Brasil repete nota e mantém desempenho ruim em ranking que mede percepção sobre corrupção
Brasil ocupa a 94ª posição no ranking mundial da corrupção — Foto: Marcos Serra Lima/g1
O Brasil registrou 38 pontos e ficou em 94º lugar entre 180 países no ranking mundial da corrupção divulgado pela Transparência Internacional na madrugada desta terça-feira (31).
É o terceiro ano consecutivo que o Brasil mantém um desempenho ruim no índice, de acordo com a organização.
O Índice de Percepção da Corrupção (IPC) mede como especialistas e empresários enxergam a integridade do setor público nos 180 países pesquisados. A nota vai de 0 a 100, onde 0 significa “altamente corrupto” e 100 significa “muito íntegro”.
Quanto melhor a posição no ranking, menos o país é considerado corrupto.
Etiópia, Argentina, Tanzânia e Marrocos obtiveram a mesma nota que o Brasil.
Para a Transparência Internacional, o resultado mostra que o país perdeu uma década de avanços no combate à corrupção.
A pior avaliação obtida pelo Brasil, de 35 pontos, foi registrada em 2018 e 2023. O segundo pior desempenho ocorreu em 2017, com 37 pontos.
💥️Posição do Brasil nos levantamentos:
💥️Notas do Brasil:
💥️Outros países no ranking:
💥️Média global - 43 pontos
💥️Média dos países do continente americano - 43 pontos
O resultado obtido pelo Brasil, afirma a Transparência, “reflete o desmanche acelerado dos marcos legais e institucionais anticorrupção que o país havia levado décadas para construir” e a “degradação” das instituições democráticas do país durante o governo Bolsonaro.
Segundo a Transparência Internacional, embora o Brasil tenha avançado dois lugares no ranking, o desempenho em relação ao combate à corrupção permaneceu inalterado porque houve a piora de outros países.
No levantamento de 2022, Somália (12 pontos), Síria e Sudão do Sul (13) ocuparam as últimas posições do ranking. A lista de dez países considerados “altamente corruptos” é completada por Venezuela, Iêmen, Líbia, Coreia do Norte, Haiti, Guiné Equatorial e Burundi.
Segundo a Transparência Internacional, parte da nota obtida por esses países pode ser atribuída, além do retrocesso em instituições democráticas, a conflitos armados nas regiões.
“A corrupção e os conflitos armados alimentam um ao outro e ameaçam a paz duradoura. De um lado, os conflitos criam um terreno fértil para a corrupção”, afirma o relatório.
A melhora no cenário da corrupção pode ser alcançada, na avaliação da instituição, por meio da promoção da transparência e do fortalecimento de instituições que são “fundamentais para evitar mais conflitos e preservar a paz”.
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