'Tinha coragem’, ‘Glória é a Glória’: repórteres cinematográficos lembram como era trabalhar com Glória Maria
Guilherme Vizane, repórter cinematográfico da TV Globo por décadas, foi um dos principais parceiros de Glória Maria durante anos a fio. Em entrevista ao Conexão GloboNews, ele lembrou dos muitos desafios que teve com a colega. A jornalista morreu no Rio de Janeiro nesta quinta-feira (2). Ela fazia um tratamento contra o câncer.
"Era desafiador para mim. Nós discutíamos, mas ela era vibrante e autêntica. Ela tinha uma coragem e eu ficava sem entender como ela fazia as matérias", lembrou Vizane.
Segundo o cinegrafista, num primeiro momento ele chegou a "fugir dela" para não fazer as viagens para o Fantástico e para o Globo Repórter.
1 de 4 Guilherme Vizane trabalhou com Glória Maria por mais de 30 anos — Foto: Reprodução/GloboNewsGuilherme Vizane trabalhou com Glória Maria por mais de 30 anos — Foto: Reprodução/GloboNews
"Ela me chamou para fazer essas viagens com ela e na época eu não podia. Então, ela não se conformava. Como eu não aceitaria trabalhar com ela? Mas eu tinha um problema pessoal e não podia ir na época. Durante um ano, um ano e meio, eu fugia dela. Toda vez, ela exigia que eu viajasse com ela. Finalmente eu cedi e falei: 'Estou pronto e fui'", diz Vizane.
"Em 2005 e 2006, fomos pela primeira vez. A gente sempre conversava para tomar noção das coisas (que ela queria). Ela conseguiu tirar muita coisa de mim (de imagens) e o trabalho surgia. Durante, as viagens, era divertido. Saímos para jantar. Ela sempre quis a equipe unida. Ela sempre chamava a gente para jantar."
Em Macau, quando a jornalista pulou do , o repórter cinematográfico diz que por um instante pensou que Glória iria desistir.
"Em Macau foi uma coisa absurda. Eu tive que descer para fazer a chegada dela. Tinha um produtor com outra câmera filmando o salto. Eu fiquei lá em baixo. Pensei que ela iria ratear e ela foi. O que era desafiador ela fazia."
2 de 4 Equipe no Irã: o técnico Adriano Moraes, a editora Marislei Dalmaz, o repórter cinematográfico Guilherme Vizane, Gloria Maria e a produtora Ana Flávia Pinheiro em Isfahan — Foto: Divulgação/TV GloboEquipe no Irã: o técnico Adriano Moraes, a editora Marislei Dalmaz, o repórter cinematográfico Guilherme Vizane, Gloria Maria e a produtora Ana Flávia Pinheiro em Isfahan — Foto: Divulgação/TV Globo
Guilherme Vizane lembrou dos bastidores da reportagem da Jamaica, quando Glória Maria fumou um cachimbo contendo maconha e virou meme nas redes sociais.
"Fomos para uma aldeia de rastafári, teve uma prece para entrar. Era preciso passar pelo ritual. Na vila, estamos entrevistando as pessoas, mostrando a comunidade e na saída convidaram a gente para um chá. Vimos aquele negócio, um cachimbo, uma cuia com alguma e filtro e de repente eles colocaram uma ganja e aquilo queimava e vinha fumaça. Ela puxou com vontade. Eu fui o último, porque ela obrigou a gente a participar do ritual. Eu, espertamente, deixei entrar mais ar. Ela pegou aquela fumaça toda e de fato deu uma onda muito difícil", contou.
3 de 4 Glória na Jamaica — Foto: Reprodução/TV GloboGlória na Jamaica — Foto: Reprodução/TV Globo
4 de 4 Marco Aurélio, repórter cinematográfico, trabalhou durante 50 anos com Glória Maria — Foto: Reprodução/TV Globo
Marco Aurélio, repórter cinematográfico, trabalhou durante 50 anos com Glória Maria — Foto: Reprodução/TV Globo
O repórter cinematográfico 💥️Marco Aurélio também trabalhou durante décadas com Glória Maria. Fizeram várias viagens pelo mundo.
"Uma matéria que eu fiz com a Glória e marcou muito a minha vida e a dela também, nós estávamos em Miami fazendo uma matéria sobre compras de Natal e aí nós fomos deslocados para Lima, no Peru, para uma invasão na embaixada japonesa. Nós ficamos lá três dias sem dormir. No primeiro dia foi solto o embaixador brasileiro e ela conseguiu sozinha entrevistar o embaixador brasileiro. Era a única brasileira que estava lá no dia", recorda Marco Aurélio.
O parceiro relembrou ainda de uma viagem para a Suíça, onde os dois fizeram uma reportagem sobre o Balé Bolshoi.
"Chegamos meia-noite, ficamos sem equipamento, que ficou preso na alfândega. Fomos dormir às 4 da manhã para as 4 da tarde fazer o show, para no dia seguinte viajar para Mykonos (Grécia) fazer outra matéria. E ela não parava."
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