Justiça pede detalhes da fuga de traficantes; juiz fala em ‘falhas grosseiras’
A Vara de Execuções Penais do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro deu 48 horas, a contar desta segunda-feira (30), para que a 💥️Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (Seap) e a direção da 💥️Penitenciária Lemos Brito forneçam detalhes sobre a fuga de três presos de altíssima periculosidade na madrugada de domingo (29).
Na decisão, o juiz 💥️Bruno Monteiro Rulière pontuou que “os fatos ventilados revelam um quadro que expõe fundadas suspeitas de falhas grosseiras e/ou ações e/ou omissões ilícitas de servidores da Secretaria de Administração Penitenciária, capazes de comprometer a disciplina, ordem e segurança da unidade prisional”.
Rulière, então, fez as seguintes perguntas para a Seap:
A pedido da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro, o magistrado também determinou que a Seap preste informações sobre “restrições (sanções) e providências (coletivas ou individuais) adotadas em relação aos presos”.
Parentes de detentos denunciaram que as visitas forma suspensas e que internos foram agredidos durante uma vistoria.
"Eles foram espancados, eles tiveram água cortada. E eles tão sendo massacrados por uma coisa que eles não têm nada com isso. Que cobrem dos responsáveis, de quem tem que ser cobrado, não é dos que estão ali pagando pelo erro que eles cometeram", contou a mãe de um preso.
Entre os presos que deixaram a cadeia está Jean Carlos Nascimento dos Santos, o Jean do 18, que chefiou o tráfico do Morro do Dezoito, em Água Santa, na Zona Norte. Ele estava preso desde 2017. Também fugiram Lucas Apostólico da Conceição, conhecido como Índio do Jardim Novo, e Marcelo de Almeida Farias Sterque, o Marcelinho da Merindiba.
A cela onde o trio estava foi encontrada com parte da grade serrada.
1 de 2 Bandidos serraram as grades antes da fuga — Foto: g1 RioBandidos serraram as grades antes da fuga — Foto: g1 Rio
A Polícia Civil abriu um inquérito para apurar ainda se houve facilitação para a fuga.
Jean, Marcelinho e Índio conseguiram fugir com a ajuda de uma corda feita com lençóis (teresa) jogada nos fundos do complexo de presídios. Para além dos muros fica um lixão.
O sindicato dos policiais penais contestou a informação da secretária 💥️Maria Rosa Lo Duca Nebel de que sete agentes estavam trabalhando na madrugada da fuga. A entidade afirma que eram apenas cinco plantonistas para 778 detentos.
Segundo esse mesmo profissional, a estrutura de Gericinó está precária.
“O gerador não está armando, só está funcionando no manual. Para ligar, o servidor precisa sair da unidade. E para sair, tem que ligar para o diretor. E como é que liga para o diretor se os telefones do complexo estão inoperantes há seis meses?”, detalhou.
Os plantonistas disseram à Seap que uma chuva forte fez cair a energia na Lemos Brito e que o gerador não armou de imediato — isso fez com que o circuito interno de vigilância desligasse.
Em 2023, a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) investiu R$ 28 milhões em um sistema para monitorar os presídios💥️ do Rio de Janeiro, que foi considerado o único do país.
A TV Globo perguntou à Seap por que o circuito não funcionou, por quanto tempo ficou fora do ar e se já havia falhado antes. A secretaria respondeu apenas que “todas as informações disponíveis até o momento integram o processo de sindicância instaurado”.
A Seap também não respondeu se os telefones estão inoperantes, como relatado por um agente.
Por nota, a Light - concessionária de energia - desmentiu os plantonistas da Seap. A empresa informou que "não registrou falta de energia no local no sábado".
2 de 2 Local por onde os detentos fugiram — Foto: g1 RioLocal por onde os detentos fugiram — Foto: g1 Rio
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