Governo admite “tomar as rédeas” da TAP se companhia não assegurar rotas estratégicas &
O primeiro-ministro admitiu esta sexta-feira em Mafra vir a “tomar as rédeas” da TAP se a companhia aérea não garantir as rotas consideradas estratégicas para o país.
💥️“Jamais abdicaremos do ✅hub em Lisboa, das rotas que são estratégicas para nós enquanto povo e enquanto economia e, além da diáspora, há geografias que são cruciais para o futuro do país e do turismo”, afirmou Luís Montenegro, na sessão de encerramento da VII Cimeira do Turismo Português.
💥️“Se nós não tivermos as garantias de salvaguarda dessas rotas, do sentir estratégico, tomaremos nós as rédeas de gerir a operação”, declarou.
O primeiro-ministro esclareceu que “não é isso que está no programa de Governo”, nem que pretende, mas “é 💥️uma linha que não vamos permitir que seja ultrapassada”, frisando que a companhia aérea é “estratégia para a economia e para o turismo”.
O presidente da TAP, Luís Rodrigues, considerou que a companhia aérea tem de estar preparada para operar com ou sem privatização e alertou que o mercado pode mudar radicalmente e não haver condições para a venda.
“Nós temos de estar preparados para viver com ou sem privatização. Ela pode não acontecer por alguma razão, o mercado amanhã pode mudar radicalmente e pode não haver condições para o fazer e a companhia tem de se aguentar”, afirmou o presidente da companhia aérea, que participou num debate sobre os desafios da aviação, na 7.ª Cimeira do Turismo Português, no Palácio Nacional de Mafra.
Luís Rodrigues disse que o tema da privatização da TAP não o assusta “minimamente”. “O caminho que estamos a fazer é de dizer ao acionista que a privatização é um tema vosso, nós estamos cá para ajudar, confiamos no trabalho que estão a fazer e nós internamente dizemos às pessoas: vamos esquecer que este tema existe”, explicou o responsável.
Luís Rodrigues realçou ainda que o caminho é construir uma operação mais ágil, mais leve do ponto de vista administrativo, mais resiliente e mais capaz de se adaptar ao sinal dos tempos, trabalhando em conjunto com todo o ecossistema da aviação.
“Se ficarmos parados à espera que aconteça [a privatização] e ver quem vem aí e o que vai dizer, quando alguém chegar vê: ‘esta malta está toda parada, não me serve de nada'”, sublinhou.
O Estado detém a totalidade do capital da companhia aérea de bandeira portuguesa, depois de ter aumentado a sua participação quando a TAP entrou em dificuldades devido ao impacto da pandemia de Covid-19.
O processo de reprivatização arrancou em setembro passado, quando o anterior governo socialista aprovou as condições da venda, mas ficou em suspenso após a demissão do primeiro-ministro, António Costa, e a convocação de eleições antecipadas para 10 de março, que deu a vitória à Aliança Democrática (PSD/CDS-PP e PPM).
No Programa de Governo, entregue na Assembleia da República, o executivo de Luís Montenegro comprometeu-se a “lançar o processo de privatização do capital social da TAP”, sem avançar mais detalhes.
Os três grandes grupos de aviação europeus & Air France-KLM, o grupo hispano-britânico IAG e a alemã Lufthansa & manifestaram interesse na privatização.
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