Backstreet Boys estão de volta com estádio lotado em SP, dancinhas modestas e ótima performance

Depois de algumas passagens pelo Brasil com apresentações em casas menores, os Backstreet Boys provaram nesta sexta-feira (27) que sempre podem voltar a, além de chacoalhar os seus corpos, lotar estádios.

Em um show com ingressos esgotados no Allianz Parque, em São Paulo, o quinteto fez uma excelente performance para os cerca de 45.500 fãs e mostrou que o tempo pode até ter provocado coreografias mais modestas, mas não afetou seu carisma ou suas habilidades vocais.

O público — composto por maioria feminina, mas com muito mais homens do que na última passagem pela cidade, em 2015 — acompanhou com empolgação, gritos, pulos e danças a maior parte da apresentação de pouco menos de duas horas.

Se o fôlego do grupo que completa 30 anos de carreira em 2023 não sustenta mais a mesma qualidade coreográfica de outrora, a experiência conquistada ao longo dessas três décadas mais do que compensa.

Como grande parte dos fãs presentes não conhecia tão bem as músicas do disco mais recente, "DNA" (2019), os antigos garotos aproveitaram a oportunidade para apresentar as ótimas canções com a intensidade de quem confia e se diverte com sua evolução.

E, se nada mais desse certo, algumas cuecas lançadas ao público sempre funcionam.

Os Backstreet Boys encerram sua passagem pelo país neste sábado (28), com mais um show no estádio do Palmeiras.

Backstreet Boys cantam em SP — Foto: Iris Alves/Divulgação 2 de 3 Backstreet Boys cantam em SP — Foto: Iris Alves/Divulgação

Backstreet Boys cantam em SP — Foto: Iris Alves/Divulgação

A apresentação tem mais de 30 músicas listadas, mas algumas delas fazem quase participação especial, com apenas alguns versos cantados. Isso acontece com "Everyone", responsável por abrir o show.

O grupo logo parte para "I wanna be with you", mas foi a terceira canção, "The call", quem acorda de vez o público.

Pouco depois, Brian fica sozinho no palco, em outra tática muito usada pelo quinteto. Ao longo das duas horas, quase todos têm seu momento solo, ou pelo menos em dupla.

Em "Get down (you're the one for me)", os fãs vão ao delírio, por mais que os Backstreet Boys dêem os primeiros indícios de que os mais de sete anos desde a última passagem tenha cobrado seu preço.

As dancinhas ainda estão lá, mas os movimentos são muito mais contidos do que em 2015 — quando eles já não poderiam ser mais considerados tão jovens.

Não é questão de preguiça, mas eles claramente precisam guardar um pouco de energia para o show longo. Passos mais elaborados dão lugar a mãos ao ar, dedos apontando, alguns giros modestos e um sobe e desce nos poucos degraus que compõem o palco.

A falta de coreografias é compensada pelo carisma dos integrantes. É notável perceber, ao longo do show, como algum deles sempre está em contato direto com a plateia, seja mandando beijos, piscadelas ou "eu te amo"s.

Backstreet Boys cantam em SP — Foto: Iris Alves/Divulgação 3 de 3 Backstreet Boys cantam em SP — Foto: Iris Alves/Divulgação

Backstreet Boys cantam em SP — Foto: Iris Alves/Divulgação

Algumas músicas depois, é hora de trocar a roupa. Os fãs gritam, como se o artifício não fosse dos mais antigos. Mas alguns truques são clássicos porque funcionam.

"Show me the meaning of being lonely" emociona e merecia ser mais celebrada na carreira do grupo. Talvez pelo combo de sentimentos, "Incomplete", outra balada, é uma das que mais empolgam. As sequências mostram um belo planejamento do show.

Pelo menos até o trio seguinte, "More than that", "The way it was" e "Chances", quando o público dispersa um pouco. Muita gente aproveita para comprar cerveja.

A segunda delas é cantada quase solo por Nick Carter, que mostra que ainda tem um bom alcance em agudos depois de conversar com os fãs sobre os 30 anos dos Backstreet Boys e comandar o antigo coro que divide o estádio em palavras diferentes.

Momentos depois, o palco é ocupado apenas por AJ McLean, Kevin Richardson e um uma caixa misteriosa. O primeiro brinca com os fãs, o segundo repete a pergunta feita em 2015, se estão prontos para festejar como se fosse 1999 — ano de "Millenium", um de seus principais discos.

Mas logo a plateia vai à loucura ao descobrir que a estrutura está ali para que a dupla possa trocar de roupa no palco. Momento ideal para AJ retribua os anos recebendo calcinhas e sutiãs e jogue sua — ou pelo menos uma — cueca para o público.

Se o estádio não estivesse entregue a essa altura, "Quit playing games (with my heart)", "As long as you love me" e "No place", com um belo vídeo no qual os integrantes cantam acompanhados das mulheres e dos filhos, arrematam quem não estava convencido ainda.

Pouco depois, todos desaparecem novamente e retornam vestidos de branco, no melhor estilo da capa de "Millenium".

Vem então uma sequência dançante quase sem pausas, encabeçada por "Everybody (Backstreet's back)", que, apesar de uma versão pseudoeletrônica estridente, mostra que guardar energias era uma boa ideia.

"I want it that way", de longe a mais cantada pelos fãs, encerra a parte regulamentar do show.

O quinteto ainda retorna para um bis breve, com "Don't go breaking my heart", a mais celebrada do disco novo, e "Larger than life".

Em 2015, os Backstreet Boys fizeram um bom show e lotaram uma casa com pouco mais de 8,4 mil pessoas. Menos de oito anos depois, quase 30 desde o início de suas carreiras juntos, eles voltam a dominar um estádio.

Pelo menos no Brasil, os Backstreet Boys estão realmente de volta.

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