TCE aponta 261 obras atrasadas e 501 paralisadas em SP; contratos somam mais de R$ 19 bilhões

Rodoanel em São Paulo — Foto: Reprodução/TV Globo 1 de 2 Rodoanel em São Paulo — Foto: Reprodução/TV Globo

Rodoanel em São Paulo — Foto: Reprodução/TV Globo

O relatório do Tribunal de Contas do Estado (TCE) aponta que São Paulo tem quase 700 obras paradas ou atrasadas. A maioria dos canteiros com problemas está na área da educação.

Na lista estão o Monotrilho, na capital paulista, e o Rodoanel, na Grande São Paulo. O Rodoanel Norte chegou ao bairro de Perus há cerca de cinco anos e parou. Os primeiros túneis estão inacabados e bloqueados pelo mato.

Segundo mostrou o 💥️SP2, o caminho é intransitável, tem pistas abertas na mata com áreas verdes cortadas por esqueletos de viadutos. No único trecho com asfalto, no limite entre a capital e Guarulhos, a parte da pista cedeu.

As áreas debaixo dos viadutos viraram depósito de lixo, entulho e resíduos de fábricas. O progresso parou para quem mora perto da obra.

“É um dinheiro público, é um descaso total. Quanto foi gasto aqui?”, disse o morador Emerson Rocha.

As obras consumiram R$ 3,9 bilhões.

A última tentativa de retomar as obras foi no ano passado. Um leilão chegou a ser marcado em abril para a contratação de um consórcio que consiga transformar trechos do asfalto abandonados em uma estrada. Mas o processo acabou adiado. Agora, o governo do estado marcou uma nova data para o leilão: 14 de março.

Monotrilho inacabado em São Paulo — Foto: Reprodução/TV Globo 2 de 2 Monotrilho inacabado em São Paulo — Foto: Reprodução/TV Globo

Monotrilho inacabado em São Paulo — Foto: Reprodução/TV Globo

Outra obra atrasada há mais de oito anos, a linha 17-Ouro do Monotrilho, também consumiu dinheiro público nos últimos dez anos e ainda não transportou nenhum passageiro.

O Tribunal de Contas do Estado diz que São Paulo tem 261 obras atrasadas e 501 obras paralisadas. Contratos que somam R$ 19,8 bilhões.

Entre os principais motivos para os atrasos aparecem descumprimento dos contratos, falhas técnicas descobertas depois da licitação, descumprimento de especificações e prazos e atraso do repasse de verbas pelo governo federal.

Às vezes, a obra não é tão grande, mas, se fica parada, algum serviço vai fazer falta para a população. É o caso da primeira unidade de saúde no Parque Laguna, em Taboão da Serra, na região metropolitana.

O serviço é do município, e a obra está sendo paga pelo estado. A placa na frente da construção é antiga: “Em breve nova UBS”.

Existe até foto da unidade básica de saúde pronta. O prazo de entrega está coberto, o mato cresceu, e a laje ficou incompleta. A obra está desta forma desde o começo de 2023.

Se a unidade estivesse pronta, evitaria que a moradora Andreia Camargo dos Santos e a filha andassem quase meia hora em busca de uma vacina.

“Idoso não consegue usar e todos os dias a gente passa aqui na frente e tudo a mesma coisa. Promessas de campanha que falam e não cumprem”, afirmou ela.

A Prefeitura de Taboão da Serra informou que foram constatados problemas que comprometem a obra. Por isso pediu à Justiça que ela seja demolida. Disse também que estuda a implantação de uma nova UBS na região.

Sobre o relatório do TCE, o governo do estado disse que busca soluções para destravar as obras paradas.

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