Governo do estado e prefeitura de SP devem anunciar pacote de medidas para tratamento dos usuários da Cracolândia

1 de 1 Cracolândia no Centro de SP. — Foto: Reprodução/ TV Globo

Cracolândia no Centro de SP. — Foto: Reprodução/ TV Globo

O governo do estado e a prefeitura da cidade São Paulo devem anunciar na terça-feira (24) um pacote de medidas para o tratamento dos usuários da Cracolândia. Especialistas defendem que seja tratada como crise de saúde pública e que as ações também sejam focadas na prevenção.

Com a pulverização da Cracolândia, várias ruas do Centro estão habitadas por traficantes e usuários. É uma história que atravessa décadas e por ao menos 30 anos está sem solução.

Clarice Sandi Madruga, professora da Unifesp, estuda uma saída por meio da ciência desde 2014.

As ações que serão realizadas ainda estão sendo discutidas, mas devem incluir a internação dos usuários de uma forma mais intensa.

Falta definir o tipo de internação: se a voluntária, em que o paciente quer ser internado; involuntária, em que o usuário vai contra a vontade apenas para tratar a abstinência. E a compulsória, também contra a vontade, sem prazo definido.

O promotor do Ministério Público Arthur Pinto Filho defende que o problema da Cracolândia seja tratado como saúde pública, mas ele é contra as internações forçadas.

“Internação involuntária é 90 dias para tirar a pessoa daquele momento ruim da abstinência. Só para isso não é para tratamento. Ninguém vai se tratar do vício do crack em 90 dias, é impossível. Vender para a sociedade que a internação involuntária ou a internação compulsória resolveram o problema é uma mistificação.”

“Enquanto não se pensar em políticas mais amplas e preventivas, que façam com que novos dependentes químicos não passem a frequentar essa cena de uso, esse trabalho realmente fica a sensação de enxugar o gelo”, afirmou Clarice.

O governo do estado confirmou que assinou convênios com casas terapêuticas para tratamentos de dependentes químicos. Em nota, disse que está fazendo um diagnóstico da Cracolândia, juntamente com a prefeitura, a Defensoria Pública e o Poder Judiciário.

A Prefeitura de São Paulo disse que o número de novos usuários vem caindo, que a busca por tratamento vem aumentando e que ela inaugurou equipamentos para ampliar o atendimento.

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