a sua infraestrutura.
O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, informou que Kiev e outras 14 regiões foram afetadas por cortes de água ou eletricidade, mas afirmou que trabalha para solucionar o problema.
Foram disparados 74 mísseis no total, dos quais 60 foram derrubados, segundo o Exército da Ucrânia. No sul do país, em Kryvyi Rih, cidade natal do presidente ucraniano, três pessoas morreram depois que um míssil atingiu um prédio residencial, segundo o governador regional.
Em Lugansk, leste do país, 11 pessoas morreram e 17 ficaram feridas em bombardeios, disseram autoridades locais.
O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, condenou "o terror indiscriminado" da Rússia contra a Ucrânia. Em um novo pacote de sanções, o bloco proibiu a exportação de motores de drones para a Rússia e "para todos os países terceiros" que possam facilitar esses elementos a Moscou.
Nos últimos meses, a Rússia sofreu uma série de reveses militares no sul e no nordeste da Ucrânia. Desde então, 💥️Moscou optou por bombardear as instalações de energia do país, o que deixa milhões de ucranianos sem luz em um período de temperaturas baixas.
Em Kiev, as temperaturas oscilavam nesta sexta-feira entre -1°C e -3°C. A capital resistiu a "um dos maiores ataques com mísseis" desde o começo da invasão russa, em 24 de fevereiro, afirmou o comando militar da região.
Vários moradores da capital passaram horas abrigados no metrô. "Quando acordei, vi um míssil no céu e soube que tinha que ir para o metrô", contou a atriz Lada Korovay, 25. O prefeito de Kiev, Vitali Klitchko, informou que apenas um terço dos habitantes da cidade dispunham de água e calefação, e 40%, de eletricidade.
O comandante das Forças Armadas, Valery Zaluzhny, declarou ontem que prevê uma nova ofensiva russa contra Kiev nos primeiros meses de 2023.
Os combates se concentram atualmente no leste e sul da Ucrânia, onde os bombardeios também deixaram várias cidades sem luz.
Kharkiv foi uma das cidades atingidas, segundo o prefeito Igor Terekhov. Autoridades locais anunciaram à noite que haviam restabelecido a eletricidade em 55%. Na região homônima, a porcentagem era de 85%.
Os ataques também afetaram a região de Zaporizhzhia, onde fica a maior central nuclear da Europa, afirmou o governador Oleksandr Staruch.
Os bombardeios russos aconteceram depois que os aliados ocidentais da Ucrânia anunciaram uma ajuda de um bilhão de euros para a reconstrução das infraestruturas do país.
Nesta sexta-feira, o governo de Belarus anunciou que o presidente russo, Vladimir Putin, visitará o país na segunda-feira para uma reunião com o colega e aliado Alexander Lukashenko.
Algumas tropas de Moscou partiram do território bielorrusso no início da ofensiva.
Minsk informou que os dois presidentes terão um encontro privado e negociações mais amplas com seus ministros sobre a "integração Belarus-Rússia".
Os países se comprometeram com um amplo leque de programas para aprofundar seus laços econômicos e de segurança."Os presidentes devem priorizar as questões de segurança", afirmou o governo de Belarus.
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