Dois meses após ataque que matou quatro, aulas retornam em escola de Aracruz

Escola Primo Bitti, em Aracruz, reformada após o ataque — Foto: Sedu/Divulgação 1 de 4 Escola Primo Bitti, em Aracruz, reformada após o ataque — Foto: Sedu/Divulgação

Escola Primo Bitti, em Aracruz, reformada após o ataque — Foto: Sedu/Divulgação

Após mais de dois meses, uma das escolas alvo de um atentado que deixou quatro mortos no dia 25 de novembro de 2022, em Aracruz, no Norte do Espírito Santo, a Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio (EEEFM) Primo Bitti retorna às aulas nesta quinta-feira (2), assim como as demais unidades da rede estadual.

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De acordo com a nova diretora da instituição, Michele Tonito, 47, a expectativa é ressignificar os laços que foram rompidos após a tragédia.

A diretora, que foi nomeada para o cargo no dia 26 de dezembro, disse que a escola passou por reestrurações físicas para receber os quase 700 alunos da instituição e 68 profissionais, entre professores, trabalhadores da limpeza e da segurança, secretaria, coordenação e direção escolar que vão compor o quadro escolar.

Escola Primo Bitti antes de ser reformada. — Foto: Fernando Madeira/Rede Gazeta 2 de 4 Escola Primo Bitti antes de ser reformada. — Foto: Fernando Madeira/Rede Gazeta

Escola Primo Bitti antes de ser reformada. — Foto: Fernando Madeira/Rede Gazeta

Ainda segundo a diretora da unidade, a EEEFM Primo Bitti está aberta à comunidade escolar desde a última segunda-feira (23), com momentos de acolhimento, círculos de diálogo, apresentação de ginástica rítmica, dança meditativa, brincadeiras, jogos, futebol e muito mais.

Nesta terça (31) e quarta-feira (1°), de acordo com Michele, será a vez dos professores da unidade serem acolhidos para o retorno das aulas.

Em seguida, nos dias 2 e 3 de janeiro, o mesmo trabalho será feito com os estudantes.

Segundo a diretora, desde que a tragédia aconteceu, a equipe de Ação Psicossocial e Orientação Interativa Escolar (APOIE), da Secretaria de Educação do Espírito Santo (Sedu), composta por psicólogos e assistentes sociais, planejaram o retorno das aulas no ano letivo de 2023.

Estes profissionais ficarão permanentemente na unidade escolar.

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A diretora contou que os professores que trabalhavam no turno matutino, quando o ataque aconteceu, ainda enfrentam ansiedade no retorno das aulas e estão sendo atendidos por uma equipe médica da Secretaria de Saúde do Espírito Santo (Sesa).

Sobre reforço na segurança da unidade, a diretora frisou que a Primo Bitti não vai ter escolta armada.

Selena Sagrillo, Maria da Penha Banhos, Cybelle Bezerra e Flavia Amos, vítimas do ataque a escolas em Aracruz — Foto: Reprodução/TV Gazeta 3 de 4 Selena Sagrillo, Maria da Penha Banhos, Cybelle Bezerra e Flavia Amos, vítimas do ataque a escolas em Aracruz — Foto: Reprodução/TV Gazeta

Selena Sagrillo, Maria da Penha Banhos, Cybelle Bezerra e Flavia Amos, vítimas do ataque a escolas em Aracruz — Foto: Reprodução/TV Gazeta

No dia 25 de novembro, um ataque a duas escolas deixou quatro mortos e outros 12 feridos em Aracruz, no Norte do Espírito Santo. A investigação apontou que o ataque foi planejado por dois anos e por um assassino de 16 anos que estudou até junho no colégio estadual atacado. O criminoso usou duas armas do pai, um policial militar.

Os disparos aconteceram por volta das 9h30 na Escola Estadual Primo Bitti e em uma escola particular que fica na mesma via, em Praia de Coqueiral, a 22 km do centro do município. Aracruz, onde o ataque aconteceu, fica a 85 km ao norte da capital.

Ataque a escolas em Aracruz deixa mortos e feridos — Foto: Arte/g1 4 de 4 Ataque a escolas em Aracruz deixa mortos e feridos — Foto: Arte/g1

Ataque a escolas em Aracruz deixa mortos e feridos — Foto: Arte/g1

Segundo a Secretaria de Segurança Pública, o assassino invadiu a escola estadual com uma pistola e fez vários disparos assim que entrou no estabelecimento de ensino. Depois, foi até a sala dos professores e fez novos disparos. Na unidade, duas professoras foram mortas.

Na sequência, o atirador deixou o local em um carro e seguiu para a escola particular Centro Educacional Praia de Coqueiral, que fica na região. Na unidade, uma aluna foi morta. Após o segundo ataque, o assassino fugiu em um carro. Ele foi apreendido ainda na tarde de sexta.

No sábado (26), a Polícia Civil informou que o criminoso iria responder por ato infracional análogo a três homicídios e a 10 tentativas de homicídio qualificadas. Também no sábado, uma professora baleada que estava internada morreu.

No dia 4 de dezembro, o assassino foi sentenciado a cumprir até três anos de internação. O tempo é o limite máximo estabelecido como de medida socioeducativa para adolescentes pela lei.

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