Fundação Palmares foi encontrada 'devastada fisicamente e moralmente', diz novo presidente
João Jorge Rodrigues participa de evento no Rio — Foto: Rafael Nascimento/g1
Em evento no Centro Cultural Justiça Federal do Rio de Janeiro, o novo presidente da Fundação Palmares, João Jorge Rodrigues, afirmou na tarde desta quinta-feira (19) que encontrou a fundação "💥️devastada fisicamente e moralmente".
Ele também fez duras críticas ao ex-presidente Jair Bolsonaro e a Sérgio Camargo, ex-presidente da instituição. Segundo Rodrigues, a gestão de Bolsonaro "tentou jogar na lama um patrimônio do povo brasileiro".
Em conversa com o g1, ele criticou mudanças que foram tentadas ou implementadas no último governo.
"O governo anterior atacou a cultura. Ele atacou a cultura na Lei Rouanet, com os artistas. E, na Fundação Palmares, ele colocou uma pessoa negra para nos atacar mutuamente e tentar destruir a fundação. Eu não vou atacar ninguém. Pelo contrário, vamos construir pontes", acrescentou Rodrigues, durante o lançamento do II Relatório Sobre Intolerância Religiosa; Brasil, América Latina e Caribe.
Ainda de acordo com João Jorge Rodrigues, Bolsonaro e Camargo "por pouco não acabaram com a Palmares".
"A Fundação foi criada por nós, em 1988. Eu estava no grupo que a criou. E nesses últimos anos, tentaram jogar na lama um patrimônio do povo brasileiro. A unica instituição federal criada por um movimento negro – criado em homenagem a Zumbi dos Palmares. Por pouco, não acabou. Agora, temos que levantá-la de novo e entregá-la aos braços do povo brasileiro. De Porto Alegre a Fortaleza. De Fortaleza a Manaus. Os 27 estados e os mais de 5 mil municípios precisam conhecer o destino da Fundação."
Sérgio Camargo foi nomeado para a presidência da Fundação Cultural Palmares em 27 de novembro de 2023 e ficou até o final do mandato de Bolsonaro.
A pauta chamada “antivitimista” era uma constante discurso de Camargo. Ele também era crítico da militância racial no Brasil e levou essa atitude crítica para sua atuação como presidente da Palmares.
Durante sua presidência no órgão, fez ataques à memória, cultura e população negra. Ele também disse que não existe racismo estrutural no Brasil, sugeriu que negros deveriam cortar o cabelo, excluiu nomes da lista de Personalidades Negras da Palmares e queria doar todas as obras de suposta “dominação marxista”.
A gestão de Camargo foi alvo de investigação pelo MPT (Ministério Público do Trabalho), depois de acusações de que ele teria condicionado a permanência de servidores na Palmares à “deduragem de esquerdistas”. Em outubro, foi afastado da gestão de pessoas da fundação e proibido de fazer qualquer alteração de pessoal.
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