Situação da batalha é 'extremamente aguda', diz presidente da Ucrânia
Mulher em bairro residencial após ataque russo em Kostiantynivka, Ucrânia, neste sábado, 28 de janeiro de 2023 — Foto: Andriy Dubchak/AP
A Ucrânia travou na sexta-feira (27) batalhas contra tropas russas que tentavam penetrar em suas linhas de defesa no leste e nordeste do país antes de Kiev receber tanques de aliados ocidentais. O governo ucraniano afirmou que os combates mostram que o país precisa de mais armas para repelir os invasores.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, descreveu a situação no front como "extremamente aguda", particularmente na região leste de Donetsk, onde a Rússia está intensificando uma ofensiva.
Zelenskiy relatou grandes batalhas por Vuhledar, a sudoeste da capital regional de Donetsk, e Bakhmut, a nordeste. Bakhmut foi em grande parte pulverizada por repetidos ataques russos e está praticamente sem água, luz e gás.
Três pessoas morreram e duas ficaram feridas neste sábado (28) em um bombardeio russo na cidade de Konstantinovka, leste da Ucrânia, anunciou o governador regional.
"Os russos atiraram contra um bairro residencial, atingiram edifícios de quatro andares, um hotel, garagens e veículos civis", afirmou o governador da região de Donetsk, Pavlo Kirilenko. "Três civis morreram e pelo menos dois ficaram feridos", acrescentou.
A Rússia acusou neste sábado o exército ucraniano de ter bombardeado um hospital da região separatista pró-Moscou de Lugansk, no leste da Ucrânia, em um ataque que deixou 14 mortos e 24 feridos, entre pacientes e profissionais de saúde.
"As Forças Armadas ucranianas bombardearam deliberadamente o edifício do hospital com lança-foguetes HIMARS" na localidade de Novoaidar, na região de Lugansk, afirmou o exército russo em um comunicado.
Os médicos do estabelecimento atendiam "civis e militares" há vários meses, afirma o comunicado. "Um bombardeio intencional contra um estabelecimento médico civil constitui, sem margem para dúvida, um grave crime de guerra cometido pelo regime de Kiev", acrescenta.
A Ucrânia recebeu a promessa de entrega de 321 tanques pesados de vários países, disse o embaixador ucraniano na França na sexta-feira.
A Polônia enviará 60 tanques adicionais para a Ucrânia além dos 14 tanques Leopard 2 de fabricação alemã que já prometeu, disse o primeiro-ministro polonês em entrevista à televisão canadense na quinta-feira.
O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov, terá uma reunião com Lynne Tracy, a nova embaixadora dos EUA em Moscou, no início da próxima semana, informou a agência de notícias RIA neste sábado.
Um importante assessor presidencial ucraniano criticou o Comitê Olímpico Internacional por ficar do lado da Rússia dias depois de dizer que o Conselho Olímpico da Ásia havia oferecido aos atletas russos e bielorrussos uma chance de se classificarem para as Olimpíadas de Paris 2024.
A Ucrânia lançará uma campanha internacional para impedir que atletas russos possam competir nas Olimpíadas de 2024, disse Zelenskiy na sexta-feira.
A Ucrânia convocará o embaixador da Hungria para reclamar sobre comentários "completamente inaceitáveis" que o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, fez sobre a Ucrânia, disse Kiev na sexta-feira. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia, Oleg Nikolenko, escrevendo no Facebook, disse que Orban disse a jornalistas que a Ucrânia era uma terra de ninguém e a comparou ao Afeganistão.
A Rússia está violando os "princípios fundamentais de proteção à criança" em tempos de guerra ao dar às crianças ucranianas passaportes russos e colocá-las para adoção, disse o chefe da agência de refugiados da ONU à Reuters.
O principal responsável por sanções no Departamento do Tesouro dos EUA em uma viagem à Turquia e ao Oriente Médio na próxima semana alertará os países e empresas de que eles podem perder o acesso ao mercado dos EUA se fizerem negócios com entidades sujeitas às restrições dos EUA, enquanto Washington reprime as tentativas russas de evasão das sanções.
O Japão reforçou as sanções contra a Rússia na sexta-feira após sua última onda de ataques com mísseis na Ucrânia, acrescentando mercadorias a uma lista de proibições de exportação e congelando os bens de autoridades e entidades russas. A Rússia disse que as sanções do Japão não são motivo de preocupação e que está se adaptando à vida sob tais restrições.
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