Homens são maioria dos homenageados com nomes de ruas na cidade de São Paulo

Via em homenagem ao ex-presidente brasileiro João Goulart — Foto: Reprodução/TV Globo 1 de 4 Via em homenagem ao ex-presidente brasileiro João Goulart — Foto: Reprodução/TV Globo

Via em homenagem ao ex-presidente brasileiro João Goulart — Foto: Reprodução/TV Globo

A cidade de São Paulo tem 💥️48.717 endereços registrados no Arquivo Histórico Municipal. Desses, cerca de 27,8 mil (57,2%) têm nomes dados em homenagem a figuras masculinas, como políticos, médicos, padres e militares. As mulheres dão nome a apenas 4,1 mil vias da capital.

Ao todo, 610 endereços foram batizados em homenagem a membros das Forças Armadas:

Padres e bispos receberam 449 homenagens.

Outros grupos que se destacam dentre os nomes de ruas são o das plantas (1.738 endereços) e dos animais (812 endereços).

Mapa das ruas da capital paulista em 1810 — Foto: Reprodução/TV Globo 2 de 4 Mapa das ruas da capital paulista em 1810 — Foto: Reprodução/TV Globo

Mapa das ruas da capital paulista em 1810 — Foto: Reprodução/TV Globo

Em 1810, as ruas tinham nomes simples, apenas com pontos de referência, como "Rua do Quartel" e "Rua da Freira", mas não tinham registro oficial na prefeitura. Mais de oito décadas depois, em 1892, a capital teve a sua primeira via registrada oficialmente, a Rua Cristóvão Colombo, na região central, batizada em homenagem ao comandante da primeira expedição de europeus que chegou às Américas.

Os vereadores da Câmara Municipal são os responsáveis por criar projetos de lei (PLs) referentes a nominação e alteração de nome de vias. Eles são auxiliados pelo Núcleo de Memória Urbana do Arquivo Histórico Municipal, que avalia as propostas e confere se estão de acordo com a lei, ou seja, se não há outras ruas com o mesmo nome na cidade, se a pessoa homenageada (se este for o caso) já morreu, entre outros tópicos.

Segundo o diretor do Arquivo, Guilherme Galuppo Borba, a questão dos nomes de ruas permite a discussão de temas como representatividade, memórias da cidade que devem ser preservadas ou esquecidas. "É um debate muito importante na cidade de São Paulo e no mundo inteiro, e a gente faz parte desse debate, do que deve ser preservado e o que deve ser mudado", falou.

O historiador Maurílio José Ribeiro comentou sobre o Jardim América, que antigamente tinha ruas com números e letras, mas se tornou um "bairro temático", com vias batizadas em homenagem aos países do continente americano, como Rua Estados Unidos, Rua Canadá, Rua México, Rua Guatemala e Rua Honduras.

Nomes de ruas no Jardim Satélite, em São Paulo — Foto: Reprodução/TV Globo 3 de 4 Nomes de ruas no Jardim Satélite, em São Paulo — Foto: Reprodução/TV Globo

Nomes de ruas no Jardim Satélite, em São Paulo — Foto: Reprodução/TV Globo

Pela cidade também existem outros bairros temáticos, com endereços que permitem a localização no território já pelo nome, como Moema, na Zona Sul, que possui ruas com nomes de pássaros, e o Jardim Satélite, na Zona Leste, com ruas que homenageiam corpos celestes.

No Jardim da Conquista, o tema são nomes de músicas. "A Travessa Evidências, como diz o pequeno histórico, é o título de uma música de José Augusto e Paulo Sérgio Vale e que é muito conhecida na voz de Chitãozinho e Xororó e algumas pessoas brincam que é quase o hino nacional brasileiro, né? Essa travessa foi denominada em 1992 e esse nome foi tirado do banco de nomes", contou Gabriela Almeida da Silva, coordenadora do Núcleo de Memória Urbana.

"Rua Um" escrito à tinta no muro de uma casa, em São Paulo — Foto: Reprodução/TV Globo 4 de 4 "Rua Um" escrito à tinta no muro de uma casa, em São Paulo — Foto: Reprodução/TV Globo

"Rua Um" escrito à tinta no muro de uma casa, em São Paulo — Foto: Reprodução/TV Globo

Em 2023, porém, ainda há várias partes da cidade com endereços que não existem nos registros oficiais. Em Engenheiro Marsilac, no extremo sul da capital, são muitas ruas nesta situação.

"A gente sofre muito sem CEP. É cartão desviado, coisa dos Correios não chega, leite das crianças não chega, vai embora, as crianças ficam sem leite. As crianças recebem leite do governo, aí não tem como trazer, é difícil vir. Então, até hoje, a gente não tem CEP. Já pedimos muito, reclamamos, mas até agora nada", conta Valdomiro, morador de Marsilac.

"É como se a gente não tivesse um RG. A gente não tem um endereço para a gente passar pros lugares, e para a gente fica o constrangimento", relata Luzaine Ferreira, que enfrenta o mesmo problema em São Fernando, outro bairro da Zona Sul.

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