Sérgio Cabral deixa a cadeia após seis anos de detenção

O ex-governador do Rio de Janeiro 💥️Sérgio Cabral deixou a prisão na noite desta segunda-feira (19) após seis anos de detenção, para cumprir prisão domiciliar. A última cadeia onde o político foi mantido foi a Unidade Prisional da PM, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio.

Último preso da Lava Jato e réu em 35 ações, o ex-governador vai ficar em prisão domiciliar em Copacabana, Zona Sul do Rio, em um imóvel da família. Ele já saiu da cadeia de tornozeleira eletrônica. Cabral era aguardado pelo filho Marco Antônio Cabral e advogados na saída do presídio. Ao longo do dia, algumas pessoas protestaram no local.

O ex-governador já foi condenado em 23 ações penais na Justiça Federal, com penas que chegam a 425 anos e 20 dias de prisão, mas não houve trânsito em julgado em nenhum dos casos - ainda há recursos possíveis nos processos.

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Manifestante protesta em frente a unidade da PM onde Cabral era mantido preso — Foto: Raoni Alves/g1 1 de 3 Manifestante protesta em frente a unidade da PM onde Cabral era mantido preso — Foto: Raoni Alves/g1

Manifestante protesta em frente a unidade da PM onde Cabral era mantido preso — Foto: Raoni Alves/g1

O filho de Cabral, Marco Antônio Cabral, publicou uma foto com o pai em uma rede social e uma mensagem, dizendo que "foram 6 anos e um mês aguardando esse dia".

"Apesar de todos os desafios e problemas ,nunca se abateu e sempre olhou para frente. Nunca carregou ódio de ninguém que tentou te diminuir, de ninguém que te crucificou e de ninguém que até hoje destila ódio pela boca", diz a mensagem.

Filho de Cabral publica imagem com o pai em uma rede social — Foto: Reprodução/Instagram 2 de 3 Filho de Cabral publica imagem com o pai em uma rede social — Foto: Reprodução/Instagram

Filho de Cabral publica imagem com o pai em uma rede social — Foto: Reprodução/Instagram

A Justiça Federal do Paraná emitiu um alvará de soltura à tarde. O alvará traz as seguintes medidas cautelares, que deverão ser cumpridas por Cabral:

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu pela sua soltura por considerar excessivo o tempo de prisão preventiva em uma das ações de que ele é alvo.

Cabral foi preso em 2016 sob suspeita de comandar uma organização criminosa que fraudava licitações e cobrava propina de empreiteiras. Ele cumpria prisão preventiva por conta de um processo da Lava Jato que tramita em Curitiba.

Sérgio Cabral, quando foi preso na Operação Lava-Jato em 2016 — Foto: Reprodução/TV Globo 3 de 3 Sérgio Cabral, quando foi preso na Operação Lava-Jato em 2016 — Foto: Reprodução/TV Globo

Sérgio Cabral, quando foi preso na Operação Lava-Jato em 2016 — Foto: Reprodução/TV Globo

A Segunda Turma da Suprema Corte avaliou, porém, que a prisão preventiva, que deveria ser temporária, já se estendia muito sem haver uma decisão definitiva (em última instância). Para o ministro do STF Gilmar Mendes, a prisão do ex-governador "representava a antecipação do cumprimento da pena".

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O advogado Daniel Bialski informou que Cabral teve a prisão preventiva transformada em domiciliar em outros processos — estes relativos à Operação Eficiência, em dezembro de 2023, sobre ocultação de patrimônio ilegal, e, em março deste ano, no processo da Operação Calicute.

Segundo o advogado, Cabral "vai cumprir toda as determinações de uma prisão domiciliar, com saídas só sendo permitidas para ir ao médico, para alguma emergência."

Cabral foi preso sob suspeita de comandar uma organização criminosa que fraudava licitações e cobrava propina de empreiteiras.

Ao longo do processo, o ex-governador chegou a 💥️admitir o recebimento de valores indevidos💥️ em diversos contratos assinados durante seus dois mandatos como governador, entre 2007 e 2014.

Ao todo, o político cumpriu 2.219 dias de prisão, o equivalente a💥️ seis anos e 22 dias no sistema prisional do estado.

A prisão derrubada pelos ministros do STF era a última ordem de prisão que ainda o mantinha na cadeia.

Os ministros decidiram revogar a ordem de prisão da Justiça Federal do Paraná contra Cabral, anular as decisões tomadas e enviar o caso para análise da Justiça Federal do Rio.

Em seu voto, o ministro Gilmar Mendes afirmou que a revogação da prisão não significava a absolvição do ex-governador.

Antes das últimas decisões do STF, que anularam ou modificaram algumas sentenças anteriores, Cabral chegou a ter 💥️23 condenações em processos da Lava Jato. As penas somaram 425 anos e 20 dias de prisão.

Ao todo, ele foi denunciado em 💥️35 processos decorrentes de investigações da Lava Jato.

Ele frequentou seis unidades prisionais diferentes, nas cidades do Rio, Niterói e Pinhais, no Paraná.

Durante o tempo em que ficou preso, as placas de isopor instaladas no teto de sua cela para isolar o calor, uma medida para enfrentar com mais conforto os dias de sol forte, não foram as únicas regalias na prisão.

Celulares, anabolizantes, cigarros eletrônicos e listas de encomendas a restaurantes: tudo isso já foi encontrado durante vistorias onde ele cumpria pena.

Em 2017, câmeras de vigilância de Bangu 8 mostraram que Cabral circulava livremente pela unidade, recebia encomendas e visitas fora de hora.

Em nota divulgada na noite de sexta-feira (16), os advogados Daniel Bialski, Bruno Borragine, Patrícia Proetti e Anna Julia Menezes afirmam que a Suprema Corte reconheceu a ilegalidade da manutenção da prisão cautelar de Cabral.

Os defensores acrescentam ainda que o ex-governador ficará em regime domiciliar aguardando a conclusão das demais ações penais de que é alvo.

💥️Veja a íntegra da nota da defesa:

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