Organizações salientam grande apoio a produtos livres de desflorestação
A grande maioria dos europeus apoia o regulamento para “produtos livres de desflorestação” (EUDR, na sigla original), indica uma sondagem feita em sete países, Portugal incluído.
A sondagem revela “um claro apoio público” ao EUDR, que prevê obrigações para as grandes e médias empresas já a 30 de dezembro deste ano, segundo a leitura de quatro organizações ambientalistas num comunicado divulgado hoje.
No documento explicam que 84% dos inquiridos querem a implementação do regulamento (94% dos portugueses), com 73% a considerar que deve ser uma prioridade da União Europeia (UE). Em Portugal 88% dos participantes na sondagem quer uma legislação ambiental mais forte.
Nos sete países abrangidos, apenas um em 10 Europeus considera que os governos estão a fazer um “bom” ou “excelente” trabalho na proteção das florestas.
O comunicado é assinado pelas organizações ANP|WWF, DECO, TROCA e ZERO e nele as associações reforçam a importância do EUDR, e alertam para as consequências negativas de um “enfraquecimento do regulamento”.
As organizações destacam que esta semana o documento pode ser sujeito a emendas e pedem aos eurodeputados portugueses para que defendam o EUDR, em consonância com a vontade dos cidadãos.
Na quinta-feira o Parlamento Europeu deverá votar propostas de emenda ao regulamento.
O objetivo do EUDR é banir a comercialização de produtos que causaram desflorestação ou degradação florestal.
O regulamento está em vigor desde junho de 2023 e está prevista a sua aplicação a partir do final deste ano. No entanto, referem as associações, após pressões intensas de alguns governos e de algumas organizações representantes das indústrias agrícola e florestal, a Comissão Europeia (CE) cedeu, propondo o seu adiamento por 12 meses.
“Apesar de o Conselho afirmar que esta alteração não irá impactar o objetivo do EUDR, a abertura do regulamento expõe o diploma à possibilidade de emendas que podem ameaçar a sua eficácia”, diz-se no comunicado.
Segundo estimativas de 2023 da CE, o atraso de um ano pode levar à destruição de 2.300 km² de floresta, aproximadamente o tamanho do Luxemburgo.
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