Quase 10 anos após ter braço amputado por trem da Supervia, mulher se torna atleta paralímpica e conquista várias medalhas

Na noite do dia 15 de junho de 2015, após sair de uma aula do curso de História, em uma faculdade de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, a então universitária 💥️Naiara de Sousa Ramalho, à época com 27 anos, não imaginava que sua vida iria virar de💥️ cabeça para baixo.

Quando ela estava na estação de trem da Supervia de Edson Passos, em Mesquita, 💥️ela conta que foi roubada dentro de uma das composições do trem. A jovem tentou correr atrás de ajuda para capturar o assaltante. Entretanto, a mochila que ela carregada nas costas ficou presa na porta da composição, que fechou. O trem andou, Naiara foi arrastada pela plataforma e perdeu um dos braços após cair nos trilhos e o equipamento passar em cima do membro.

Naiara durante uma competição em Brasília — Foto: Divulgação/Arquivo Pessoal 1 de 6 Naiara durante uma competição em Brasília — Foto: Divulgação/Arquivo Pessoal

Naiara durante uma competição em Brasília — Foto: Divulgação/Arquivo Pessoal

Hoje, quase 10 anos depois do fato, a vida da agora historiadora mudou. Naiara é a terceira no ranking nacional de tiro esportivo paralímpico. Ela relembra como tem sido a vida depois do incidente.

A então estudante de História, com 27 anos, dias após ter o braço amputado — Foto: Divulgação/Arquivo Pessoal 2 de 6 A então estudante de História, com 27 anos, dias após ter o braço amputado — Foto: Divulgação/Arquivo Pessoal

A então estudante de História, com 27 anos, dias após ter o braço amputado — Foto: Divulgação/Arquivo Pessoal

A história de Naiara no esporte começa quando ela foi fazer reabilitação no Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into), na Zona Portuária do Rio de Janeiro.

"Na reabilitação, conheci um amigo que fazia esporte na AVA (Associação Vencedores Adaptados). Ele perguntou se eu não queria conhecer o espaço. Fui como quem não quer nada e me interessei. Naquele primeiro momento, o técnico disse que o meu perfil era o de atletismo. Comecei a treinar e em 2018 fui para uma disputa em São Paulo: a Competição Universitária Paralímpica", conta Naiara.

E para sua surpresa, ela levou o ouro no arremesso de peso e conquistou o bronze no lançamento de dardo.

"Fiquei tão feliz, tão feliz, você não imagina", relembra a mulher.

Naiara após ganhar uma medalha — Foto: Divulgação/Arquivo Pessoal 3 de 6 Naiara após ganhar uma medalha — Foto: Divulgação/Arquivo Pessoal

Naiara após ganhar uma medalha — Foto: Divulgação/Arquivo Pessoal

Dois anos depois ela não imaginaria que seria alçada ao 3º lugar no ranking paralímpico de atletismo.

Mas, em 2023 Naiara decidiu que era preciso alçar novos voos. Ela decidiu mudar de esporte e foi para o tiro esportivo.

"Comecei a treinar, treinar e as pessoas falavam que eu levava jeito. Em um dia, fui em uma disputa em um Campi Militar e um olheiro da Confederação Brasileira de Tiro Esportivo pediu para eu atirar algumas vezes. Em seguida ele veio e disse que eu deveria investir nisso, porque eu tinha futuro", conta feliz a atleta paralímpica.

Hoje, Naiara é única fluminense no topo dos atletas paralímpicos de tiro esportivo do país. Em março, a mulher irá competir na 1ª fase do Circuito Paralímpico de Tiro Esportivo. No entanto, ela não tem o principal objeto da competição: a pistola esportiva.

Pistola esportiva usada por Naiara — Foto: Divulgação/Arquivo Pessoal 4 de 6 Pistola esportiva usada por Naiara — Foto: Divulgação/Arquivo Pessoal

Pistola esportiva usada por Naiara — Foto: Divulgação/Arquivo Pessoal

"Eu treinava com um objeto emprestado. Sem ela é impossível competir. Para isso, estou fazendo uma vaquinha para conseguir. Para se ter noção, uma pistola de tiro esportivo usada custa cerca de R$ 10 mil".

Quase 10 anos após o atropelamento, Naiara conta que sua vida mudou "da água para o vinho". Ela se formou em História, se mudou de cidade - hoje mora em Maricá - e faz uma segunda graduação: de Educação Física. Além de colecionar dezenas de medalhas que conquistou.

Mas, nem tudo são flores. Nesses anos, ela ainda luta para conseguir se aposentar - ela diz que está encostada até hoje pelo INSS - e tenta na Justiça do Rio de Janeiro uma indenização da Supervia.

"Infelizmente, ainda estou na luta com a Supervia. Essa empresa nunca me ajudou em nada. A única coisa que fizeram foi dar atendimento psicológico determinado pela Justiça. Num primeiro momento, eles chegaram a dar a entender que a culpa do acidente foi minha. Mas, vamos lutar. O que é certo: esse acidente mudou a minha vida e nem tudo foi ruim".

Hoje, Naiara vive com a mãe e quatro irmãos em Maricá — Foto: Divulgação/Arquivo Pessoal 5 de 6 Hoje, Naiara vive com a mãe e quatro irmãos em Maricá — Foto: Divulgação/Arquivo Pessoal

Hoje, Naiara vive com a mãe e quatro irmãos em Maricá — Foto: Divulgação/Arquivo Pessoal

Naiara se formou em História e hoje está no 7º período de Educação Física — Foto: Divulgação/Arquivo Pessoal 6 de 6 Naiara se formou em História e hoje está no 7º período de Educação Física — Foto: Divulgação/Arquivo Pessoal

Naiara se formou em História e hoje está no 7º período de Educação Física — Foto: Divulgação/Arquivo Pessoal

O que você está lendo é [Quase 10 anos após ter braço amputado por trem da Supervia, mulher se torna atleta paralímpica e conquista várias medalhas].Se você quiser saber mais detalhes, leia outros artigos deste site.

Wonderful comments

    Login You can publish only after logging in...