Relicitação de Viracopos começa ano ainda parada no TCU e novo governo mantém leilão sem prazo

Viracopos bate recorde de movimentação em julho de 2022 com embarque e desembarque de 1.058.194 milhão de passageiros — Foto: Aeroportos Brasil Viracopos/Divulgação 1 de 2 Viracopos bate recorde de movimentação em julho de 2022 com embarque e desembarque de 1.058.194 milhão de passageiros — Foto: Aeroportos Brasil Viracopos/Divulgação

Viracopos bate recorde de movimentação em julho de 2022 com embarque e desembarque de 1.058.194 milhão de passageiros — Foto: Aeroportos Brasil Viracopos/Divulgação

A relicitação do Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP), segue sob análise do Tribunal de Contas da União (TCU), mesmo após completar dez meses do envio do edital para o órgão. Desde junho, o processo não avançou por conta do cálculo de indenização solicitado à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

No entanto, até a reta final de 2022, o então Ministério da Infraestrutura afirmava que trabalharia para que o novo leilão do terminal fosse realizado ainda no ano passado, o que não aconteceu. Agora, com a nova gestão do presidente Luis Inácio Lula da Silva (PT) a partir de 1º de janeiro deste ano, que criou o Ministério de Portos e Aeroportos, a pasta decidiu não dar mais prazo para a realização da concorrência.

Já a Anac informou, também em nota, que, assim que o edital do novo leilão de Viracopos for aprovado no TCU, ele será publicado e o processo vai seguir. "Sobre as mudanças ministeriais, a Anac segue preparada para dar continuidade aos programas e políticas públicas, e mantém constante diálogo com as equipes do Ministério sobre os projetos em andamento", completou a pasta.

A concessionária Aeroportos Brasil Viracopos, que administra a estrutura, aguarda a análise do TCU e se apega um decreto de arbitragem, ou seja, uma medida extrajudicial independente para definir regras sobre as indenizações pelos investimentos realizados, além de descumprimentos de contrato pela União, segundo a concessionária. A concessão, assinada em 2012, tinha duração de 30 anos.

O cálculo da indenização define o valor que será pago ao atual concessionário e quem vai fazer esse acerto. Ele é o grande impasse colocado pela concessionária durante o processo de relicitação. O g1 apurou que, no ano passado, a Aeroportos Brasil chegou a sinalizar para membros do Ministério da Infraestrutura que, caso o impasse não fosse definido, poderia permanecer à frente da gestão do aeroporto, com um planejamento para pagamento das dívidas. Entretanto, só o governo federal pode decidir pelo encerramento da relicitação.

No dia 14 de junho do ano passado, o governo federal publicou uma resolução que prorroga em dois anos o processo de relicitação de Viracopos. À época, a votação do edital no TCU havia sido retirada de pauta justamente por conta do pedido feito à Anac sobre as indenizações.

Entre as sugestões protocoladas durante a consulta pública colocada pela Anac antes do edital do novo leilão ir ao TCU, está justamente o pagamento da indenização. De acordo com a agência, o início do novo contrato é condicionado a esse acerto e, havendo diferença entre o lance apresentado pelo proponente vencedor e o valor dos bens reversíveis devido à atual concessionária, o aporte do novo administrador só poderá ser concretizado após o pagamento da indenização pelo poder público.

A relicitação é a esperança da atual concessionária, que administra a estrutura desde 2012, para solucionar a crise econômica que gerou uma dívida de R$ 2,88 bilhões. 💥️O terminal foi o primeiro do Brasil a solicitar a devolução da concessão. O Aeroporto de Natal, em São Gonçalo do Amarante (RN), também passa pelo processo.

De acordo com os estudos de viabilidade, o novo contrato para administração de Viracopos 💥️terá duração de 30 anos, investimentos de R$ 4,2 bilhões, valor total de R$ 13,4 bilhões, construção de segunda pista e o fim das necessidades de desapropriações de áreas para que o complexo aeroportuário seja expandido. O g1 explicou as principais mudanças em quatro pontos principais. Veja aqui.

O último plano de recuperação judicial do aeroporto foi protocolado à Justiça no dia 12 de dezembro de 2023. Desta data até o dia da aprovação, em fevereiro de 2023, Viracopos e os principais credores, entre eles a Anac e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), se reuniram para tentar chegar a um acordo e definiram que a proposta seria votada na assembleia desde que Viracopos aceitasse a relicitação.

Depois de aceita em assembleia, a recuperação judicial de Viracopos foi encerrada pela Justiça no dia 10 de dezembro de 2023. A partir disso, começou o processo de relicitação. Em agosto de 2023, a Anac aprovou o edital da relicitação.

A concessionária já havia sinalizado a intenção de devolver a concessão em julho de 2017, mas emperrou na lei 13.448/2017, que regulamenta as relicitações de concessões aeroportuárias, ferroviárias e rodoviários do Brasil e só teve o decreto publicado em agosto de 2023.

A crise de Viracopos se agravou na metade de 2017, quando manifestou o interesse da relicitação, mas, por conta da não regulamentação da lei, apostou na recuperação judicial para solucionar a crise. A Aeroportos Brasil protocolou o pedido em 7 de maio de 2018 na 8ª Vara Cível de Campinas. Viracopos também foi o primeiro aeroporto do Brasil a pedir recuperação.

O aeroporto sempre brigou por reequilíbrios no contrato de concessão por parte da Anac. De acordo com a concessionária, a agência descumpriu itens que contribuíram para a perda de receita da estrutura.

Entre os pedidos de Viracopos, estão o valor de reposição das cargas em perdimento - que entram no terminal e ficam paradas por algum motivo -, além da desapropriação de áreas para construção de empreendimentos imobiliários, um dos principais motivos apontados pela concessionária para a crise financeira, e um desacordo no preço da tarifa teca-teca, que é a valorização de cargas internacionais que chegam no aeroporto e vão para outros terminais.

A Infraero detém 49% das ações de Viracopos. Os outros 51% são divididos entre a UTC Participações (48,12%), Triunfo Participações (48,12%) e Egis (3,76%), que formam a concessionária. Os investimentos realizados pela Infraero correspondem a R$ 777,3 milhões.

Vista aérea do Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas — Foto: Ricardo Lima/Divulgação 2 de 2 Vista aérea do Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas — Foto: Ricardo Lima/Divulgação

Vista aérea do Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas — Foto: Ricardo Lima/Divulgação

💥️VÍDEOS: saiba tudo sobre 💥️Campinas💥️ e Região

O que você está lendo é [Relicitação de Viracopos começa ano ainda parada no TCU e novo governo mantém leilão sem prazo].Se você quiser saber mais detalhes, leia outros artigos deste site.

Wonderful comments

    Login You can publish only after logging in...