Braço direito de Bolsonaro que trocou mensagens sobre intervenção militar com Allan dos Santos é exonerado
À esquerda, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), à esquerda o militar Mauro Cesar Barbosa Cid — Foto: Reprodução/Redes Sociais
O braço direito do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid, foi exonerado nesta quinta-feira (5). Cid trocou mensagens com o blogueiro Allan dos Santos, foragido, sobre intervenção militar.
A dispensa do militar conta desde 31 de dezembro de 2022.
As mensagens foram obtidas pela Polícia Federal durante investigações sobre o financiamento de manifestações antidemocráticas. A informação consta no depoimento do militar e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
De acordo com o depoimento, em abril de 2022, Allan dos Santos enviou a Cid uma mensagem sugerindo a necessidade de intervenção militar. A resposta do militar foi: “Já te ligo”.
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Cid diz acreditar que não fez a ligação para o blogueiro.
Em 31 de maio, em outra mensagem, o blogueiro enviou um link com reportagem sobre grupos denominados Antifas [antifascistas]. No dia seguinte, o militar respondeu classificando o grupo como “guerrilheiros terroristas”. Cid disse, ainda, que “estamos voltando para 68, mas, agora, com apoio da mídia".
Em 1968, foi instituído o AI5, Ato Institucional Número Cinco, que previa a perda de mandatos de parlamentares que fossem contrários à ditadura militar em curso, intervenções em cidades e estados e a suspensão de direitos que culminaram em tortura praticada por militares.
Na mensagem, Allan dos Santos afirma que “as FFAA [Forças Armadas] precisam entrar urgentemente". Ao que o militar respondeu dizendo apenas “Opa”.
Ao ser questionado pela PF sobre o sentido da resposta (“Opa”), o milita disse que a expressão não está relacionada com as mensagens anteriores de Allan dos Santos e que se trata de uma saudação, como um "bom dia".
Em outro trecho do depoimento, ao ser indagado sobre o chamado gabinete do ódio, o tenente-coronel Cid disse que “conhece esse termo pela mídia e afirma que esse gabinete do ódio não existe”.
Sobre a opinião do declarante acerca da conduta de Allan dos Santos no contexto político, em relação às instituições do estado, respondeu que, "como jornalista, ele tem uma visão mais radical da conjuntura política brasileira".
Ainda durante o depoimento, ao ser questionado sobre se já manifestou a ideia de que as Forças Armadas são um poder moderador, o militar respondeu que não.
O blogueiro Allan dos Santos é dono do canal Terça Livre e é um dos aliados mais próximos do ex-presidente e da família Bolsonaro.
Desde 2023, o blogueiro é alvo de duas investigações no Supremo Tribunal Federal (STF) e teve prisão preventiva determinada pelo o ministro Alexandre de Moraes.
Moraes também determinou, na ocasião, o início imediato do processo de extradição. Isso porque Allan dos Santos deixou o Brasil para morar nos Estados Unidos em julho de 2023.
Após ser alvo de operações, Allan dos Santos deixou o Brasil e teria entrado nos Estados Unidos com visto de turista vencido.
Uma das investigações das quais Allan dos Santos é alvo apura ameaças a ministros do STF e a disseminação de conteúdo falso na internet. O outro investiga o financiamento de atos antidemocráticos. Nos dois casos, Allan dos Santos nega envolvimento em irregularidades.
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