Leilão do Canecão é cancelado no Rio

O leilão presencial que definiria o novo gestor da casa de espetáculos Canecão foi cancelado. Fechado desde 2010 e alvo de diversas disputadas judiciais, o espaço seria leiloado nesta quarta-feira (21).

A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) informou que o leilão não aconteceu porque não houve entrega de propostas para licitação do equipamento cultural multiuso. Além disso, a universidade informou que uma nova data será definida em janeiro de 2023.

A nova casa de espetáculos teria capacidade pra três mil espectadores e a empresa vencedora irá administrar o espaço pelos próximos 30 anos.

Localizado entre a Urca e Botafogo, na Zona Sul do Rio, o Canecão foi inaugurado em 1967, no auge da ditadura militar. Rapidamente ele se tornou referência da cena musical nacional e, ao longo de mais de quatro décadas, foi palco de memoráveis shows e espetáculos antológicos.

De Roberto Carlos a Cazuza, do rock genuinamente brasileiro dos anos 80 a grandes nomes da música internacional, o Canecão foi um marco na cultura nacional, não só do Rio de Janeiro. Ele foi fechado em 2010 e sua estrutura física, desde então, entrou em ruínas.

Canecão entrou em ruínas após ser fechado em 2010 — Foto: Marco Serra Lima/G1 1 de 1 Canecão entrou em ruínas após ser fechado em 2010 — Foto: Marco Serra Lima/G1

Canecão entrou em ruínas após ser fechado em 2010 — Foto: Marco Serra Lima/G1

Desde 2023, com apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), começou a ser discutido e desenhado o projeto de concessão do espaço, que pertence à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

O edital do leilão, publicado em novembro, estabelecia outorga mínima de R$ 625 mil – venceu a empresa licitante que ofereceu o maior – e a obrigatoriedade de investir R$ 140 milhões nos primeiros três anos de concessão.

No lugar da antiga casa de shows, a cessionário vencedor terá que construir um “equipamento cultural multiuso”, que inclui, além de espaço para espetáculos com capacidade mínima para 3 mil espectadores, espaço para exposições, com pelo menos 320 m2, sala de ensaios, com área mínima de 270 m2, além do Espaço Ziraldo, com no mínimo 430 m2, que poderá receber exposições e apresentações.

O espaço Ziraldo abrigará o mural produzido pelo artista para o antigo Canecão. Com 32 x 6 metros, a obra inspirada nos traços de Picasso e Portinari será restaurada pela universidade.

Além da construção dos equipamentos culturais, como contrapartida pelo uso comercial do espaço durante os 30 anos de concessão, o cessionário vai erguer para a UFRJ um restaurante universitário com capacidade para servir 2 mil refeições por dia e um prédio acadêmico que deve atender a mais de 4 mil estudantes.

“Também haverá investimento na urbanização das áreas remanescentes, criando espaços públicos e arborizados para a sociedade”, destacou o BNDES.

Conforme previsto no edital, anualmente a UFRJ terá direito a 50 dias de uso do espaço cultural multiuso, 90 do espaço de exposições e da sala de ensaio e 275 dias do Espaço Ziraldo, que serão mantidos pela concessionária. Após o período da concessão, os empreendimentos culturais passarão para posse da universidade.

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