Paciente com leucemia contrai fungo em hospital do Rio, ganha na Justiça direito à medicação, mas não recebe; multa passa de R$

A família de 💥️Moisés Batista de Araújo luta há pelo menos oito meses pela saúde do paciente de 51 anos. Ele ficou todo esse tempo internado no 💥️Hospital Universitário Pedro Ernesto, em Vila Isabel, na Zona Norte do Rio, para tratar uma leucemia.

Durante a internação, em outubro de 2022, ele começou a lutar contra uma infecção grave provocada por um fungo. De acordo com os médicos, a infecção compromete o funcionamento dos pulmões e o único medicamento capaz de reverter a infecção é o 💥️Isovuconazol.

“O advogado tá tentando. Aí ele pergunta: 'mas não saiu a liminar?' Sim, mas a gente não tem resposta ainda. A sensação é de impotência”, diz a mulher de Moisés, Jaqueline Silva de Araújo.

Moises é pai de três filhos e já é avô. O laudo médico, emitido em novembro, afirma que ele tem condições de ter alta. Mas, precisa do remédio para sobreviver. Sem ele, Moisés pode não resistir à infecção.

Paciente espera há oito meses por medicamento no Rio — Foto: Reprodução/TV Globo 1 de 2 Paciente espera há oito meses por medicamento no Rio — Foto: Reprodução/TV Globo

Paciente espera há oito meses por medicamento no Rio — Foto: Reprodução/TV Globo

Um laudo de dezembro dá conta que, por causa da imunidade baixa, a permanência na internação pode causar mais infecções.

"Em torno de dois meses que eu não vejo meu pai. A minha filha vai fazer nove meses, ele viu ela a última vez quando ela tinha dois meses, então, é a pior sensação possível. É muito difícil. O olhar dele na última vez que o vi foi olhar de desespero mesmo, de querer sair. Ele vendo a gente sair e ele ficando, é desesperador”, afirma a filha Katlhem da Silva Araújo.

A primeira decisão da Justiça saiu em dezembro e determina que a Prefeitura ou o Estado do Rio têm que oferecer o remédio, sob pena de multa de R$ 1 mil por dia. Uma semana depois, o hospital não havia recebido a medicação.

A família fez um novo pedido, que foi atendido pela Justiça do Rio. A multa passou a ser de R$ 3 mil por hora. A multa já passa de R$ 1,5 milhão, equivalente a 300 caixas do remédio, que custa em média R$ 5 mil.

Os familiares chegaram a fazer uma vaquinha na internet, mas não conseguiram o suficiente para começar o tratamento.

Moises Batista espera por medicamento que o Estado e o Município do RJ deveriam fornecer — Foto: Reprodução/TV Globo 2 de 2 Moises Batista espera por medicamento que o Estado e o Município do RJ deveriam fornecer — Foto: Reprodução/TV Globo

Moises Batista espera por medicamento que o Estado e o Município do RJ deveriam fornecer — Foto: Reprodução/TV Globo

“Eu peço que o prefeito, o governador, cumpram com as suas responsabilidades, porque é um direito do cidadão ter acesso à saúde e cumprir o que saiu na ordem judicial. O valor da multa já compraria mais ainda do que a medicação que nós temos, que a gente precisa. Incapacidade, desespero. A gente não sabe mais a quem recorrer. A verdade é essa”, pede a filha Jéssica.

A advogada Mariana Guimarães diz que o governo ainda não se manifestou sobre o pedido.

“O estado, em nenhum momento, sequer cumpriu e nem se manifestou nos autos dizendo por que do não cumprimento, não impetrou nenhum recurso cabível pra revogar essa decisão. Eu penso que decisão judicial não pode ser discutida, ela deve ser cumprida. Omissão total do estado e do município. Lamentável essa situação”, afirma ela.

O Hospital Pedro Ernesto deu alta médica para Moisés na manhã desta segunda (23). O documento de liberação reforça que ele precisa do medicamento.

“Ele tá indo pra casa sem o tratamento adequado que tá no laudo”, afirma uma das filhas.

“A gente vai correr de todos os lados porque a gente precisa do tratamento dele pra seis meses. O desespero agora aumentou porque precisa pra seis meses e não pode deixar acabar, porque não pode ser interrompido. A gente tem que conseguir o restante dessa medicação”, reforça a filha.

De acordo com o 💥️Hospital Pedro Ernesto, o paciente recebeu a medicação no período em que esteve internado. O hospital disse ainda que a ação judicial não se refere ao hospital nem à Uerj, mas que mesmo assim, formalizou um pedido ao Estado. A equipe de reportagem aguarda posicionamento sobre a liberação médica sem o medicamento.

Segundo a 💥️Secretaria de Saúde do Estado, o remédio não está disponível na rede estadual e deve ser fornecido pela União. A secretaria informou ainda que a ação deveria ter sido movida contra o Governo Federal.

Mesmo assim, a secretaria afirma que deu início ao processo de compra do remédio, mas que está indisponível. Eles dizem que vão entregá-lo ao paciente quando a compra for finalizada.

A Secretaria de Estado de Saúde afirma que a Procuradoria Geral do Estado vai contestar a multa na Justiça.

A💥️ prefeitura não respondeu.

O 💥️Tribunal de Justiça do Rio explicou que o processo está em andamento, e que o município informou na última quinta-feira a falta de estoque do remédio.

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