Executivos da Americanas venderam quase R$ 212 milhões em ações da empresa no 2º semestre de 2022

Lojas Americanas do Resende Shopping, no Rio de Janeiro, em 2018 — Foto: Emille Rodrigues/g1 1 de 3 Lojas Americanas do Resende Shopping, no Rio de Janeiro, em 2018 — Foto: Emille Rodrigues/g1

Lojas Americanas do Resende Shopping, no Rio de Janeiro, em 2018 — Foto: Emille Rodrigues/g1

Executivos da Americanas venderam quase R$ 212 milhões em ações da companhia durante o segundo semestre do ano passado, segundo cálculos da Reuters com base em informações divulgadas pela empresa ao mercado ao longo do período.

Os acionistas controladores e membros do conselho de administração da rede de varejo, que na quarta-feira revelou problemas contábeis de R$ 20 bilhões que levaram a um tombo de quase 80% no valor das ações da companhia, não venderam volumes relevantes de ações entre julho e o final de setembro, destaca a Reuters.

O rombo de R$ 20 bilhões é referente aos primeiros nove meses de 2022 e anos anteriores — a Americanas percebeu que o valor bilionário não havia sido registrado de forma apropriada nos balanços corporativos da empresa.

O💥️ g1 entrou em contato com a assessoria de imprensa da empresa pedindo um posicionamento sobre a venda das ações e aguarda resposta.

De acordo com reportagem do jornal O Globo, os documentos publicados no portal de relacionamento com investidores da Americanas que mostram a venda das ações não especifica os nomes da diretoria que fizeram essas operações.

A Americanas anunciou em 19 de agosto a troca do comando da companhia, com o ex presidente-executivo Miguel Gutierrez sendo substituído a partir do início deste ano por Sergio Rial, que renunciou na quarta-feira junto com a revelação dos problemas contábeis.

Foto de arquivo de 16/08/2017 de Sergio Rial — Foto: Nilton Fukuda/Estadão Conteúdo/Arquivo 2 de 3 Foto de arquivo de 16/08/2017 de Sergio Rial — Foto: Nilton Fukuda/Estadão Conteúdo/Arquivo

Foto de arquivo de 16/08/2017 de Sergio Rial — Foto: Nilton Fukuda/Estadão Conteúdo/Arquivo

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A Americanas publicou um fato relevante na última quarta-feira (11), dizendo que foram identificadas “inconsistências em lançamentos contábeis” no balanço, em valor que chega a R$ 20 bilhões, nas primeiras estimativas.

Em outras palavras, a empresa percebeu que o valor bilionário — que é referente aos primeiros nove meses de 2022 e anos anteriores — não havia sido registrado de forma apropriada nos balanços corporativos da empresa.

O documento divulgado pela companhia não traz muitos detalhes sobre o que de fato foi encontrado nas contas, mas esclarece que a área contábil detectou "a existência de operações de financiamento de compras em valores da mesma ordem (R$ 20 bilhões), nas quais a companhia é devedora perante instituições financeiras e que não se encontram adequadamente refletidas na conta de fornecedores nas demonstrações financeiras".

Para se ter uma ideia, um levantamento de Einar Rivero, da TradeMap, mostra que o volume do rombo de R$ 20 bilhões é equivalente ao valor de mercado da Magazine Luiza, que até o fechamento do pregão desta quarta valia R$ 20,20 bilhões, e da Lojas Renner, de R$ 20,22 bilhões.

A Americanas disse que ainda não é possível determinar todos os impactos do rombo na demonstração de resultado e no balanço patrimonial da companhia. Em contrapartida, a empresa afirmou estimar que "o efeito caixa dessas inconsistências seja imaterial".

Assim, o rombo teria apenas um efeito contábil, e não financeiro. Caso fosse financeiro, haveria saída de dinheiro do caixa da companhia.

O ex-presidente da empresa fez uma videoconferência nesta quinta para explicar mais detalhes do ocorrido. Rial disse que "a primeira grande conclusão é que não estamos falando de um número que está fora do balanço. Só que ele não está registrado de forma apropriada ao longo dos últimos anos".

"A empresa segue vendendo, ela é absolutamente viável. Tem um nível de dívida incompatível para que possa prosseguir, portanto a capitalização tem que ocorrer. E os acionistas de referência permanecem comprometidos com o futuro da companhia", afirmou, se referindo a Lemann e seus sócios na 3G Capital.

Raio-X da Americanas — Foto: g1 3 de 3 Raio-X da Americanas — Foto: g1

Raio-X da Americanas — Foto: g1

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